O Brasil pressionou tanto no segundo tempo – com o gremistão Douglas Costa arrasando pela direita – e criou tantas situações de gol, que me surpreendi, perto dos acréscimos, desejando um golzinho verde-amarelo. O empate seria muito injusto, pensava eu entre um gole e outro de chimarrão, naquele momento em que milhões de brasileiros sofriam diante da TV.
É o tipo do jogo que onde passa o boi, passa uma boiada. Em cinco minutos o Brasil saiu do fundo do poço das lamentações ao pódio da esperança.
Com o perdão da palavra, a seleção levou um cagaço. Meu lado sádico é ver torcedor da seleção sofrendo. Detesto quando o Brasil faz gol no início e vence sem maiores atropelos. Agora, vencer assim com gols nos acréscimos é um deleite.
Na verdade, eu não me incomodo que o Brasil avance e até dispute a final. Dá mais tempero à secação. Só não quero o título, e aí eu seco. Mas se der Brasil, não perco meu sono.
Agora, pelo que fez nos dois jogos, a seleção de Tite não vai muito longe.
Se a Costa Rica, uma seleção menor, conseguiu resistir 90 minutos sem levar gol, contra a Croácia, por exemplo, será muito mais difícil.
Vejo o time montado por Tite muito dependente de individualidades. Não aparece um esquema bem estruturado, com funções bem definidas para alguns jogadores. Não há uma bola trabalhada no meio de campo.
Falta ao time um jogador como Luan, o melhor seria o próprio. Falta um articulador, que atue entre linhas, como diz o Tite. Alguém que municie o ataque com uma bola enfiada, deixando o atacante na cara do goleiro.
Por outro lado, quando a bola é recuperada pelo adversário, vejo a defesa muito frágil, sem uma marcação forte, e com muito espaço a ser explorado.
Tudo indica que Tite vai pagar o preço da soberba somado ao seu apreço por manter as ovelhinhas que o acompanham há mais tempo, embora pouco tenham contribuído verdadeiramente.
VAR
O VAR prejudicou o Brasil duas vezes.
Na primeira, contra a Suíça, no gol faltoso, que o juiz assinalou e se recusou a rever. Ele teria visto o empurrão nas costas do Miranda.
Tem ainda o lance discutível do Gabriel Jesus.
Na segunda vez, quando Neymar encenou uma falta e levou o juiz a marcar pênalti. Neste caso, o juiz, que estava errando feio, apelou para o VAR. Pênalti anulado.
O VAR é muito bom, mas não pode ficar dependente de uma iniciativa do juiz. Desequilibra a competição.
O certo seria o capitão do time também fazer um ou dois pedidos por jogo. Ajudaria a reduzir o poder desses árbitros que estão se revelando, de um modo geral, muito ruins. E isso graças ao VAR.