O atual campeão da América não tem por que temer o River

Sem querer que pareça excesso de otimismo nem alienação grau 9 na escala Richter  em meio a onda de louvação ao adversário do Grêmio na terça, dia 23, ouso dizer  que o River Plate, o novo queridinho da imprensa isenta no Estado, só está invicto desde fevereiro e com mais de 30 jogos sem perder por uma razão muito simples:

Não enfrentou o Grêmio!

Nesses oito meses de invencibilidade não enfrentou o atual melhor time das Américas, o atual campeão da Libertadores. Tem gente que esqueceu ou que não quer lembrar disso.

Não tenho por que temer esse time argentino. É evidente que é um time forte, e não apenas isso, um clube poderoso e influente.

Há que se respeitar esse time com toda a sua tradição e sua história, mas principalmente pelo seu presente.

O passado não entra em campo quando a bola começa a rolar.

Mas respeito não é sinônimo de temor. Desde que foi confirmado esse confronto tipo nitroglicerina pura o que mais leio e ouço na mídia gaúcha é que se trata de um adversário imbatível.

Nós já vimos isso, e eu escrevi a respeito: eles, vocês sabem que, começam enchendo a bola do adversário, tanto que chega a assustar os mais sensíveis e aqueles que mal engolem Renato e seu futebol nada ‘texano’, ou seja, sem aqueles ‘cuidados’ defensivos que tanto agradam os fãs do aipim, do chutão pra área, do volante do calção sujo de barro, etc.

Se dependesse dessa turma que perambula por programas de TV e Rádio pregando a volta do futebol pragmático, tipo ‘truvisca no fedor que o beque faz contra’, Renato começaria com Bressan de volante, na falta de jogador tão ou mais limitada tecnicamente.

Eu acredito muito na vitória sobre o River nessa disputa de dois jogos. Gosto de enfrentar esses ‘super times’.

Ainda mais quando se super não tem nada. O River realmente é um time forte, mas pode ser batido por esse Grêmio forjado na qualidade, com um estilo de jogar respeitado e admirado, especialmente longe daqui do Rio Grande dos caranguejos vermelhos.

Hoje, esse time tão festejado é sétimo colocado no campeonato argentino, que tem o Tucumán como vice-lider, sete pontos atrás do líder Racing.

Não, eu não duvido da capacidade do River Plate, uma potência das Américas.

É que eu acredito muito no Grêmio!

 

 

Maquininha na mão e olho na tabela do Brasileiro

Terminada a rodada deste domingo recorri à maquininha de calcular e passei a olhar com atenção a tabela de jogos.

Baixou o matemático Tristão em mim.

Se as coisas tivessem ocorrido como eu gostaria, ou seja, vitória do misto frio do Grêmio sobre o Palmeiras, eu estaria agora, neste momento em que teclo febrilmente estas linhas angustiadas, em pânico.

Imaginem por um instante o Grêmio vencendo o Palmeiras. Que alegria, não?, o time continuaria na briga pelo tão sonhado título do Brasileirão.

Aí, olhando a tabela de classificação, veríamos o Palmeiras dividindo a liderança com o Inter. Bem, eu entraria em pânico. Já estou com o sinal amarelo, de alerta, faz tempo. Tenho um amigo que quase surtou ao final da rodada.

-Eu disse, eu disse, o Grêmio precisa perder pro Palmeiras -, gritava ensandecido, imagino (a conversa foi pelo telefone, e não durou um minuto) até que salivando de desespero.

E tem gente que queria o time titular do Grêmio em campo… Renato, em função das oportunas lesões, armou um time forte o suficiente para ser não humilhado. Deu certo.

O preço disso é que o Grêmio agora decidida e irremediavelmente está fora da corrida pelo título. E isso dói, porque havia sempre uma pontinha de esperança, apesar dos sinais em contrário.

O bom é que o Palmeiras avançou e só não tirou mais pontos de diferença do Inter (e Flamengo, que voltou a crescer e é outro que tem minha torcida) porque esse time do São Paulo dói de ruim.

Li que o técnico Diego Aguirre perdeu o comando do grupo. Se não é verdade, é ruindade mesmo.

A próxima rodada, sábado que vem, marca o Palmeiras com uma barbada, enfrenta o Ceará no Pacaembu. Já o Inter pega, na segunda, ou seja, quando todo mundo já jogou (boa essa tabela, hein?), pega o Santos em casa.

O Santos é outro que vem crescendo, e pode incomodar.

Já o Flamengo joga fora contra o Paraná, jogo para somar três pontos e mostrar que está vivo na disputa.

O Grêmio, bem, o Grêmio ‘cumpre tabela’ contra o América, em MG. Sábado, às 16h. Preciso encontrar algo melhor pra fazer.

O JOGO

O Grêmio tomou um vareio, como se dizia em Lajeado onde eu exibi minha arte de meia atacante frustrado e de talento nunca reconhecido.

O Palmeiras foi pra cima sob o comando de Dudu, que jogou demais. Marcelo Oliveira sofreu, como qualquer outro sofreria, com exceção do velho Roger dos anos 90.

A rigor, o Grêmio teve uma chance clara de gol. Foi com Pepê. No resto do tempo ficou tocando a bola, buscando alguma brecha na defesa adversária, e também preocupado em não perder o controle pra não levar mais gols.

No final, o Palmeiras fez o segundo, falha clamorosa de Bressan. É justo reconhecer que Bressan foi útil em vários jogos, mas como se trata de Bressan, é sempre perigosa sua escalação.

Agora, Bressan cometeu o erro maior, mas tem outros jogadores que erraram muito, principalmente passes.

Destaque para o goleiro Paulo Vitor, Geromel, Leonardo, Maicon e Cícero.

O restante foi uma decepção. Ainda bem, porque se eles jogassem melhor o Grêmio poderia ter vencido ou empatado.

A arte de secar e a disputa presidencial no Grêmio

Secar é uma arte. Não existe uma lógica para todos. Cada um tem sua lógica na hora de secar.

Agora mesmo eu estou secando o Cruzeiro, que acabou de fazer um gol antes do intervalo.

Não quero ver o Cruzeiro campeão da CB de novo. Mas não é só por isso. Há um motivo mais profundo: a vitória do Cruzeiro será a vitória do estilo Mano Menezes de trabalhar, e que todos nós conhecemos muito bem.

Há quem goste, e os resultados têm sido bons pra ele. Futebol de marcação, porrada como se viu contra o Grêmio no ano passado pela CB, e a luta por um golzinho, normalmente de cabeça, porque o jeito Mano de jogar é de chegar na intermediária e mandar a bola pra área.

Os mais pragmáticos, inimigos do Guardiola e seus seguidores e secadores do Renato, comemoram cada gol de cabeça – se for do camisa 9 que não pode faltar no time desse pessoal -, melhor ainda.

Não por coincidência o gol do Cruzeiro, no finalzinho do primeiro tempo, foi de cabeça, meio na sorte, de chiripa. Tinha o Barcos e o Thiago Neves na jogada, adivinha quem fez o ‘golo’ (como diz o RW ironizando a turma do calção sujo e do centroavante aipim)?

Não, não foi o aipim castelhano, jogador que quero ver distante da camisa do Grêmio.

Então, secar faz parte da vida do torcedor. Eu diria que o torcedor passa mais tempo secando do que torcendo pelo seu time.

Hoje eu sou Corinthians. Domingo, já decidi comigo mesmo, que vou secar o Inter, o que não é nenhuma novidade. Serei Diego Aguirre, a quem já sequei muito.

Tem o jogo do Grêmio contra o Palmeiras. Renato vai mandar a campo um misto frio, ou até um time apenas com reservas.

Vou torcer pelo Grêmio, claro, mas de leve. Não vou triste se o Palmeiras vencer. Aliás, o Palmeiras do Felipão é o favorito nesse jogo. Se vencer, consolida também seu favoritismo na disputa pelo título.

Hoje, tenho de admitir que o Palmeiras é o meu segundo time no país. E penso que muitos gremistas compartilham desse sentimento.

Se o Grêmio tivesse vencido o Bahia, estaria ainda credenciado a brigar pelo título do Brasileirão. Como ficou só no empate, restou, em tese, apenas um time para impedir o pior, que seria o título colorado 39 anos depois.

Imagine, o piá nasceu  no final de 79, com o pai colorado já colocando-0 de sócio vermelho e tirando fotos do inocente bebê com uma camisetinha colorada. Aí o guri cresce e fica amargando 39 longos anos, já com uma calvície e uma barriguinha avantajada de incontáveis skol ou Kaiser, sem título do Brasileirão. Nesse meio tempo, vendo o Grêmio ser campeão do mundo, bi da Libertadores, etc.

Um sujeito assim deve ter sequelas emocionais graves.

Em resumo, sou Palmeiras, porque é o único com reais condições de superar o Inter, embora eu ache que o time do Odair, depois de perder para o Sport, começou a descer a ladeira.

Só tem um detalhe que me preocupa: uma vitória do Palmeiras vai dar um impulso aos defensores do estilo Felipão e Mano de jogar.

Bem, mas isso eu suporto, porque será por uma nobre causa.

CORRIDA PRESIDENCIAL NO GRÊMIO

Já tem gente se apresentando, ainda discretamente, para disputar a sucessão do presidente mais vitorioso desde Fábio Koff.

Os nomes que estão sendo lembrados, já faz algum tempo, para ocupar a cadeira de Romildo Bolzan, dentro de pouco mais de um ano, são esses (não pela ordem):

Marcos Hermann, Odorico Roman, Cláudio Oderich e Carlos Biedermann, atual presidente do CD do clube.

Corre por fora o favorito entre os torcedores ‘raiz’: Nestor Hein. Mas este dificilmente irá concorrer.

Nestor tem resistido bravamente à pressão de amigos para que entre na disputa.

 

Grêmio empata e vê o título do Brasileiro mais distante

Mais uma vez aconteceu o que eu temia, e que tem sido frequente neste Brasileirão. Na maioria das vezes em que me sento diante da TV com alguns minutos do início do jogo, vejo na tela, sempre muito surpreso, que o adversário está vencendo por 1 a 0.

Então, o Grêmio sabe que irá enfrentar, na Arena principalmente, um adversário fechado, ocupando espaços e explorando contra-ataques. Mesmo assim permite esse trunfo, um gol logo de saída.

Muitas vezes, o Grêmio reverte. Não foi o que aconteceu neste sábado, na Arena. Liguei a TV aos 3 minutos de jogo. Lá estava no placar, no alto da telinha: Bahia 1 a 0.

Não dá pra entender essa falta de concentração a cada início de partida. A única explicação que vejo é que o time entra tranquilão, seguro de sua superioridade e que a vitória virá sem maiores sobressaltos.

Em jogos de mata-mata isso não acontece. O time já entra a 110 por hora, dedo ligado na tomada.

Ao que parece somos vocacionados para disputar mata-mata. Não temos a mesma competência nos pontos corridos, quando de vez em quando dá um relaxamento e aparecem os resultados negativos.

Aconteceu com o Inter, no sábado. Perdeu para o misto do Sport por 2 a 1, deixou mais distante o sonho do Brasileirão. Desta vez, a arbitragem não contribuiu para um resultado positivo.

Já o Grêmio, teve de correr atrás desde o começo. Não é fácil vencer um adversário que larga com vantagem e depois se retranca e especula na frente.

Coincidência ou não, o time piorou em relação ao que vinha jogando com um falso centroavante, muita movimentação no ataque, confundindo a marcação.

Realmente, o técnico Renato prefere um jogador de referência na área. Jael jogou, e não foi bem. O time todo ofensivamente caiu.

Piorou a coisa com a lesão de Éverton, lesão muscular. Problema.

O time sentiu a falta dos dois laterais titulares. Leonardo e Capixaba estão alguns degraus técnicos abaixo dos titulares.

Com a saída de Éverton, Marinho teve outra oportunidade. Entrou mal, uma decepção, em especial pra mim, que acreditava muito nele.

O Bahia ampliou, inacreditável. De novo com Élber. Aos 21 minutos. Um balde de água fria na torcida e no time gremista.

Aos 38, a reação, Marinho fez jogada pela direita, a bola sobrou para Alisson, que cruzou para a entrada de Capixaba, que concluiu com perfeição.

Dois minutos depois, Marinho invadiu a área pela direita e foi puxado por um adversário. Pênalti que Jael converteu, empatando o jogo.

Era um jogo para três pontos. Era jogo para mostrar que o Grêmio está mesmo a fim do título nacional. O empate deixou o Grêmio a cinco pontos do líder, o Palmeiras, que bateu o São Paulo por 2 a 0.

Se o Grêmio perder domingo, em SP, para o Palmeiras, se despede da disputa pelo título, restando a velha história da vaga na Libertadores.

Mesmo que o Grêmio vença o time de Felipao, o título brasileiro seguirá quase impossível, ainda mais se o time continuar deixando escapar pontos preciosos dentro de sua casa.

 

Tite repete Zagallo e prejudica o Grêmio

Há alguns anos, preocupado com a dança de treinadores no período pós 2001, eu defendi um contrato vitalício de Tite com o Grêmio.

Eu era movido um tanto pelo desespero de ver o time com dificuldade até para vencer o regional como pela saudade daquele time campeão da CB de 2001, de futebol bonito e eficaz.

Nunca fui atendido. Até porque depois veio Renato, que superou Tite em todos os quesitos, tanto que vai virar estátua.

Hoje, não quero ver o sr. Adenor Bachi nem pintado de ouro. O que Tite faz com o Grêmio ao convocar Éverton para amistosos inconsequentes da seleção, que segue sua vocação de vitrine itinerante para deleite de empresários e clubes do exterior, é um acinte, uma provocação, ofensa grave.

Faltam adjetivos para definir essa ação de Tite. Nem vou comentar possível influência de empresário na convocação. Apesar de indícios apontando o contrário, ainda considero Tite um profissional sério.

O importante, o que é fato, é que por causa de Tite o Grêmio não terá seu atacante mais perigoso, mais efetivo, contra o Palmeiras, dia 14, em SP. Jogo sanduíche entre os amistosos contra a Arábia, dia 12, e Argentina, dia 16.

Jogo-chave para o Grêmio no Brasileirão. Duelo entre os dois clubes brasileiros que seguem vivos na Libertadores, fortes para os confrontos com River Plate e Boca Jrs.

Éverton é o único que atua no país convocado para esses jogos de extrema relevância. Isso é grave. Gravíssimo, mas ninguém dá bola. O Grêmio esperneou, atuou forte nos bastidores, mas não foi atendido em seu pedido de liberação do jogador.

Os outros clubes silenciam. Até aí nenhuma surpresa. Se houvesse um mínimo de união essa decisão suspeita da CBF seria revertida.

Estamos diante de um fato que coloca o Brasileiro sob suspeição. Por que apenas Éverton? E os outros?

Então, depois dessa o Tite se equipara ao Zagallo, que desfalcou o Grêmio num jogo decisivo contra o Cruzeiro, pela Libertadores, em 1997, ao convocar Paulo Nunes para um amistoso na França.

Paulo Nunes não jogou, fez uma falta danada ao Grêmio e nunca mais foi convocado pelo Zagallo.

É claro que Zagallo não fez de propósito. Assim como Tite agora.

Só tem anjo no futebol.

Grêmio vence e ganha corpo na reta final da Libertadores

A goleada de 4 a 0 sobre o Tucumán (vice-líder do campeonato argentino, é bom destacar antes que os colorados da mídia tratem de diminuir a vitória), é um recado para o River Plate, que padeceu para vencer o Independiente (3 a 1).

Mas o mais importante, e para os gremistas, alentador, é que na reta final da Libertadores o time fica mais encorpado, com jovens confirmando e sinalizando que podem ser úteis na competição prioritária do clube desde sempre.

O jovem Matheus Henrique, jogando como primeiro volante, depois de um começo vacilante, encontrou seu lugar em campo e passou a jogar como gente grande. Mais um acerto do técnico Renato ‘São’ Portaluppi, que sabe o momento ideal para lançar a gurizada.

Renato escolheu um jogo pela Libertadores em casa para lançar o guri, uma das grandes promessas da base.

Quem assistiu River e Independiente, antes do jogo na Arena, viu que os jogadores dos dois times muitas vezes miram a perna do adversário e não vacilam em deixar a bola como mero elemento decorativo.

Matheus Henrique precisava dessa experiência. A meu ver está pronto para enfrentar a barbárie que muitas vezes reina na Libertadores.

Thaciano, já mais curtido, é outro que se consolida como opção interessante para o técnico.

O primeiro gol, o gol do alívio porque o time argentino levava muito perigo a Marcelo Grohe, contou com a participação de Thaciano.

Léo Moura, de grande atuação, muito elogiado por Zinho na Fox, cruzou com a categoria que Deus lhe deu e Thaciano cabeceou. Não sei se a bola entraria ou não, o fato é que Luan apareceu para fazer o gol quase sobre a risca. Eram 35 minutos, o fim do pesadelo.

Essa mescla juventude com experiência normalmente dá bons resultados. Outro veterano que se destacou foi Cícero, igualmente muito elogiado pelo pessoal da TV. O ‘fã-clube’ deles deve ter ficado um tanto constrangido, porque gostaria de ver os dois longe da Arena.

Arrependido não, porque torcedor de futebol é assim, não gosta de dar o braço a torcer. Há torcedores que ignoram que não é um time que ganha títulos, e sim o grupo, e que, portanto, é preciso ter jogadores de bom nível no banco. E hoje dá para afirmar que o Grêmio tem um grupo realmente competitivo.

A volta de Jael, que entrou nos minutos finais e até sofreu um pênalti, é outra grata notícia. Ele mesmo cobrou, enquanto a torcida pedia Luan. O meia cedeu lugar ao centroavante justificando que ele, Jael, é artilheiro e precisa de gols para ganhar mais confiança.

Bem, Cícero marcou o segundo gol aos 38, após um contra-ataque em que Alisson recebeu na frente, driblou o goleiro, mas foi abalroado dentro da área. O goleiro foi expulso e Cícero bateu com tranquilidade.

O gol foi a senha para os secadores irem pra cama mais cedo. Afinal, o placar agregado passava a ser de 4 a 0, tornando impossível uma reação. Mesmo assim, o Grêmio não administrou. Foi para cima no segundo tempo e chegou aos 4 a 0 com gols de Alisson (o juiz teria dado o gol para o goleiro Sanchez) e Jael.

Ah, arbitragem muito boa do chileno Roberto Tobar.

Agora é o River, um clube poderoso e influente na Conmebol, onde não pede, manda. Além disso, está com um time muito competitivo. Peleia braba.

Gol mágico de Éverton garante três pontos contra o Flu

Só tinha mesmo um jeito de o Grêmio bater o Fluminense a partir do futebol irritante que jogava: algum lance mágico de Éverton.

Foi o que pensei quando ele entrou, tardiamente a meu ver. Mas logo me decepcionei, porque Éverton entrou tão mal quanto seus companheiros.

Mesmo assim, continuei acreditando, porque o torcedor é assim, acredita sempre até quando tudo indica que é impossível.

Pois não é que Éverton sacou mais um lance diferenciado do seu vasto repertório de jogadas. Aos 47 minutos, ele recebeu uma enfiada de bola de Thony Anderson (sua única jogada boa no jogo), a partir de um passe de  Thaciano, da direita.

Com o goleiro em cima e sem condições de girar para concluir, o Cebolinha conseguiu tocar de calcanhar, surpreendendo o goleiro e deixando todos boquiabertos pela genialidade do toque.

Mais um lance para confirmar que eu tinha razão quando, isoladamente no país, pedi sua convocação para disputar o Mundial (não canso de repetir isso, porque fui muito corneteado).

Foi um lance raro, um gol que chegou em boa hora para quem ainda está credenciado a disputar o título do Brasileirão.

Resta esperar que nos próximos jogos Renato mande a campo um time misto quente quando não puder ser o titular.

E também que seja mais ágil nas substituições. Douglas, que errou quase tudo no jogo, já no início do segundo tempo ‘pedia’ para sair. Demorou, mas Douglas saiu e Renato colocou Thaciano.

Foi um grande acerto, porque o time melhorou muito nos minutos finais, chegando ao ponto de vencer um jogo em que não merecia mais do que um empate, resultado que seria desalentador para a torcida gremista.

Sobre Jean Pierre. Era um jogo para ele provar que tem condições de assumir a titularidade, como defendem alguns apressadinhos. Não tem. Além do mais, precisa ser mais competitivo e menos acadêmico. Mas trata-se de um jovem com enorme potencial.

Destaco como melhor do Grêmio o Paulo Vítor. Ele fez duas grandes defesas no chão, lances de extrema dificuldade. Grohe tem um reserva à altura. E isso é tranquilizador. A dupla de área também foi eficiente, não comprometeu.

Alguns outros mantiveram o futebol meia-boca de sempre. Todos sabem quem são.

Bem, o importante é que o Grêmio venceu, e está na briga.

MILAGRE

As possibilidades do Grêmio aumentaram consideravelmente depois que meu amigo Zini publicou hoje, de manhã, que as chances do Grêmio ‘são quase nulas’, e que o ‘time de Renato só tocará na taça se acontecer um milagre’.

Pois eu desconfio que o milagre já aconteceu.

Sem contar que Zini tem sido um pé-frio em boa parte de suas projeções…

 

 

O furo do Fabrício e a comparação do Cláudio Duarte

Reportagem assinada pelo grande repórter Fabrício Falkowski, publicada na contracapa do jornal Correio do Povo,  abre um rombo na bolha de excelência que alguns setores – já bem identificados – conseguiam ver nos últimos tempos no Inter, e que ontem, dia 26, ocuparam espaços generosos para enaltecer algo que não existe: o sucesso financeiro do clube.

Inclusive comparando com o momento do Grêmio, este sim exaltado no centro do país como exemplo de gestão bem-sucedida.

A impressão que dá é que havia a intenção de criar um clima mais favorável como contraponto à bomba que estava armada para explodir a qualquer momento.

Esqueceram de combinar com os russos. Fabrício soltou a bomba antes de todo mundo. Um furo jornalístico. Mais um, aliás, desse repórter sério e aplicado que descobri na redação do CP, e que um dia consegui trazer para a editoria de esportes do jornal. Faz tempo isso.

Sou um descobridor de talentos. Enxergo antes. O caso mais recente é o do Éverton, que eu cheguei a pedir que fosse convocado para a Copa do Mundo, para espanto da maioria dos meus 18 leitores.

Tite não me atendeu, se quebrou, e agora parece que vive só para prejudicar o Grêmio.

Bem, quem quiser saber mais sobre essa lama que envolve ex-dirigentes colorados acesse :

https://www.correiodopovo.com.br/Esportes/Futebol/Inter/2018/9/662427/Relatorio-do-Conselho-responsabiliza-exdirigentes-do-Inter-

CLAUDIO DUARTE

Ouvi hoje, final da manha, na Band, o Cláudio Duarte, um cara que prezo e respeito muito, inclusive como comentarista de futebol, um absurdo que quase me fez bater o carro.

-O Fluminense é superior ao Tucuman -, disparou.

Não posso acreditar que sua intenção tenha sido diminuir o adversário do Grêmio na Libertadores, algo muito comum aqui na aldeia.

Alguém no estúdio retrucou, mas de forma quase meiga.

Cláudio. então, concedeu: “No máximo são iguais”.

Faltou alguém informar ao ex-técnico que o Tucuman é vice-líder do campeonato argentino, dois pontos atrás do Racing.

E o Fluminense?

 

O Grêmio, a imprensa gaúcha e o ‘pênalti do Agomar’

Quando saí de férias, há uma semana, o Grêmio ainda não havia vencido o Tucuman, alçado por boa parte da mídia gaúcha a adversário assustador, um tigre feroz que logo o Grêmio, por seus atributos, transformou num gatinho. Terminado o jogo, o Tucuman voltou a ser um time mediano, sem tradição, e que o Grêmio nada mais havia feito do que cumprir a obrigação de voltar com a vitória, 2 a 0, encaminhando a classificação.

O comentarista Guerrinha, muito admirado até por gremistas, manteve sua velha cantilena: “Precisa voltar vivo da Argentina”. Ora, esse Grêmio já cansou de mostrar que nunca tem como proposta de jogo seguir essa cultura de buscar um resultado que o mantenha ‘vivo’. É claro que por vezes o resultado almejado não é obtido, mas não por covardia ou estratégia, e sim porque há um adversário do outro lado desse esporte chamado futebol que também quer vencer.

Depois disso, acompanhando à distância, ouvi duas entrevistas antológicas, do presidente Romildo, sempre elegante e firme; e do Renato, sempre irônico e debochado. A vitória por 3 a 2 sobre o Ceará, resultado suado, jogo complicado, a indicar que é preciso ficar ligado para não ser surpreendido, o que vale também para o jogo da volta contra os argentinos, dia 2.

Em síntese, Romildo disse que se a imprensa não quer ajudar, pelo menos que não atrapalhe, cobrando notícias sem fundamento divulgadas a respeito de uma eventual saída do Renato. Já Renato aconselhou que o narrador PE, cada vez mais conhecido por Pai Denardin do que por narrador, se cuide porque ele, Renato, pode querer o seu lugar. Foi mais ou menos isso.

Foram entrevistas de lavar a alma daqueles gremistas que sempre defenderam e cobraram posturas firmes do clube em relação a setores da crônica esportiva gaúcha.

Tem ainda o lance das vaias ao Luan. Penso que torcedor que faz isso deve ficar em casa. Se não quer ajudar, que não atrapalhe. Sei que o Luan ás vezes é irritante, mas o torcedor precisa entender que se com ele está difícil, sem ele fica quase impossível. Acho que as vaias deveriam ser deixadas para o final, na saída de campo, nunca com a bola rolando. Por fim, Luan acabou dando a vitória marcando um belo gol de falta.

O gol manteve acesa a esperança de título do Brasileirão. Uma esperança que reduz bastante com os boatos de que o Grêmio jogará com time totalmente reserva contra o Fluminense, sábado, no Rio.

É hora de mostrar força, de mostrar que está vivo na disputa. Renato poderia armar um time mais forte, poupando alguns titulares, mas não todos. Éverton, por exemplo, poderia jogar. Assim como Maicon. Só aí já há um acréscimo de qualidade significativo.

O que não pode é abrir mão de ser mais um concorrente a um título que pode acabar no Beira-Rio a continuarem os ‘erros humanos’ de arbitragem, como o que resultou no gol no empate por 1 a 1 com o Corinthians, e que não mereceu maiores comentários da mídia gaúcha.

Como seria se fosse o Grêmio a empatar com gol em escandaloso impedimento? Imagino algo assim:

Grêmio empata com gol irregular

CORNETA E O ‘PêNALTI DE AGOMAR’

O blogueiro Ricardo Wortmann matando a pau mais uma vez.

Foi conferir a verdade sobre o peitaço que teria feito Agomar recuar na marcação de um pênalti contra o Grêmio. Lance que a imprensa sentenciou como erro de Agomar. E nunca foi atrás para saber a verdade. Preferiu manter a versão ao fato.

Confira:

http://cornetadorw.blogspot.com/2018/09/o-grenal-de-justimiano-gulart41-anos.html

PORTAS ABERTAS

Meus agradecimentos a todos que contribuíram para manter o blog vivo durante minha ausência.

Nunca pensei que os comentários continuariam. Sinal de que o blog tem vida própria. E que eu estou ficando dispensável…

Barbas de molho.

 

 

 

O Grêmio, os secadores e os alarmistas da aldeia

Como diz o inquieto RW, eles são previsíveis. Todos sabem quem são eles. Até os marcianos.

Primeiro, eles dizem, o Tucumán é fraco. Clube menor. À medida em que o jogo se aproxima, muda tudo: o adversário é terrível, dificilmente perde em casa, está invicto há tempos, tem um ataque mortal, uma defesa impiedosa, uma torcida incansável e um estádio que se transforma num caldeirão.

É sempre a mesma coisa, uma maneira de provocar pânico no torcedor gremista. E atiçar os secadores. Se eu não conhecesse a aldeia e seus aldeões vermelhos estaria roendo as unhas, com medo de sair de casa.

Eles não sabem que já estamos calejados, conhecemos essa lenga-lenga.

Agora a cereja do bolo: se o Grêmio vence é porque o adversário não tem camisa, não tem história, não é um peso pesado. Ou seja, o time assustador vira um fantoche, uma presa fácil.

“Quero ver passar pelo Boca ou pelo River”, já vão adiantando a pauta de próxima fase, uns com a camisa dos poderosos da Argentina.

Agora, sobre o jogo desta noite: não será moleza. Grande novidade!

Não arrisco palpite.

Mas confio no trabalho de Renato. Ele é um estudioso sem livros. Estuda os adversários através de vídeos. Sabe os pontos fortes e os pontos vulneráveis.

Por isso, acredito que o Grêmio se classifica.

Sobre o time, a defesa é aquela de sempre, mas com Leonardo, um lateral forte e vigoroso. Quase um zagueiro para as bolas altas. Sai Léo Moura, talentoso, mas um tanto frágil para enfrentar o jogo aéreo, jogada forte do adversário.

Do meio para a frente, jogam Maicon, Cícero, Ramiro, Luan, Éverton e Taciano. É a minha aposta. Mas eu gostaria que começasse Jean Pyerre para dialogar com Maicon e Luan. Tenho certeza de que Renato, sentindo que o garoto está pronto para enfrentar uma guerra, ele o escala.

FÉRIAS

Quando o Grêmio estiver jogando, nesta terça, estarei à beira do mar numa dessas praias paradisíacas do litoral brasileiro. Espero ter acesso ao jogo.

Se der, publico algumas linhas sobre o jogo.

Mas fiquem à vontade, a casa é de vocês.

Volto em uma semana.

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