Goleada confirma crescimento dos reservas do Grêmio

Depois de bater os titulares do Flamengo por 2 a 0, o time reserva do Grêmio ganhou moral, ganhou confiança. Prova disso é a goleada de 4 a 0 sobre o Vitória, neste domingo, na Arena.

O Vitória, que tem como seu maior freguês o queridinho da crônica esportiva gaúcha, fato que não pode ser desprezado por aqueles que vão tentar diminuir a vitória tricolor nesta segunda-feira em programas de rádio, espaços em jornais e nas redes sociais.

Tão ou mais importante que os três pontos é sair do jogo com a certeza de que alguns jogadores considerados dispensáveis até pouco tempo, como Leonardo, Paulo Miranda, Marcelo Oliveira (eficiente como zagueiro) e até Jaílson podem dar importante contribuição na reta final do ano.

Após o jogo, Renato repetiu pela milésima vez que não tem um time, tem um grupo.

Até a vitória sobre o festejado Flamengo esse grupo era muito questionado, inclusive por mim, preocupado com as peças de reposição que não davam resposta quando chamadas.

É claro que a maioria desses ‘reservas’ está abaixo dos titulares. Por isso mesmo é que são reservas. Com mais confiança, esses reservas cresceram, evoluíram.

É o caso de Leonardo, que eu dava como caso perdido. Ele melhorou muito sob o comando de Renato e talvez por observar o mestre Léo Moura mostrar como se joga na lateral.

Sinceramente, eu sinto prazer quando vejo jogadores considerados descartáveis darem a volta por cima. Vejam Jaílson, que estava indo para o Santos. Que jogador! Não é craque, não é um virtuose como Douglas ou Maicon, mas carrega um piano como poucos.

Neste jogo, Jaílson fez mais do que marcar e roubar bolas, o que já não é pouco. Deu passes precisos, lançamentos e de quebra marcou um belo gol, o segundo.

O primeiro foi do veterano Douglas. É outro em que poucos acreditavam, em função da idade e do tempo parado por lesão. Pois Douglas está aí dando aula no meio de campo. Um reforço especial, que deve ser comemorado.

Fez o primeiro gol do jogo. Aqui um parêntese para destacar o jovem Matheus Henrique, que começa a ganhar espaço no time com justiça. Foi dele o lançamento para Leonardo receber na direita e cruzar para Douglas cabecear, pegar o rebote do goleiro, dominar e chutar. Matheus saiu mais cedo, sentindo uma lesão. Resta torcer para que não seja nada grave.

Outro nome que começa a se afirmar é Pepê. Está alguns degraus abaixo do Éverton, mas pode evoluir. Em jogada de Marinho, ele recebeu, cortou para dentro e chutou para fazer 3 a 0, com a bola desviando na zaga. A goleada foi completada por Éverton, que entrou quase no final, após jogada com Jael, que cada vez mais prova que seu momento é superior ao de André.

Temos então que o time reserva do Grêmio está fazendo a sua parte depois de um longo período de resultados negativos, evidência de que o trabalho de Renato no vestiário é impecável, para desconsolo e ranger de dentes de seus secadores.

 

Os gremistas amargos do blog e das redes sociais

Quem tem a experiência de ler alguns comentários fixados aqui neste blog – e também em outros espaços -, frequentado por gente que sabe mais de futebol do que qualquer profissional do ramo, ou pensa que sabe, conclui que o Grêmio é um time em processo acelerado de corrosão.

Seu treinador, o mesmo que conquistou quatro títulos em menos de dois anos, é considerado por muitos aqui um protetor de seus supostos amigos. Já diziam isso antes de o Grêmio conquistar a Copa do Brasil jogando um futebol iluminado, de encher de orgulho qualquer gremista, até os eternos insatisfeitos, mais conhecidos por urubulinos.

Para esses, Cícero, autor de um gol histórico  sobre o Lanus na conquista do tri da América, não merece vestir a camisa tricolor. Poucos lembram o quanto ele foi importante, mas isso não tem valor para quem já sentenciou que Cícero não joga nada.

Hoje, quando o time sofre uma pequena queda de rendimento muito natural já que no meio do caminho ocorreram algumas perdas, Cícero voltou a ser o ‘bruxo de Renato’. Essa expressão me perturba, e me irrita, porque não passa minha cabeça que um treinador opte por supostos amigos, ou bruxos, consciente de que estará prejudicando o time. Muito menos o Renato.

Esses mesmos que cobram tanto, sabem muito bem que jogadores jovens normalmente custam a deslanchar, como por exemplo Éverton e Pedro Rocha. Se eu fizer uma pesquisa no blog vou encontrar, tenho certeza, gente execrando os dois guris tempos atrás de forma até violenta e definitiva, como se houve algo definitivo no futebol.

Arthur, que foi lançado por Felipão, sem continuidade porque o guri estava num processo de amadurecimento, também demorou um pouco a se afirmar. Mas quando foi fixado no time teve crescimento vertiginoso.

Agora, concordo com algumas críticas colocadas aqui pelos meus companheiros – alguns comparecem até mais que eu. É difícil de entender por que Jean Pierre não tem sido aproveitado. O mesmo vale para Matheus Henrique.

Por confiar em Renato, o cara que em breve vai virar estátua na Arena, não bato nessa tecla com a insistência de alguns aqui, que, na verdade, estão sempre buscando alguma coisa para atingir Renato. São gremistas que apenas toleram Renato, e deixam isso claro seguidamente. Tudo bem, é um direito deles, mas eu me reservo o direito de rebater quando achar necessário, e se houver motivo para isso.

Se dependesse desses gremistas, o Grêmio talvez estivesse sendo treinado por aquele que não ouso dizer o nome. Claro, ainda na fila por grandes títulos. Quem sabe não é isso que motiva esses torcedores sempre insatisfeitos: eles não gostam de ser felizes no futebol.

Esses torcedores, vulgo urubulinos, precisam de derrotas, de más atuações, de decisões supostamente equivocadas do técnico ou da direção. Qual é a graça quando tu está dando certo? Fica tudo tão enfadonho, mas tão enfadonho que quando o Grêmio joga bem fica tudo muito chato, e isso se reflete no número de comentários.

Quanto pior o Grêmio está, maior a participação nos comentários.

Sei que vou irritar alguns com esse artigo. Tudo bem, podem vir, estou pronto para o debate. Sei que ao meu lado terei um grupo de gremistas também críticos, mas mais compreensivos e tolerantes, que aprenderam em algum momento que não existe perfeição no futebol.

Para finalizar, fecho com a dupla Cícero e Maicon (que já fez ótimas partidas), mas os dois juntos não podem ficar em campo os 90 minutos. Matheus Henrique poderia ir entrando assim como quem não quer nada, como Arthur, no lugar do Cícero.

Espero que esse ‘Arthur II’ comece o jogo contra o Vitória, domingo. Não posso acreditar que Kaio, que até agora mostrou ser apenas um jogador aplicado, comece o jogo como titular, como estão especulando.

Sobre o revezamento na lateral-esquerda. Renato deve ter bons motivos para assim proceder.

 

Grêmio tem tudo para garantir vaga no jogo da volta

Escrevo estas mal traçadas linhas no celular. Sem internet em casa. Por isso, serei breve.

O Grêmio por detalhe não empatou um jogo em foi irregular e instável.

Jael teve o gol à disposição num cruzamento de Marinho e cabeceou nas mãos do goleiro.

Mesmo assim, jogou mais que André.

O Estudiantes venceu por 2 a 1. Mostrou que seu DNA tem a marca do velho futebol argentino, de ganhar na porrada e na catimba. Metade do time foi amarelado e um levou vermelho. Pena que foi na reta final do jogo.

Kannemann foi o nome do jogo. Marcou o gol ao pegar rebote do goleiro após cabeceio de André. Kannemann ditou a postura do time diante da violência argentina.

No jogo da volta o Grêmio tem tudo para garantir a classificação. Graças ao gol do bravo kannemann, que uns e outros vivem dizendo que vai embora. Mas ele segue aqui, felizmente.

Saco de pancadas vinga os titulares e bate o festejado Flamengo

Saco de pancadas no Brasileirão há duas temporadas, o time B do Grêmio, quem diria!, foi redimir-se justamente contra o Flamengo, talvez a melhor equipe que se apresentou na Arena nesta temporada, e apontado por muitos no centro do país como o melhor futebol do país no momento.

Os reservas do Grêmio bateram o misto (muito) quente do Flamengo por 2 a 0, sinalizando que, ao contrário dos mensageiros do apocalipse sempre de plantão proclamaram depois de do empate por 1 a 1, nada está decidido na Copa do Brasil.

No futebol, cada jogo é um jogo, tem sua história, suas circunstâncias e peculiaridades.

A vitória, de lavar a alma, deve estar preocupando os flamenguistas, sua ufanista crônica esportiva e, aqui no Texas, os secadores de todos os escalões, e deixando sem palavras os gremistas de pouca fé e muito fel que abundam nas redes sociais.

Confesso que não esperava mais que um empate, ainda mais que já vi esse time reserva jogar bem e mesmo assim ser derrotado. Conforme escrevi anteriormente, via o time abandonado pelos deuses do futebol.

Foi o primeiro pensamento que me ocorreu quando Jael errou o pênalti ainda no primeiro tempo. Sobre essa cobrança e seu cobrador: só o que espero de um jogador como Jael é que ele bata com força, nunca colocado. Que feche os olhos e bata o mais forte que puder. Sem essa frescura de bola colocada no canto, que é o que os goleiros mais querem.

Enquanto maldizia Jael, eis que ele se recupera de uma forma quase épica, no final do primeiro tempo: foi com tudo na bola perfeita cruzada pelo Leonardo (prova irrefutável de como é fácil, no futebol, morder a língua): marcou de cabeça, chocando-se com Marinho, e comemorando o gol com o sangue escorrendo pelo rosto. Assim também se forja um herói.

Pois Jael, do pênalti batido bisonhamente, fez um segundo tempo de primeira qualidade, inclusive fazendo o lançamento primoroso para Marinho, que começou a exibir um pouco do futebol que o consagrou no Vitória. Marinho desviou com categoria do goleiro.

Agora, o resultado foi ótimo sob todos os aspectos, mas o que me interessa mesmo é saber com quais reservas se pode contar, já que é importante ter um grupo de qualidade e quantidade para brigar por três títulos. Minhas conclusões sobre alguns jogadores sobre os quais pairavam, ou pairam, dúvidas.

– a afirmação de Paulo Miranda. Foi sua melhor partida desde que chegou ao Grêmio. Manteve o nível mesmo com a saída de Bressan e a presença de Jaílson, este um jogador realmente muito útil. Felizmente não foi negociado.

-Leonardo cresceu uma enormidade, provando que quem trabalha, se dedica e recebe boa orientação, pode evoluir. Léo Moura tem hoje um reserva confiável.

-Matheus Henrique, está aí não um novo Arthur, mas um jogador com características semelhantes e potencial a ser revelado jogo após jogo. A lamentar que não esteja na lista da Libertadores. Com seu toque de bola ajudou a dar mais qualidade ao time no meio, ao lado do mestre Douglas.

-Douglas jogou um futebol para dissipar todas as dúvidas sobre sua recuperação. Eu pensei que ele não poderia voltar ao futebol de alta performance, mas me enganei, felizmente. Ele vai ser muito útil.

Vale destacar também a volta de Alisson, jogador importante, uma espécie de 12º titular. Outro que voltou bem, apesar do pouco tempo, foi Thony Anderson.

Por fim, o grande acerto do técnico Renato com a bola rolando: a substituição de Bressan não por um zagueiro, mas pelo jovem volante Matheus Henrique, deslocando Jaílson para a zaga

Temos um time A de ponta, um técnico de ponta e um time B com jogadores em evolução.

O céu é o limite (permitam-se esse momento de euforia).

 

Grêmio recua demais e sofre empate nos acréscimos

Pelo que se viu nesta noite, na Arena, o Flamengo tem mais time que o Grêmio. Não significa que a vaga à próxima fase da Copa do Brasil é dos cariocas. Quer dizer apenas que o Grêmio terá que jogar bem mais do que jogou, principalmente no segundo tempo, quando, na verdade cruel e assustadora, quase não jogou.

O que se viu foi um Flamengo pressionando, encurralando o Grêmio. O que se viu foi um Marcelo Grohe salvador, a dupla de área se desdobrando para afastar a bola da área, os laterais esforçados e abnegados, e o restante do time completamente perdido, correndo atrás da bola e, ao tomá-la, ficou sem saber o que fazer com ela.

É impressionante o números de bolas afastadas da área que não tiveram continuidade ofensiva, um contra-ataque, para assustar um pouco o rival que se impunha de forma avassaladora e destemida.  A maioria dos rebotes era do Flamengo.

Nesse aspecto, o de manter a bola e puxar contra-ataque, defino a atuação de Jael de constrangedora. Com todo aquele corpo, conseguiu ser neutralizado. Foi desarmado facilmente. E quando teve a bola, em vez de tentar o passe, preferiu se enrolar esperando a falta, que o juiz sonegou pelo menos em duas oportunidades.

O mesmo vale para Marinho, que desta vez entrou para jogar no lado esquerdo. Não conseguiu uma vitória pessoal sequer. Em nada contribuiu no momento em que o time mais precisava de sua velocidade e de seus dribles.

Em termos de camisa 9, o Grêmio, decididamente, não está bem. Jael e André ficam abaixo da média do time. Brocador ainda não foi devidamente testado.

Há um caminho aberto para Douglas para repetir o esquema do time na conquista do penta. Desconfio que Renato já está preparando o maestro para mais adiante. Teremos, então, a volta daquele ataque móvel que muito me agrada.

Agora, há um problema, assunto já levantado aqui por mim e por outros analistas do blog tantas vezes: o Grêmio tem um ótimo time titular. Mas um time que sangra na razão direta da entrada de reservas.

O Flamengo mostrou muita qualidade, mas só quando começaram a entrar reservas. O start foi a saída de Léo Moura, que cansou. Vieram outras alterações e o time afundou. Não sei se Jaílson estava no banco, mas era jogo para ele entrar em meio aquele sufoco nos 15 ou 20 minutos finais, filme de terror para a torcida que enfrentou o frio e foi à Arena.

Mas assim como o Flamengo conseguiu seu empate aos 48 minutos, nada impede que o Grêmio faça o mesmo no Maracanã, cenário de grandes vitórias do tricolor. Nada impede também que vença, apesar do grupo de mais qualidade do Flamengo.

Agora, ficou muito claro que o Grêmio terá de jogar bem mais do que jogou para continuar na Copa do Brasil.

DESGASTE

Ah, e o preparo físico do Flamengo, que, ao contrário do Grêmio, não poupou o time titular na rodada do final de semana?

Não está na hora de discutir a preparação física?

EDINHO

Lamentável o comentarista da SporTV, que viu um pênalti na área do Grêmio, que teria sido cometido por Geromel. Ele insistiu. Até que Leonardo Gaciba deu a real: lance normal. Edinho também cobrou um cartão amarelo para Geromel em outro lance. Lamentável.

VAR

O primeiro jogo oficial com o VAR no Brasil entra para a história. E ali estão Grêmio e Flamengo. Não é pra qualquer um.

O VAR, porém, não apareceu. Não foi chamado. Nem foi necessário.

Foi um jogo limpo, sem jogadas violentas, tanto que o juiz, salvo engano, não tirou o cartão do bolso.

Em campo as duas equipes de melhor futebol no país.

 

Os ídolos fabricados e os espontâneos

Pouco importa se os 10 anos de Inter sejam, na verdade, um pouco mais que nove (houve uma pausa para o River Plate nesse período). O que interessa é forjar um ídolo colorado a qualquer custo, o que, no meio de tanta carência, não é tão difícil e até dispensa uso de PDF.

O eleito, como todos estão fartos de saber pela abundância de material em rádio, TV e jornal, além das redes sociais, é o sr . D’Alessandro.

Uma idolatria perigosa, porque ninguém sabe o que o ídolo vermelho pode aprontar. A ameaça de repetir o ‘pular da barca’ de anos atrás está descartada, porque se ele o fizer ninguém vai se importar.

Um ídolo natural, erigido pelo clamor popular poderia ser o autor do único título mundial do clube, o Gabiru. Que falta de sorte!, lamentam ainda hoje os colorados loucos para idolatrar alguém, digamos, mais representativo, alguém que fosse motivo de orgulho como é Renato para os gremistas.

Foram os gols sobre o Hamburgo, em 1983,  que projetaram Renato Portaluppi como maior ídolo da torcida gremista, ou da imensa maioria dos tricolores. Foi justamente o principal jogador do time, não alguém que entrou de penetra na festa e acabou sendo protagonista.

O fato é que não foi necessária nenhuma campanha para Renato ser aclamado e sacramentado como ídolo tricolor.

Uma posição consolidada agora com os quatro títulos conquistados pelo Grêmio em menos de dois anos com Renato como treinador. Tanto que em breve Renato vai virar bronze na Arena.

Numa comparação – como se pudesse haver comparação -, terá o argentino, mesmo com todos os seus pendores de marqueteiro, capacidade de repetir fora de campo o sucesso (relativo, é verdade) alcançado nos gramados?

D’Alessandro nesses nove anos teve sucesso mesmo foi no Gauchão, onde ele é Rei por razões muito conhecidas. Teve a Libertadores de 2010 e uma Sul-Americana. E só.

Até o Tarciso, com seu jeito discreto, fez mais que o D’Alessandro, conforme andei lendo nas redes sociais. Jogou mais vezes, fez mais gols e conquistou mais títulos importantes.

Em contrapartida, o argentino foi um dos participantes do maior vexame do século, a derrota para o Mazembe, no Mundial de 2010. Devo ao D’Alessandro essa alegria, uma das maiores que tive no futebol.

Uma alegria tão grande que acabei criando as cervejas MAZEMBIER e KIDIABA, intragáveis para os colorados mais fanáticos.

Bem, não tenho dúvida de que D’Alessandro é um ‘ídolo’ fabricado como contraponto (tudo vira Gre-Nal) a um ídolo natural, espontâneo, nascido no coração de cada gremista.

Por isso, eterno.

Os deuses do futebol e o time reserva do Grêmio

A impressão que dá é que os deuses do futebol decidiram punir o Grêmio por abdicar da disputa do título brasileiro.

Então, acontecem coisas estranhas. Por exemplo, o goleiro do Grêmio dando assistência para o jogador da Chapecoense fazer o gol de empate, o 1 a 1.

A bola saindo para a linha de fundo, ele abandona a goleira para dar o bote no atacante da Chape, o excelente Bruno Silva. Aí, ele coloca em jogo uma bola que estava saindo. São os deuses do futebol manipulando, só pode.

Sem contar que o jogador da Chape estava impedido na jogada, e o bandeirinha nada marcou.

Paulo Vitor, talvez por não ter sequência de jogos, tem se mostrado inconfiável. Antes de levar o gol ele já havia errado em duas ou três bolas lançadas para a área. No final, ajudou a garantir o empate, se redimindo parcialmente da bobagem varzeana.

A meu ver, o time reserva estava se encaminhando para conseguir sua primeira vitória, gol do Pepê em boa jogada com Hernane Brocador.

O time claramente se desestabilizou com o gol na falha de Paulo Vítor.

Sobre as individualidades: não me entusiasmei com ninguém, pensando em termos de aproveitamento no time principal.

Mas também ninguém me decepcionou, até porque de um ou outro já não espero muita coisa mesmo.

Vi um time médio, desentrosado (não poderia mesmo ser diferente), alternando bons e maus momentos. Depois do empate, mais maus momentos.

Afora a vontade dos jogadores, todos muito empenhados e taticamente disciplinados, fiquei contente com a atuação de Douglas. Ele mostrou que com mais dois ou três jogos – se não se lesionar de novo -, poderá ser muito útil no time de cima.

Gostei também do Brocador, sem entusiasmo, mas gostei.

Sobre Marinho, confesso que esperava mais. Ainda acho que ele deve ter mais liberdade na frente, não só jogar pelo lado direito.

No momento, resumindo, o que tenho a dizer é que felizmente Renato não precisa de nenhum dos que jogaram em Chapecó para o clássico contra o Flamengo pela Copa do Brasil, quarta-feira, na Arena.

 

 

Uma tentativa de explicar por que gremistas secam Roger

Toca o telefone. “Precisamos de um antropólogo, um psiquiatra, sei lá, alguém que consiga explicar por que tem tanta gente da torcida gremista que odeia o Roger”.

O Ricardo Worthmann normalmente entra assim, sem essa frescura de bom dia ou boa tarde. É um Kannemann atropelando pra matar a jogada. Ele vai direto ao ponto – roubando o slogan do Correio do Povo.

Compartilho do espanto do cara que conseguiu provar que a imprensa gaúcha sempre foi generosa com o Inter, e isso desde o Rolo Compressor, conforme farta documentação apresentada pelo criador da IVI a partir de pesquisas em arquivos de jornais.

Aliás, nesta semana o cornetadorw publicou uma contracapa de jornal colocando a manchete do Grêmio campeão, em 1968, título atenuado por uma matéria com Pelé no alto da página (que poderia ficar muito nas páginas internas).

Rivalizando com a manchete principal, outro título em letras garrafais, como se dizia naqueles anos, definindo como ‘ESPETACULAR’ uma vitória do Inter num jogo por laranjas, ou bergamotas, tanto faz. Cômico, ridículo.

Coloradismo explícito. Quem seria o editor dessa página de jornal que é um atestado da existência da IVI desde sempre?

Confiram:

http://cornetadorw.blogspot.com/2018/07/a-incrivel-manchete-do-pos-hepta.html

NEM FREUD EXPLICA

Voltando ao Roger Machado e ao diálogo (normalmente uma conversa com RW ao telefone é um monólogo, de tanto que ele fala) com esse sobrevivente dos anos 70, assim como eu e meu velho amigo Ricardo, de Cruzeiro do Sul, velho companheiro de arquibancada do Olímpico, e tantos outros.

O RW se dizia impressionado com o número de gremistas que escrevem aqui no blog manifestando alegria com a queda do Roger Machado no Palmeiras.

Tento encontrar uma explicação por essa felicidade com o infortúnio do Roger, que, a meu ver, deveria ser reverenciado tanto por sua passagem como grande lateral dos anos 90, como pelos poucos meses em que comandou o time tricolor.

As pessoas esquecem – questão de memória seletiva – que o Roger assumiu o time do Grêmio numa situação caótica, com um início preocupante de Brasileirão sob o comando do supercampeão Felipão.

Em semanas, ele conseguiu dar ao time um outro padrão de jogo, implantou um conceito de futebol que levou o time a ser elogiado no centro do país – aqui nem tanto, pelas razões que todos conhecem – e a ter grandes atuações, como a dos 5 a 0 sobre o Inter, um resultado inesquecível que vale por um título de campeonato.

Só essa goleada sobre o grande rival já quase justificaria  uma estátua do Roger. Mas o principal, seu maior legado (olha o Pedro Ernesto aí), foi esse conceito de jogar futebol da escola guardiolona, uma herança que Renato recebeu e aprimorou, e muito, provando que é um treinador diferenciado, superior.

Bem, arrisco dizer que ao mudar a maneira de jogar do Grêmio, que teve seu ápice com Felipão nos vitoriosos anos 90, aquele time raçudo, de marcação forte e impositiva, que se impunha pela objetividade e pragmatismo, Roger comprou uma briga.

A geração de gremistas que viveram intensamente a década vitoriosa de 90 não aceita outro modelo de jogo. Quer o volante que suja o calção e muitos gols de cabeça, sem essa de ficar tocando a bola em busca de um espaço para enfiar a bola, de muita aproximação e movimentação na frente.

Roger ainda provocou esse pessoal, que tem suas razões e eu as respeito, ao afirmar que jamais armaria um esquema para ficar cruzando bola para um jogador. Os saudosos de Felipão devem ter pensado, na hora, em Arce cruzando e Jardel cabeceando. Como alguém se atreve a desafiar esse conceito?, devem ser pensado.

Hoje, o Grêmio tem um futebol mais acadêmico, mais bonito e não menos bem-sucedido. Muito graças ao Roger. Mas tem gremistas que querem a volta dos anos 90, por isso secam Roger.

De minha parte, sou grato ao Roger por ter contribuído para a quebra de jejum de 15 anos, por seus acertos e até pelos seus erros, muitos deles corrigidos por Renato.

Quem prestar atenção, sem preconceitos e com humildade, verá que o Grêmio hoje tem uma parte de Roger e também de Felipão – prova mais recente foi a virada sobre o SP -, mas tem principalmente muito do TREINADOR RENATO PORTALUPPI, que, acreditem!, também enfrenta resistência entre torcedores gremistas, e quando sair do Grêmio haverá gremistas comemorando algum eventual insucesso em outro clube.

Mas aí nem Freud explica.

 

Grêmio vence com futebol de Libertadores

O Brasil, digo, o Grêmio que eu quero é o que joga sempre a morrer, como se cada partida fosse uma eliminatória da Libertadores.

Eu sei que isso é impossível, porque cada jogo tem sua história e circunstâncias, a começar pelo peso do adversário.

Um São Paulo que ainda por cima sai na frente logo nos primeiros minutos é um adversário que precisa levar uma lição, ainda mais quando o gol foi marcado por um ex-gremista, o Diego Souza, que parece ter um prazer especial em jogar contra o Grêmio.

O gol feriu o amor-próprio do time, que vinha de uma atuação quase medíocre contra o Vasco, e que alegrou uns e outros diante da possibilidade de uma crise no clube que representa o Rio Grande do Sul na Copa do Brasil e na Libertadores.

O que se viu foi um Grêmio indignado como a gente só percebe nos mata-mata de fase derradeiras das competições. Um Grêmio jogando com alma.

Como descrever a atuação de Kannemann, que evitou um gol do São Paulo e, mais do que isso, se impôs com bravura e, diria até, com raiva, sangue nos olhos e, sim, o coração na ponta da chuteira?

E o Marcelo Oliveira, tripudiado – com um pouco de razão – pela maioria dos gremistas, esquecidos que no futebol não se pode ser definitivo, porque tudo pode mudar em questão de minutos, ou de um jogo para outro.

A ‘avenida Marcelo Oliveira’ ficou interditada ao trânsito de intrusos. MO foi outro bravo, como de resto todo time, e eu o destaco apenas porque poucos jogadores do grupo atual são tão criticados quanto ele.

Foi o Grêmio da superação. Aqueles que se apressaram em dizer que havia um racha no vestiário a partir de declarações do técnico Renato Portaluppi vão ter de esperar pela próxima má atuação para destilar seu veneno.

Por fim, o grande destaque individual do jogo: Éverton. Em dois lances de técnica e ousadia, além de força e velocidade, ele fez os gols da vitória. No primeiro, lançamento preciso do Maicon; no segundo, uma enfiada de bola de Luan, que até nem fez grande partida.

Uma pena que não veremos o Grêmio jogando sempre assim no modorrento Brasileirão dos pontos corridos. Se isso fosse possível em meio a outras duas grandes competições, o tri seria até tranquilo.

O Flamengo, próximo adversário pelas quartas-de-final da Copa do Brasil (dia 1/8, na Arena), já viu o que o espera.

 

 

Racismo, imprensa gaúcha e redes sociais

Informações dão conta que está em gestação um artigo (ou reportagem) sobre racismo no Grêmio. Torcedores teriam sido flagrados no jogo contra o Atlético Mineiro, na Arena, entoando canções de cunho racista.

Comportamento inaceitável sob todos os aspectos.

O Grêmio não precisa desse tipo de torcedor, que a qualquer momento pode provocar danos irreparáveis como o causado por aquela torcedora no jogo do ‘Aranha’. Até hoje o Grêmio paga a conta desse estrago em sua imagem.

Agora, é impressionante como setores da mídia gaúcha não perdem uma oportunidade para reforçar o rótulo de racista ao clube que tem seu hino composto por um negro, o genial Lupicínio Rodrigues.

A mesma imprensa que sonega informações negativas sobre o Inter ‘por respeito’ à entidade, é ligeira para criar ambientes de tensão e discórdia no Grêmio, ainda mais neste período de grandes conquistas do tricolor.

Questão de ordem: alguém sabia que Adriano Gabiru, o herói desprezado, estava em litígio judicial com o Inter, um caso que teria encerrado com um acordo ontem na Justiça do Trabalho? Pois é.

Voltando:

Foi só o Grêmio perder, jogando mal, que o pessoal saiu disparando que o vestiário tricolor teria problemas, ainda mais depois das declarações do técnico Renato ao final do jogo contra o Vasco.

Esse tipo de ‘informação’ foi ampliada por outros cronistas ‘isentos’ da aldeia, entre os quais um conhecido apresentador.

Teve jornalista que admitiu publicamente, ao microfone, que sabia de três meses de atraso salarial no Inter, e que agora poderia falar porque as contas foram colocadas em dia. (será mesmo que foram?)

E assim vai a crônica esportiva gaúcha nessa época de redes sociais atuantes para o bem e para o mal.

O torcedor hoje tem força, precisa ser ouvido. Quem subestimar o poder dos tuiteiros, por exemplo, pode se dar muito mal, principalmente se não atuar de forma isenta e séria, sem esse desespero que se percebe na busca pelos cliques fáceis e fugazes.

Já há exemplos de repórteres que perderam seus espaços na mídia tradicional por terem relegado o maior patrimônio de um jornalista, a credibilidade, e que hoje navegam sem rumo no mar agitado das redes sociais.

Nas última horas, as ondas cresceram. Revoltados, torcedores prometem retaliação se for mesmo publicada outra matéria no sentido de fixar em cada gremista o injusto rótulo de racista.

Ainda mais quando se sabe que injúrias raciais acontecem em todas as torcidas, inclusive a do Inter, conforme fartamente comprovado, mas nunca com a repercussão dada aos episódios envolvendo o Grêmio.

LIVRO

A propósito, o assunto é abordado com talento pelo jornalista Léo Gerchmann em seu livro Somos azuis, pretos e brancos.