Seleção sofre, mas avança na Copa do VAR

O Brasil pressionou tanto no segundo tempo – com o gremistão Douglas  Costa arrasando pela direita – e criou tantas situações de gol, que me surpreendi, perto dos acréscimos, desejando um golzinho verde-amarelo. O empate seria muito injusto, pensava eu entre um gole e outro de chimarrão, naquele momento em que milhões de brasileiros sofriam diante da TV.

É o tipo do jogo que onde passa o boi, passa uma boiada. Em cinco minutos o Brasil saiu do fundo do poço das lamentações ao pódio da esperança.

Com o perdão da palavra, a seleção levou um cagaço. Meu lado sádico é ver torcedor da seleção sofrendo. Detesto quando o Brasil faz gol no início e vence sem maiores atropelos. Agora, vencer assim com gols nos acréscimos é um deleite.

Na verdade, eu não me incomodo que o Brasil avance e até dispute a final. Dá mais tempero à secação. Só não quero o título, e aí eu seco. Mas se der Brasil, não perco meu sono.

Agora, pelo que fez nos dois jogos, a seleção de Tite não vai muito longe.

Se a Costa Rica, uma seleção menor, conseguiu resistir 90 minutos sem levar gol, contra a Croácia, por exemplo, será muito mais difícil.

Vejo o time montado por Tite muito dependente de individualidades. Não aparece um esquema bem estruturado, com funções bem definidas para alguns jogadores. Não há uma bola trabalhada no meio de campo.

Falta ao time um jogador como Luan, o melhor seria o próprio. Falta um articulador, que atue entre linhas, como diz o Tite. Alguém que municie o ataque com uma bola enfiada, deixando o atacante na cara do goleiro.

Por outro lado, quando a bola é recuperada pelo adversário, vejo a defesa muito frágil, sem uma marcação forte, e com muito espaço a ser explorado.

Tudo indica que Tite vai pagar o preço da soberba somado ao seu apreço por manter as ovelhinhas que o acompanham há mais tempo, embora pouco tenham contribuído verdadeiramente.

VAR

O VAR prejudicou o Brasil duas vezes.

Na primeira, contra a Suíça, no gol faltoso, que o juiz assinalou e se recusou a rever. Ele teria visto o empurrão nas costas do Miranda.

Tem ainda o lance discutível do Gabriel Jesus.

Na segunda vez, quando Neymar encenou uma falta e levou o juiz a marcar pênalti. Neste caso, o juiz, que estava errando feio, apelou para o VAR. Pênalti anulado.

O VAR é muito bom, mas não pode ficar dependente de uma iniciativa do juiz. Desequilibra a competição.

O certo seria o capitão do time também fazer um ou dois pedidos por jogo. Ajudaria a reduzir o poder desses árbitros que estão se revelando, de um modo geral, muito ruins. E isso graças ao VAR.

 

Marinho, Alisson e a Copa que ainda não tem favorito

Terminados os jogos da primeira rodada e já avançando para a segunda, é inevitável concluir que não apareceu um favorito retumbante ao título da Copa do Mundo.

Nenhuma seleção me convenceu. Hoje, parei para assistir a Portugal e Marrocos. Realmente, Portugal é Cristiano Ronaldo e dez jogadores medianos. Portugal pariu uma vitória, com gol do CR aos 4 minutos, porque na realidade não merecia mais que um empate, e olhe lá.

Não vi a Inglaterra, mas deve ser aquela coisa de sempre, um futebol forte, vigoro e pouca criatividade. Aliás, as grandes potências estão assim, praticando um futebol de muita aplicação tática, muito preparo físico e um jogo pouco inspirado.

Os favoritos são os de sempre. Falam maravilhas da Bélgica, que tem uma geração de ouro, blá-blá-blá. As pessoas vivem buscando um novo carrossel holandês. É o mesmo que eu esperar por um Garrincha, um Pelé.

A Bélgica vai morrer na praia como sempre.

Se eu tivesse que apostar, jogaria todas as minhas fichas na Alemanha, apesar da estreia decepcionante. Meu segundo favorito é a Espanha.

O Brasil aparece em terceiro. Tem gente preocupada com o empate diante da Suíça. Olha, o Brasil foi muito superior. O problema é que não aproveitou as chances criadas.

Só não aposto mais na seleção do Tite porque não vejo na maioria dos jogadores comprometimento com a equipe, com o país, com a torcida. Aliás, é o que tem acontecido nas últimas Copas.

Outra coisa, estamos vendo seleções vencendo com uma ou duas chances de gol, jogando uma bolinha muito mais ou menos.

Aliás, a primeira rodada, onde há o confronto de grandes seleções contra as menores, engana muito, porque temos de um lado uma equipe que ataca e outra que se defende e explora contra-ataques.

Tipo Grêmio x Inter, sem direito ao VAR para marcar os três pênaltis.

Com o equilíbrio de forças nos duelos dos favoritos de sempre, a verdade de cada um aparece.

MARINHO

Grande contratação. É uma alternativa ao Éverton e ao Ramiro. Pode até acabar titular. Exímio batedor de falta.

Só ficou uma pulga atrás da orelha. Ele vem para suprir uma eventual saída do Éverton? Espero que não. Gostaria de ver um ataque com os dois nas extremas. E quem sabe o Ramiro na lateral. O melhor seria contratar um lateral-direito para disputar com Léo Moura.

IMPRENSA

É impressionante! O site clicrbs anuncia com destaque a possível contratação de Marinho. Notícia boa para a torcida gremista.

Para consolar os colorados, outra chamada, dentro do espírito da agenda positiva:

Inter terá direito a parte da venda do jogador.

Sem comentários.

ALISSON

Imprensa do centro do país, pelo menos a maior parte, critica Alisson por não ter saído para soquear a bola que ficou a menos de dois metros dele, com o suíço cabeceando no meio da pequena área, onde a bola, como se sabe desde sempre, é do goleiro.

O gol pelo jeito fez o Real Madrid desistir do ex-goleiro colorado. Com isso, cessaram as contas de quanto o Inter levaria numa eventual transação desse porte.

Os erros que determinaram o empate da Seleção

Começo com uma confissão: sou secador juramentado da seleção. Teve alguns momentos na vida em que eu torci muito, como na Copa de 70. Mas eu era guri, acreditava em muita coisa, tinha a pureza no coração.

O tempo faz isso com a gente, além de danificar algumas peças internas e nos impor rugas, nos torna duros, críticos demais, descrentes, amargos como underberg com limão.

Quando estou em família, eu não seco, fico em silêncio e se o Brasil perde um gol eu faço um breve comentário – gelado como o nosso clima por esses dias – consolador, tipo ‘foi por pouco, na próxima entra’. Faço um olhar compungido

Nesse jogo contra a Suíça nem cheguei a secar. Não vou perder meu tempo e minha energia secando um timeco de segunda linha no futebol mundial. É como secar o Inter contra o Ceará, perda de tempo. Às vezes até que não.

Fui um mero telespectador, um dos ‘amigos da Rede Globo’, como diz o Galvão Bueno. Antes que me xinguem, adianto que gosto das narrações ufanistas do Galvão. Quando mais ufanistas, melhor. Elas reforçam o meu desprezo por todo esse circo verde-amarelo.

Não me perguntem quando foi que eu comecei a secar a Seleção. Não tenho muita certeza. Acho que foi em 1974, quando convocaram o Valdomiro – jogador operário, eficiente, mas sem condições de honrar a camisa que foi de Garrincha. Fiquei muito irritado. Queria também o Zico, que surgia com brilho no Flamengo do gaúcho Carlos Froner, e foi esquecido por Zagalo.

Ah, nunca gostei do Zagalo. Outro motivo para secar a seleção em outras Copas. Em 2002 fiz uma pausa por causa do Felipão, e apesar do boleiro aquele. Não sequei, mas também não fui daqueles torcedores que soltam a franga e abraçam como se tivessem acabado de receber um aumento generoso de salário ou uma promoção.

Comecei a trabalhar em 1978, na Folha da Tarde. Minha primeira Copa como jornalista, portanto, foi em 1982. Quero dizer que sequei, discretamente, mas sequei.

Antes de falar do jogo deste domingo, faço uma pequena ressalva: eu seco, mas sem fanatismo. Não é como secar o Inter, muito mais divertido. É uma secada que sai no automático essa que eu faço nos jogos da seleção.

Estranho, o Tite – o técnico que eu queria vitalício no Grêmio, antes de aparecer Renato – seria um motivo forte para eu dar uma torcidinha. Não consigo. Estou pensando em consultar um psicanalista.

O JOGO

Sobre o jogo: aconteceu mais ou menos o que previa: muita dificuldade. Foi assim com a Alemanha, a Argentina, a França. Primeira rodada da Copa é propícia a essas zebras, que cada vez mais vão deixando de ser zebras porque há um nivelamento crescente no futebol.

A seleção do Tite foi melhor e merecia vencer, mas ficou longe de mostrar o futebol ‘maravilhoso’ cantado em prosa e verso pelos faceiros de plantão antes do jogo, talvez até para agradar seus anunciantes, que eles não estão jogando dinheiro pela janela, etc. O empate foi até um castigo pelo que fez o time em campo.

Leio e ouço muitas críticas ao juiz mexicano por não ter marcado falta no zagueiro Miranda. Foi falta, falta que deveria ser marcada na hora – afinal, pra que serve esse monte de juizinhos?

Eu sou secador, mas não estou aqui para mascarar o que penso. E estou bem de visão.

ERROS

Agora, o grande erro no lance foi do goleiro. Ele ficou estático, petrificado embaixo do travessão. Se desse dois passos, poderia soquear a bola com facilidade, porque não havia um aglomero na disputa entre o suíço e o Miranda, visivelmente empurrado nas costas.

Errou o juiz, mas foi por ruindade mesmo. Curioso, o Brasil que sempre foi o queridinho das arbitragens sendo prejudicado. O mundo está mesmo mudando. Mas haverá compensações, aguardem.

Esse juiz mexicano mostrou sua incompetência logo nos primeiros minutos quando Neymar foi puxado de forma escandalosa no meio de campo quando se livrava de um marcador. O suíço sequer levou o amarelo, apenas uma advertência ao pé do ouvido do juiz Chapolim Colorado, algo assim: “Não faz mais isso, que é feio”. Como seria em espanhol?

Agora, no lance do suposto pênalti no Gabriel Jesus, depois de ver pela segunda vez, afirmo que foi lance normal, aquele agarra-agarra tradiconal. Gabriel se atirou. Então, vamos parar com essa choradeira.

Em resumo, ojuiz errou no lance do gol e acertou no do suposto pênalti. Nem preciso enfatizar que essa é minha opinião, porque sou que estou escrevendo com os dedos virando pequenos picolés.

VAR

A ideia do VAR é muito boa, mas nunca será o que dele se espera: o fim das injustiças no futebol.

Onde tem o olho humano, é impossível haver justiça plena.

O VAR já mostrou sua importância nesta Copa, mas também apontou que os problemas vão continuar, em menor escala, mas vão continuar.

No gol de Zuber, o VAR evitaria o erro se fosse utilizado pelo juiz. Vira e mexe, é o homem decidindo, não a máquina. Poderia ser diferente? Talvez algum dia, não agora.

Atuação em Recife reafirma a necessidade de reforços

Empatar jogando com time misto contra os titulares do Sport – poucas rodadas atrás venceu no Palmeiras, em SP – não é uma calamidade, como alguns querem fazer parecer.

Mas fica o sentimento que poderia ser diferente, o Grêmio com um time mais forte teria condições de voltar com três pontos e continuar sólido na ponta de cima da tabela. Será mesmo que Luan não podia jogar?

Há, porém, um aspecto positivo que a gente pode extrair desse empate por 0 a 0, em Recife. Ficou claro, ao menos pra mim, que se depender dessa turma de jovens que estão aí buscando seu espaço será muito difícil terminar o ano com nova conquista.

Pela amostragem até aqui ficou muito evidente que o Grêmio para fazer frente aos desafios do segundo semestre precisará qualificar o grupo com uns dois ou três jogadores. O jogo desta noite mostrou isso.

Definitivamente, não levo fé nesse Lima, um jogador que se movimenta, tem boa técnica, mas que no momento decisivo, na hora do chute, da bola enfiada entre os zagueiros, sai tudo errado. Espero que Renato tenha chegado à mesma conclusão. Espero, também, estar completamente enganado e que um dia Lima prove que eu não entendo nada mesmo.

Thaciano, que estava entrando bem nos minutos finais dos jogos, mostrou pra mim que é um jogador comum. Agora, é polivalente, tem alguma utilidade. Espero apenas que o Grêmio não pense nele como opção ao Jaílson. Se isso ocorrer, até os que não gostam do Jaílson – eu sou admirador dele – vão sentir saudades.

Thony Anderson foi preterido no último momento, e isso, somado ao que ele tem apresentado, significa no minimo que ele não está pronto para assumir o protagonismo, substituindo Luan.

Já começo a duvidar se foi mesmo bom negócio a troca por Edílson, ainda mais em função do que Léo Moura vem jogando – quando não está em tratamento ou em repouso.

Pra ficar no sistema defensivo, gostei muito da dupla de área reserva. Deram conta do recado, apesar de duas ou três vaciladas no segundo tempo. Bruno Cortez foi muito bem, mas de novo chegou à frente sem concluir de forma adequada as jogadas.

Voltando aos garotos: Pepê entrou no lugar de Lima, mas pouco acrescentou. Ou nada acrescentou. No entanto, tem bom potencial, assim como Thony. Mas já vi muito guri de bom potencial sair do júnior direto para os veteranos. Kaio, que substituiu Thaciano quase no final, não teve muito tempo, mas espero que ele tenha evoluído desde as últimas vezes em que entrou no time.

Destaque individual do jogo foi Arthur. Depois, Cícero. Ramiro voltou disposto, mas acertou pouco os lances ofensivos.

Na frente, um André interessado. A bola não chega, ele tenta chegar nela. A continuar assim, vai perder a posição para Jael, reconhecidamente um atacante limitado. E isso não é bom. O problema é que Renato parece estar perdendo a paciência com André.

Bem, haverá um longo período para ajustar as coisas. O segundo semestre vai exigir muito do time, do grupo.

Reproduzo twitter do @icoroman:  De 18/jul a 28/ago, o nosso terá 13 jogos. Média de 1 partida a cada 3,2 dias. Em agosto, serão 9 jogos em 28 dias. Média de 3,1.

Não vai ser fácil, ainda mais se não houver reforços.

A importância de um golzinho

O golzinho que andou faltando nos últimos jogos e tirou da moita os eternos insatisfeitos, mensageiros das trevas, apareceu ontem.

Éverton que não marcava há meia dúzia de jogos desencantou, e marcou um belo gol após lançamento longo e preciso do corneteado Cícero, considerado por uns ‘bruxinho de Renato’, e que só por isso era (ou é) escalado.

Cícero resolveu num lance de objetividade, com a bola literalmente passando sobre o tique-taque do meio de campo, e chegando ao que interessa: o gol.

Minutos antes, aos 14, Éverton havia acertado uma bola no travessão, pegando rebote dentro da pequena área. Mais um gol perdido nessa série de resultados negativos, que começou com o empate diante do Atlético PR, quando o time perdeu inúmeros gols.

Seria um mau presságio? O Grêmio dominou, teve ampla posse de bola, e poderia ter aumentado o placar. Faltou melhor complemento nas jogadas. A cada investida mal concluída, no último ou no penúltimo passe, eu temia por um gol do América.

Sabe como é, a bola que antes entrava com facilidade (contra o Santos, por exemplo), ficou mais resistente, mais teimosa. Pensava nos deuses do futebol. E não é que nos acréscimo quase Rafael Moura empata: um cabeceio que foi um coice, e uma defesa de reflexo e agilidade do GRANDE Marcelo Grohe.

Grohe garantiu a vitória obtida com o gol de Éverton, que felizmente foi esquecido pelo Tite.

São três pontos que mantém o time no bloco de cima, e, portanto, na briga pelo título brasileiro. Com uns dois ou três reforços – sem perder nenhum dos principais jogadores na janela da Copa -, poucas lesões e com os jovens da base dando uma resposta de qualidade, o tri no Brasileiro é possível. Difícil, mas possível.

O problema é que a gurizada que está entrando vem decepcionando. Um exemplo é o Lima. Renato precisa rever essa insistência. Taciano quando entra, sempre com poucos minutos, já mostrou mais futebol que o Lima.

Hora de testar Taciano na função de Ramiro (enquanto Alisson não retorna). Insistir com Lima já está virando teimosia, mesmo considerando que Renato tem, sem dúvida, melhores condições de avaliar esses emergentes.

JAILSON

Não entendo esse negócio do Jailson no Santos. Pode fazer parte de uma jogada da direção para reforçar o time usando o dinheiro dessa transação. E pensar que esse negócio poderia ser feito numa troca com o lateral Zeca. Aí sim estaria justificada a manobra. Bem, a direção merece toda minha confiança. Vamos acreditar que vem coisa melhor por aí.

Ah, e tem a possível saída de Arthur logo após a Copa. Já seriam dois jogadores de meio-campo.

SPORT

Quarta-feira, 19h30, o Grêmio enfrenta o Sport, em Recife. Fumaceira. Último jogo antes da Copa. Voltar com os três pontos na bagagem será fundamental para as pretensões do time.

Na mesma noite, o líder Flamengo pega o Palmeiras, em SP, 21h. Todos secando o Flamengo.

PALMEIRAS

Por falar em Palmeiras, aqueles que exageram nos elogios ao time do Roger após os 2 a 0 na Arena ficaram surpresos com o empate com o Ceará por 2 a 2. Por que esse empate?

O principal motivo é que o Palmeiras não fez desse jogo contra o LANTERNA uma decisão de Copa do Mundo. Tenho curiosidade em saber se o Palmeiras repetiu o número de faltas cometidas na Arena, 29 ao todo, sendo que 60% delas sobre Luan e Arthur.

Grêmio perde para um time mais competente nas conclusões

O Palmeiras surpreendeu o Grêmio. Diferente dos outros adversários, foi pra cima e, de quebra, abusou de cometer faltas para parar jogadas.

O árbitro sinalizou corretamente as infrações e distribuiu cartões amarelos para Felipe Melo, Moisés, Duda e outros. O problema neste quesito é que ele deixou de marcar as faltas em rodízio cometidas sobre Luan, notoriamente o principal articulador do atual campeão da América.

Depois de apanhar demais, ao sofrer a 12ª entrada dura, cometida por Bruno Henrique, Luan não se conteve, reclamou fortemente,  cobrando punição à caçada palmeirense. Luan levou o amarelo e Bruno Henrique saiu feliz, para minutos depois cometer uma falta forte e, aí sim, levar um cartão amarelo, que poderia ter sido o segundo se o juiz não desprezasse a regra do jogo.

Mas a derrota gremista não passou pela arbitragem, que deu sua contribuição para os 2 a 0, resultado injusto pelo que fizeram os dois times. O mais justo seria um empate, mas não existe justiça também no futebol.

A derrota começa pela ausência de Ramiro e pela escolha de Renato para a função. Lima foi o eleito. Havia outro melhor? Talvez Cícero, ou Jaílson. Renato optou por Lima, por ser um jogador que se sai bem nos pequenos espaços. Poderia ter iniciado com um desses dois volantes, deslocando Arthur para a direita.

O fato é que Lima não correspondeu. Não entrou no jogo. Pior, foi a partir de uma bola mal metida por ele, aos 21 minutos, que saiu o contra-ataque que resultou no primeiro gol de Willian.

É importante destacar que a saída de Maicon, no intervalo, lesionado, desarrumou um pouco o time, tanto é que o erro cometido por Lima foi pelo meio (ele estava até ali jogando pelo setor direito. Com esse gol, Renato colocou o time ainda mais no ataque. Houve momentos de forte pressão, mas a bola não entrou.

O Palmeiras fez o segundo aos 41, com Willian saindo em posição de impedimento. Erro da arbitragem. O curioso é que esse gol também saiu de um passe errado de um novato, o Thony Anderson. Aliás, ele e Lima até agora não deram uma resposta realmente alentadora, pelo contrário.

Outro que está em débito é o centroavante André. Resumindo: ele por enquanto me faz sentir uma bruta saudade do Jael. Nunca pensei que fosse escrever esse tipo de coisa.

No mais, destaque para a dupla de área gremista. Não há palavras para definir a atuação de Kennemann. Os dois laterais também foram bem. Leonardo, que muitos, eu inclusive, já havia descartado, está revelando boas qualidades, inclusive o chute de longa distância.

Se Leonardo era um caso perdido, e hoje está começando a justificar sua presença no grupo, quem sabe algum dia não estaremos todos aplaudindo Lima, Thony e Pepê, outro que entrou e voltou a me decepcionar.

Arthur voltou bem, mas notadamente fora de ritmo. Luan jogou muita bola, apesar da caçada, uma afronta aos que apreciam o bom futebol e cobram punições adequadas aos que tentam se impor cometendo faltas. Éverton também fez o possível, mas sem o brilho de outros jogos.

Por fim, penso que o Palmeiras venceu porque tem um time mais homogêneo, sem peças destoando como aconteceu nesta noite no time gremista. Além da competência de Willian nas definições, vale ressaltar também o técnico Roger (recebido com aplausos pela torcida), que jogou de igual para igual com o Grêmio, quando se esperava outro time mais preocupado em não perder.

Fiquei irritado porque vi o Grêmio levar dois gols a partir de passes errados e, principalmente, porque mais uma vez não conseguiu aproveitar as chances de gol que criou. Sem contar o juiz, que deveria ter punido o rodízio de faltas sobre Luan.

Vitória sobre o Bahia passa pela qualidade do grupo gremista

As chances do Tri Brasileiro passam pela resposta que os atuais reservas, principalmente os jovens que estão subindo, derem quando forem escalados pelo Professor Renato Portaluppi, que não cansa de repetir que administra um grupo, não um time, e que todo suplente que for chamado precisa estar preparado.

A frase é tão óbvia quanto a certeza de que boa parte da crônica esportiva da aldeia vai abordar nesta segunda-feira as atuações decepcionantes do André ou mais algum outro aspecto negativo na vitória alentadora de 2 a 0 sobre o Bahia para explorar à exaustão.

Ao repetir essa obviedade – para alguns não tão óbvia, porque só enxergam um time titular com mais dois ou três reservas imediatos -, Renato sinaliza que dá as oportunidades e quem não as aproveita, dança.

A gente percebe pelas reações dele à beira do gramado quem está agradando e quem tem os dias contados. Maicosuel é um exemplo, o que não significa que ele não possa ter aproveitado mais adiante. André, se vacilar mais, é outro. Hoje, ele apenas reserva o lugar para Jael (vejam só!).

Tudo isso só pra dizer que alguns jovens começam a mostrar que podem ser úteis, muito úteis, para ajudar o Grêmio a atingir seu grande objetivo: conquistar todas as competições que tem pela frente até o final do ano.

Para isso, é preciso mais do que 13 ou 14 ‘titulares’, é preciso pelo menos mais uns três ou quatro jogadores que entrem e acrescentem alguma coisa.

Contra o Bahia, tivemos boa resposta do Leonardo, que até hoje não havia justificado o investimento feito nele, e que melhorou em relação a ele mesmo; do Thaciano, que entrou bem de novo, embora tenha feito duas faltas bobas perto da área num momento de pressão do time baiano, e acabou fazendo um gol por ter acompanhado a jogada puxada por Éverton; e também do Lima, este entrando com mais assiduidade. Ainda não me empolgou, mas mostra virtudes a serem lapidadas pelo ourives Portaluppi.

Já não é possível dizer o mesmo do Thony Anderson, considerado por muitos uma jóia. Nem tanto ao céu nem tanto à terra. Ele tem um baita potencial, precisa de tempo de maturação. A atuação dele mostra que Renato está muito certo em lançá-lo aos poucos, até porque ele sabe muito bem como são imediatistas e ansiosos os torcedores, ou pelo menos grande parte deles.

Aos que acham que é pouca coisa vencer o Bahia, um time que luta contra o rebaixamento, é preciso considerar que essa foi sua primeira derrota na Fonte Nova neste Brasileirão.

Foi um jogo difícil, em que pela primeira vez nos últimos tempos o Grêmio teve menos posse de bola do que seu adversário. O Bahia, como os outros times, jogou uma Copa do Mundo contra o Grêmio, que conseguiu a vitória com mais esforço que inspiração.

No primeiro gol, pênalti sobre Ramiro, aos 7 minutos, com jogada de Éverton. O segundo gol, de novo jogada de Éverton, que até não foi tão bem nesse jogo. Foi num contra-ataque. Thaciano pegou o rebote na disputa do goleiro com Pepê, e mandou para a rede. Importante registrar que Thaciano sempre entra com muita personalidade, passando segurança ao técnico.

Sobre a arbitragem, de novo a sensação de algo podre no ar. Cartões amarelos aplicados facilmente contra o Grêmio. Agora, se o juiz fosse mal-intencionado ele poderia ter marcado um pênalti naquelas jogadas enroscadas na área do Grêmio.

Mas é preciso ficar atento. Esses cartões podem repercutir lá na frente contra o queridinho Flamengo, hoje líder isolado da competição. A vitória sobre o Corinthians não mostra que o Flamengo está bem, e sim o quanto o Corinthians caiu.

Por fim, sem seu time titular completo na grande maioria dos jogos, o Grêmio é o vice-líder.

Lembrete: contratar um zagueiro e um lateral-direito.

 

Homenagem aos craques gremistas dos anos 50/60

Sucesso absoluto a festa promovida pelo cornetadorw. Na foto, da esquerda para a direita, Wolmir, Picasso, Zeca Rodrigues, Raul, Milton, Romildo Bolzan, Flecha, Juarez, Paíca, Sulí e Loivo. Agachado temos o João Severiano, o Joãozinho.

É neste sábado, ao meio-dia, no tradicional restaurante Copacabana – ponto de encontro dos jornalistas dos velhos tempos -, que acontece a festa de homenagem aos jogadores que levaram o Grêmio a conquistar insuperáveis 12 títulos regionais em 13 disputados.

Foi de 1956 até 1968. O martírio e a agonia dos colorados só foram interrompidos em 1961. No mais, foram anos de puro sofrimento, mais ou menos como aconteceu nos anos 90 e agora.

Eu peguei os últimos anos desse feito. Era guri em Lajeado, comia bergamota na praça e lia a Folha da Manhã Esportiva para ver meus heróis, gente que marcou seu nome e contribuiu para o Grêmio hoje ser o que é: um dos maiores clubes de futebol do planeta.

Costumo dizer que esse time dos anos 60 foi o melhor time que eu não vi jogar. Restam na memória narrações dos jogos, descrevendo lances e jogadas que insuflavam minha imaginação, e que me levavam para as arquibancadas de concreto do Olímpico, que eu fui conhecer só no início dos anos 70.

Parte desse Grêmio de um período romântico do futebol estará bem próximo de mim nesse encontro promovido e organizado pelo Ricardo Wortmann (leia-se cornetadorw), incansável crítico da IVI, sigla que ele criou e que, como um filho, agora pertence ao mundo, prova do sucesso da iniciativa.

Bem, será um momento de muita emoção. Mais de 130 pessoas confirmaram presença. Ainda há lugar para mais uns 30 torcedores. É só telefonar para o restaurante e referir que se trata do evento 12 em 13.

Mais de uma dezenas de ex-jogadores estarão presentes. Cada um irá receber uma camisa do Grêmio com o seu nome nas costas. Gentileza do presidente Romildo Bolzan, que também estará presente.

É o passado vitorioso se encontrando com o presente luminoso.

Entre os jogadores que já confirmaram presença: Juarez, João Severiano, Wolmir, Flecha, Milton Kuelle, Picasso, Suli, Zeca, Hercílio, Tesourinha II e Cardoso, campeão do mundo pelo Racing e pouco reconhecido aqui. Terei a honra de entregar a camisa pra ele.

Enfim, quem quiser comparecer ainda há tempo. Estão todos convidados.

 

 

Grêmio sofre as consequências da grandeza que conquistou

Não vencer dentro de casa é sempre frustrante, até quando se joga mal. Não é o caso do Grêmio, que joga bem, se impõe ao natural, cria oportunidades, mas nem sempre materializa a superioridade técnica e tática em gol.

Contra o fraco Ceará – goleado nesta noite pela Chapecoense – foi difícil sair um gol, que aconteceu numa escapada de Éverton que pegou a defesa adversária totalmente fora do lugar.

Na Arena, os times mantém a estrutura defensiva e raramente avançam em bloco, o que complica a criação de jogadas. O Grêmio atacou muito o Fluminense, mas esbarrou na monolítica defesa armada por Abel ‘vamu pra dentro deles’ Braga.

Cansado de perder para Renato, Abelão tratou de evitar nova humilhação. Foi visível o alívio dele quando o juiz encerrou o jogo, aos 6 minutos de acréscimo. Antes, fizera gestos desesperados sinalizando que era hora de encerrar a partida, esquecido talvez que seu time abusou de ganhar tempo.

Tudo isso é reflexo da grandeza atual do time gremista, respeitado e admirado, especialmente fora do Estado – aqui o que prevalece é muita inveja e despeito.

O Grêmio é o responsável por essa situação: todos entram em campo na Arena determinados a jogar por uma bola. A grandeza atual do time assusta.

Nesse sentido, Atlético PR, Inter e Fluminense têm mesmo o que comemorar: não perderam na Arena. Poderiam ter sido esfolados, mas resistiram e festejam o ‘pontinho fora’, que saiu barato para os três.

Agora, a despeito da proposta de jogo do Fluminense, faltou ao Grêmio nesta noite melhor acabamento nas jogadas. Não gostei de Lima nem e principalmente do Madson, que não consegue se adaptar à forma de jogar do time. Lima a meu ver não tem característica para fazer a função de Ramiro. Já Madson se esforça bastante, mas não consegue completar uma jogada com qualidade.

Outro que parece sem saber o que fazer é o experiente André, Seu primeiro tempo foi preocupante. No segundo, melhorou, mostrando ao menos mais interesse e disposição.

A entrada de Pepê pouco contribuiu. A cinco minutos do final do tempo normal, Renato colocou Thony e Thaciano. Achei que eles poderiam ter entrado mais cedo, mas o time estava bem, pressionando com insistência e até perdendo gols, como aconteceu com Éverton, aos 29, quando pegou rebote com o goleiro apavorado e chutou pra fora.

Se um deles fosse o Messi ou o Neymar eu estaria agora criticando o técnico gremista, mas estamos falando de dois jovens que ainda têm muito o que provar, e para isso precisam receber mais tempo de preferência em jogos menos encardidos. Pepê, por exemplo, custou a entrar no ritmo intenso da partida, mas mostrou que tem potencial para novas oportunidades.

No mais, o Grêmio se não foi espetacular, teve um desempenho de equipe superior, que cria jogadas e proporciona pouco espaço para o adversário ameaçar. O Fluminense chegou com perigo, aproveitando a ansiedade do Grêmio para marcar um gol, o que gerou algum descuido atrás.

Ao lado do Cruzeiro, o Grêmio tem a defesa menos vazada: 3 vezes.

Felicidade

Esse é o sentimento que irá prevalecer nesta quinta aqui no RS amado diante da vitória colorada sobre o Vitória, 3 a 2, em Salvador. O time entrou no G-4, situação mais ou menos parecida com aquela do clube sob o comando de Argel, há dois anos.

Flamengo

Gostei do sorteio que apontou Flamengo na próxima fase da Copa do Brasil. Hoje, o Grêmio passaria sem maiores dificuldades. Vamos ver como as equipes estarão em agosto.

Haverá saída de jogadores após a Copa. O Flamengo deve perder Vinicius Jr. Em compensação, está tentando o ex-gremista Wallace.

O Grêmio deveria trazer um zagueiro com urgência e um lateral-direito.

 

O fator Éverton

Éverton, que Tite teimosamente não colocou em sua lista para o Mundial, conforme sugeri faz mais de um mês – ele ainda vai se arrepender, anotem aí -, foi o diferencial do Grêmio em relação aos seus jogos mais recentes.

No primeiro tempo, ele protagonizou o único lance de perigo na área do Ceará, que, diferente de Inter, Defensor e Paraná não armou retranca. Aos 4 minutos ele acertou a trave direita.

No segundo tempo, aos 30 segundos, ele foi derrubado na área, pênalti que o juiz assinalou, mas acabou voltando atrás. Aos 3, Éverton foi calçado na risca da grande área, mas o juiz marcou falta fora da área. Aos 31, ele obriga Éverson a uma grande defesa.

Na verdade, sem exagero, Éverton fez a diferença em relação aos jogos modorrentos contra Defensor e Paraná. O restante do time foi burocrático, com exceção ainda de um lance ofensivo de Kannemann, que saiu de trás a dribles, lembrando seus tempos de lateral esquerdo.

Aos 35, o lance do gol, que saiu de uma arrancada de Éverton desde o campo defensivo até a área cearense, no único contra-ataque rápido do Grêmio, que nas outras oportunidades de fazer isso foi muito lento, devagar quase parando. O infernal atacante, que jogava também para seus familiares, cruzou na medida para Thony, que recém havia entrado, fazer de cabeça.

Curioso, ele que já mostrou não ter vocação para centroavante, marcou um gol de… centroavante.

Aliás, falando em centroavante, não me lembro de ter visto André. Só soube que ele estava jogando quando foi anunciada sua substituição por Thaciano. O guri entrou bem de novo. Em poucos minutos fez mais que seu antecessor, obrigando o goleiro a fazer duas importantes defesas.

Individualidades

Maicon não foi bem. Cadenciou o jogo -demais para meu gosto – como sempre, mas não acertou as bolas enfiadas para os atacantes. Outro que jogou menos do que pode é Ramiro, que até me pareceu nervosinho demais. Levou um amarelo e logo em seguida deu duas entradas que poderiam resultar num segundo cartão.

Não gostei também do Cortez. Depois de Maicon é o que mais pega na bola. Só que de seus pés praticamente não saiu nada de efetivo para o time. Faltou acabamento em suas jogadas. Do lado direito, Léo Moura também esteve abaixo, pareceu-me cansado, sem força, sem criatividade.

Chuteiras

Nunca vi um time com tantos jogadores escorregando. Não contei, mas foram mais de 15 escorregadas, inclusive de Grohe. Do lado do Ceará, que eu me lembre, nenhuma.

Deve ser chuteira com travas baixas demais, não sei.

Inter

Por falar em escorregada, o jovem Mantuan deu a vitória ao Inter no BR, escorregar diante da grande área, deixando a bola à feição para Rossi empurrar para a rede, já que o goleiro foi enganado pela falha do companheiro e ficou batido no lance.

Champions

Agora, o troféu ‘entregada’ vai para o goleiro Karius, que ferrou o seu time, o Liverpool, contribuindo com dois dos três gols do Real Madrid. No primeiro, um lance que nem na várzea acontece, e se acontecer um dia o goleiro não sai vivo de campo. No segundo, aceitou um chute de fora da área, no centro da goleira. Gol típico de goleiro ‘mão de alface’.

Bem, graças a ele temos a chance de uma revanche com o RM.

Deslealdade

O zagueiro Sérgio Ramos teve uma atitude criminosa no lance que resultou na lesão de Salah, na metade do primeiro tempo e que resultou na substituição do atacante, talvez o principal jogador do time inglês. Ele prendeu o braço direito de Salan e não o soltou mesmo em queda, correndo o risco de provocar uma lesão importante no adversário, o que acabou acontecendo.

Em outro lance, ele acertou uma cotovelada sem bola no goleiro Karius, conforme vi nas redes sociais.

Dói lembrar que esse mesmo jogador cometeu pênalti sobre Ramiro no Mundial de Clubes, e o juiz nada marcou.

Sérgio Ramos, pode esperar, a tua hora vai chegar…