Os cães ladram e a caravana passa: Grêmio atinge objetivo

Grêmio já classificado para a próxima fase da Libertadores, disputando para ser o SEGUNDO entre os TRINTA E DOIS (eu disse 32) participantes, e havia gente se remexendo nas cadeiras da Arena, alguns murmúrios e até tímidas vaias pelo futebol que o time jogava contra o Defensor.

Nas redes sociais, não faltaram comentários negativos, baixo astral mesmo, e até houve quem dissesse que pode ter acabado o gás do treinador multicampeão Renato Portaluppi.

Alguns analistas salivavam de prazer diante das dificuldades do time.

Até que veio o gol de Luan. As vaias tímidas calaram-se envergonhadas na noite fria em que o Grêmio bateu o Defensor, mais um adversário que assumiu sua pequenez diante do campeão da América, e se encolheu como cusco castigado pelo minuano.

Todos sabem que é muito mais fácil defender do que atacar e criar.

Mas o torcedor, de modo geral, no caso os gremistas ranzinzas que sempre acreditam que sabem mais do que qualquer um, inclusive de quem se cobriu de faixas ao longo da carreira, são sempre muito ligeiros para criticar e a sentenciar o fim disso e daquilo.

O Grêmio mais uma vez teve dificuldades para romper o bloqueio do time menor, o que aconteceu contra o Atlético PR (um banho de bola, mas os urubus de plantão só lembra que houve empate), Inter (três pênaltis sonegados escandalosamente, mas os negativistas só lembram que foi empate), e Paraná, aí sim um jogo menor do Grêmio.

Foi o que bastou para a turma que desde a chegada de Renato aposta no fracasso dele, e não tem humildade para reconhecer o excelente trabalho do vencedor Renato Portaluppi.

Não há dúvida que o time tem dificuldades contra adversários retrancados, um pessoal que viu que se jogar normalmente contra o Grêmio corre o risco de ser goleado.

Bem, foi preciso um chute de fora da área de Luan, e todos sabem que esse não é o forte do craque do time, para que o Grêmio vencesse e atingisse o seu objetivo.

O Grêmio segue firme na Libertadores, para angústia dos colorados e de um tipo de gremista que parece ter medo de ser feliz e/ou que torce muito mais por suas teses.

Como diz um sábio ditado árabe – repetido por um velho colunista social do centro do país -, os cães ladram e a caravana passa.

GRAMADO

O Grêmio parece ter um adversário quase imbatível: a administração da Arena.

Após o jogo Renato criticou a gestão da Arena. Revelou que sábado foi ali realizado um torneio. Que o time deixa de treinar no campo principal para preservá-lo.

Os jogos e alguns eventos são inevitáveis, mas permitir a realização de torneio numa temporada com tantos jogos é realmente uma irresponsabilidade, a ser verdadeira a denúncia do técnico.

Mas tudo isso só irá melhorar quando o clube assumir a gestão.

Noite para vencer e testar alternativas para os próximos jogos

Olhando a lista dos jogadores concentrados para o jogo contra o Defensor nesta quarta, na Arena, 19h15, a primeira impressão é de que é possível extrair daí um time capaz de vencer e confirmar o primeiro lugar no grupo. Até porque os uruguaios nada mais tem a fazer na Libertadores.

Mas a gente sabe o quanto os hermanos gostam de superar os brasileiros. Cada jogo muitas vezes é uma Copa do Mundo para eles. Jogam com sangue nos olhos.

Eu sei que o treinador Renato Portaluppi tem como prioridade a Libertadores. Não fosse isso, ele até poderia aproveitar esse jogo para testar alternativas ao time.

Vejam quem ele tem à disposição:

Goleiros: Marcelo Grohe e Paulo Victor

Laterais: Léo Moura, Marcelo Oliveira, Madson

Zagueiros: Bressan, Kannemann, Paulo Miranda

Meio-campistas: Jailson, Maicon, Ramiro, Cícero, Lima, Thaciano e Thonny Anderson

Atacantes: Luan, Maicosuel e Vico

Vejam, Maicosuel figura como atacante. Mas que atacante é esse que quase não coloca os pés na área adversária? Eu não começaria o jogo com ele, apesar de sua experiência, algo que não apareceu contra o esforçado Paraná, que do pó veio e ao pó voltará em poucos meses.

A partir dos jogadores relacionados, eu faria o time assim:

Grohe; Léo Moura, Bressan (tem gente, agora, rezando para que ele não se machuque), Kannemann e Marcelo Oliveira; Jailson, Maicon, Ramiro, Lima e Luan; e Thony Anderson.

Eu escalaria esse trio Luan, Lima e Thony para rodar bastante, trocando de função, para confundir o adversário. Gostaria de ver Luan armando menos e se projetando mais, trocando de função com Thony eventualmente.

O Grêmio contra o Paraná me pareceu um tanto engessado, facilitando a marcação. Se Thony ficar restrito à zona central do campo, sem poder atuar pelos e entrar em diagonal, dificilmente irá mostrar as qualidades que já vimos.

Desconfio, porém, que Renato vai deixar Lima para o segundo tempo. Nesse caso, deve jogar Cícero, liberando mais o Maicom e o Luan.

O time uruguaio já sabe que com uma boa retranca, onze jogadores no campo defensivo, pode sair daqui com empate por 0 a 0 na bagagem.

Espero que no segundo tempo, com qualquer resultado, Renato teste Thaciano e Vico. Com tanta lesão pegando é hora de ver se essa gurizada tem condições de figurar no atual campeão da América.

 

 

Grêmio produz pouco e fica no empate

Foi a pior atuação do Grêmio no Brasileirão, talvez a pior do ano – se levarmos em conta apenas o primeiro tempo foi mesmo a pior, coisa assustadora. E preocupante.

Diferente dos empates anteriores – contra o Atlético PR e Inter -, o que se viu no 0 a 0 diante do Paraná, lanterna do campeonato, um time de novo com muita posse de bola, mas dessa vez com baixa produção ofensiva, inclusive abaixo do que foi contra seu rival na aldeia.

O fato de o Grêmio ter sua primeira, e melhor, situação de gol apenas aos 35 minutos do segundo tempo, ou seja, depois de 80 minutos de bola rolando, é difícil de entender.

Em campo estava o time titular – desfalcado apenas de Geromel, Éverton e Arthur -, o que torna o caso ainda mais sério.

A impressão que dá é que o Grêmio jogou com freio de mão puxado. Faltou ímpeto, ousadia e obsessão pelo gol, qualidades que aparecem nos jogos mata-mata. Exceção foi a goleada sobre o Santos, onde parecia que o Grêmio disputava uma final de Copa do Brasil.

É certo que os três titulares fazem falta, mas será difícil encontrar nesse longo e chato campeonato de pontos corridos algum clube que mantenha em campo seu time considerado titular. Então, o Grêmio precisa buscar soluções melhores para abrir retrancas como as do Atlético PR, Inter e Paraná.

Contra o Atlético, o Grêmio sobrou em campo. Deu de relho, e o empate foi uma enorme injustiça. Já contra o Inter, posse recorde de bola em Grenais, em torno de 80%, mas raras conclusões.

Essa história se repetiu neste domingo, mas com agravante de ter ocorrido contra o lanterna da competição, e virtual rebaixado.

O Grêmio teve três boas chances de marcar – o adversário nenhuma, e este é um aspecto muito positivo, verificado também nos dois empates anteriores.

Aos 35, num cabeceio de Lima, que recém havia entrado, em cruzamento na medida feito por Ramiro. O goleiro salvou. Já nos acréscimos, Lima acertou um forte chute e de novo o goleiro fez grande defesa. E foi só.

É importante registrar que o time melhorou com as entradas de Cícero e Lima, que começa a exibir suas qualidades. O problema é que eles entraram muito tarde, após os 30 minutos. Pepê, que substituiu tardiamente o insosso Maicosuel, foi pouco acionado, e não conseguiu mostrar seu forte, que é o drible e a velocidade.

Então, assim de empate em empate contra adversários menores, o Grêmio vai se afastando da ponta de cima, onde hoje aparece o Atlético Mineiro com 13 pontos. Quatro pontos separam o Grêmio do líder. Não é muito coisa, mas pelas recentes dificuldades ofensivas do time também não é pouco.

O próximo jogo pelo Brasileiro será em Fortaleza, domingo, 19h. O time deverá ser um misto frio, já que tem jogo pela Libertadores no meio da semana.

Diante do que André vem ‘jogando’, será bom que Jael não demore.

Z-4

O Inter dorme na zona de rebaixamento à Segundona. Nada muito grave, porém, porque basta um empate com a Chapecoense, nesta segunda (sem trocadilho), em pleno BR, para que o clube saia da incômoda posição.

Taffarel, Grohe e as lesões no Grêmio

Apesar de todos os cuidados, o Grêmio sofre agora com uma série de lesões. Não será fácil manter o padrão de jogo do time, este que o país aplaude com entusiasmo e que não é tão valorizado assim aqui na aldeia.

O técnico Renato terá muito trabalho para manter o time competitivo na luta para manter-se na ponta de cima da tabela até a pausa em função da Copa do Mundo.

As lesões principalmente de Arthur e Éverton são preocupantes. Ainda bem que Maicon – alma desse Grêmio que orgulha a nação tricolor –  está aí para continuar ditando o ritmo do time.

Mais complicado será substituir o endiabrado Éverton.

Aliás, soube de fonte fidedigna que Tite teria convocado Éverton e não Taison, mas, ele que já estava em dúvida, acabou ficando com o ex-colorado.

Agora, uma pausa para meditação. Perceberam que eu escrevi ‘teria’. Foi o mesmo verbo, na condicional, que o múltiplo Pedro Ernesto usou para dizer que Taffarel queria levar Marcelo Grohe. Mas que Tite ‘teria’ optado por Cássio, que ‘seria’ seu jogador de confiança.

É o tipo de ‘notícia’ sem qualquer base e que parece (eu disse parece) inventada para fazer uma média com Taffarel, deixando-o bem a torcida gremista. Pode até ser verdade, mas duvido.

Esclareço, então, que a possível convocação de Éverton e não de Taison foi inventada por mim agora, pra mostrar como é fácil criar ‘fatos’ sem maior responsabilidade.

Voltando ao time que enfrenta o Paraná, domingo, 16h, em Curitiba. Alisson, que seria o substituto imediato de Éverton, suponho, sentiu lesão e fica fora um mês.

Menos mal que Léo Moura, Jael e Paulo Miranda estão voltando e talvez até joguem.

Bem, será que não é hora de intensificar a inclusões de mais jovens da base no grupo principal? Será que não tem um zagueiro sequer em condições de ao menos ser testado e começar a integrar-se ao grupo?

Por fim, urge a contratação de um zagueiro de bom nível.

 

Grêmio vence em jogo morno com final emocionante

O Grêmio consegue transformar até uma vitória que se encaminhava morna, num jogo pra lá de ruim, em uma jornada épica, reforçando sua imagem de ‘imortal tricolor’, como diz o hino do grande Lupicínio.

Futebol tem disso. Eu saí da frente da TV aos 45 do segundo tempo, com o Grêmio conquistando, com seu time misto, uma vitória por 1 a 0, garantindo o primeiro lugar no grupo da Libertadores.

Quando voltei, dois minutos depois, o jogo estava empatado e Cícero sofria uma carga dentro da área, pênalti que dessa vez o juiz argentino marcou – Bruno Cortês sofreu dois e o juiz ignorou.

Quer dizer, aos 46 Kannemann fez contra, e aos 47 o Grêmio tinha um pênalti para desempatar. Jaílson se apresentou para bater, e o fez com qualidade, chute forte, rasteiro no canto direito, com o goleiro pulando no vazio do canto esquerdo.

A vitória por 2 a 1 foi mais do que justa. O Monagas é fraco, mas tem no campo irregular, na verdade um potreiro tipo os dos meus tempos de guri, um aliado. O Grêmio teve dificuldade para tocar a bola.

Mesmo assim, criou três ou quatro boas situações de gol. O Monagas ameaçou pouco, mas Grohe foi obrigado a fazer duas defesas difíceis.

O destaque do jogo foi Cícero. Além de participação efetiva no meio de campo, como articulador, acertou uma cobrança de falta na trave e depois acertou um belo chute de fora da área, que o goleiro salvou.

O setor defensivo esteve muito bem. Apenas Madson destoou um pouco. Geromel, de novo, impecável.

Do meio pra frente, destaque também para Ramiro, autor do primeiro gol, acertando um chute cruzado, rasteiro, de fora da área.

O Grêmio está classificado à próxima fase, e isso é o que importa agora. Na quarta-feira que vem, na Arena, às 19h15, decide quem fica em primeiro lugar enfrentando o Cerro (corrigindo, Defensor), que tem 10 pontos, um a menos que o tricolor.

 

 

As ovelhinhas de Tite e as ausências de Arthur e Luan

A convocação de Taison para a Copa do Mundo não me surpreende. Tite usou o critério de usar ‘as ovelhinhas’ que participaram mais vezes do seu grupo, chamando alguém fora do circuito só numa situação excepcional.

Exemplo: Arthur. Não tem como deixar a revelação gremista, contratado pelo Barcelona, de fora de uma lista realmente sensata, que privilegie a qualidade em detrimento de uma política de ser fiel a quem o acompanhou nesses dois anos de preparação.

Outro exemplo: Luan. É um jogador diferenciado, que pode abrir um clarão na defesa adversário com um toque de bola. Luan seria muito útil como alternativa numa situação de dificuldade. Não vejo que tipo de contribuição Taison pode dar para abrir uma muralha defensiva.

Esse dois jovens talentos foram ignorados por Tite. Quem mais perde é a Seleção.

Sobre Marcelo Grohe. Também acho que ele merecia, mas os três goleiros convocados não devem nada ao goleiro tricolor. São valores semelhantes, o que neste caso justifica o critério de manter o pessoal fiel nessa caminhada.

Dito isso, não comemoro a convocação de Geromel. Mas gostei de ver seu nome anunciado por Tite. É uma vitória pessoal desse zagueiro que chegou desacreditado e acabou conquistando o país. Hoje, é um zagueiro inquestionável. Fico feliz por ele, mas lamento que o Grêmio vá ficar alguns jogos sem ele, ainda mais que está faltando zagueiro no time de Renato.

Bem, Geromel é um motivo para eu torcer pela Seleção. Na verdade, o único motivo. Agora, com ele lustrando o banco de reservas, como se prevê, ficarei indiferente.

Eu, como a maioria dos gremistas, estou dividido. Queria a convocação de mais jogadores do Grêmio, mas ao mesmo tempo, pensando no clube – que é o que interessa mesmo -, ficaria revoltado se Luan e Arthur também fossem convocados. Seriam desfalques irreparáveis.

Pensando apenas como gremista, a convocação do Tite foi muito boa por não desfalcar o nosso time. Seria melhor se não levasse o Geromel, mas aí eu estaria sendo muito egoísta.

Wianey

Sempre que Taison é mencionado eu não consigo evitar de pensar na célebre frase do falecido Wianey Carlet, em 2009.

Taison ou Messi, o futuro dirá quem foi melhor.

Esta frase está nos anais das maiores mancadas.

Hoje, com Taison numa Copa do Mundo, vestindo a amarelinha de Pelé e Garrincha, concluo que tudo pode acontecer no futebol.

E a frase do meu velho companheiro de redação já não é mais tão chocante, embora a comparação continue sendo esdrúxula.

Isso me faz lembrar de um amigo que dizia: qualquer bobagem dita hoje um dia pode se tornar verdadeira.

Grêmio sem gana, Inter fechado e arbitragem ‘gaúcha’

O ambiente antes do Gre-Nal apontava para um jogo de acomodação, por isso escrevi que o placar poderia ficar no 0 a 0.

Não deu outra. Confesso que ainda estou irritado com o que vi na Arena:

-Um Inter preocupado apenas em não levar gol, reconhecendo a superioridade técnica e tática do seu adversário.

-Um Grêmio sem o ímpeto e a gana pelo gol, como se viu contra o Cerro e contra o Inter – para ficar nos jogos mais recentes.

-Um juiz preocupado em levar o jogo até o final sem maiores tumultos, nem que para isso tivesse de ignorar um pênalti claro de Fabiano sobre Bruno Cortez (passe milimétrico de Maicon) ainda no primeiro tempo, sendo que ele estava a menos dez metros da jogada e com ângulo perfeito para marcar, se não fosse sua determinação em assinalar dentro da área somente lances com fratura exposta.

O prejuízo que esse juiz causou ao Grêmio pode refletir lá nas últimas rodadas do Brasileirão.

Os dois pontos perdidos neste domingo na Arena são irrecuperáveis.

Já o Inter comemora o resultado como se fosse uma goleada. O técnico Odair ganhou uma sobrevida.

Armou o esquema mais adequado para enfrentar o Grêmio, revelando humildade e inteligência.

Teve a seu favor aquilo que alertei: clima de consternação pela morte do presidente Koff – homenageado com aplausos no minuto de silêncio – e, principalmente, a ideia que prosperou no sentido que o Inter seria presa fácil para levar até uma goleada, como acreditavam muitos gremistas, e que o time teria de ‘pegar leve’.

O resultado de 0 a 0 foi a soma dessas situações. Um time que não queria perder, um time que queria vencer mas sem a determinação necessária e uma arbitragem preocupada em acomodar as coisas, tratando de preservar sua autoridade antes de que qualquer coisa.

Enfim, esse Wilton Pereira Sampaio é o típico  juiz da escola de Carlos Simon: administra o jogo para si. Tem futuro radiante na CBF.

Eu, que sempre defendi árbitro de fora em Gre-Nal, hoje eu vi um árbitro de outro estado apitar igual aos daqui, preservando o Inter.

Mas que fique bem claro: o juiz errou ao não dar pênalti sobre Bruno Cortez (tem outro de mão que eu vi na hora no estádio, mas ainda não revi), mas o Grêmio a meu ver parece que jogou pensando que o gol sairia meio que ao natural, sem maiores esforços.

O goleiro Danilo Fernandes quase não foi exigido. Sua defesa mais importante foi um cabeceio de Alisson.

Aliás, Alisson não comprometeu, tentou jogar, mas o fato é que deixou saudade de Ramiro.

Marcelo Grohe, por sua vez, foi um espectador, não privilegiado, porque o jogo foi ruim, com apenas um time propondo o jogo enquanto o outro se entrincheirou para não tomar gol.

Por fim, eu poderia reclamar que Renato demorou para tirar André (submeteu-se à marcação e perdeu um gol feito) e colocar Thony, mas o meia atacante do Cruzeiro ainda não se justificou. Talvez se entrasse antes ele pudesse fazer algum lance individual, mas é só um ‘talvez’ a mais nesse jogo que de fato tem o seguinte: o Inter buscou o empate e conseguiu. É o vitorioso do Gre-Nal.

Eu, como todos os gremistas, esperava mais do Grêmio, que por vezes deu a impressão de jogar com aquele sentimento que eu temia: peninha do adversário em crise.

PIPOCADA?

D’Alessandro teve um suposto desconforto e de última hora ficou de fora do clássico. Na hora pensei: o Inter vem mais fortalecido sem sua maior ‘liderança’. O Inter foi mais solidário, mais aguerrido e mais unido.

PÊNALTIS

O comentarista de arbitragem Diori Vasconcelos registrou dois pênaltis a favor do Grêmio que não foram assinalados. Bem, estamos mesmo diante de uma arbitragem ‘gaúcha’ no Gre-Nal.

Será que já é influência do sr. Francisco Noveletto?

Grêmio deve jogar sem ter ‘peninha’ dos colorados em crise

“Elenco do Inter pediu ao time do Grêmio para controlar provocações”, diz a manchete de matéria publicada no UOL na manhã desta véspera de Gre-Nal.

Foi o que bastou para o assunto tomar de assalto as redes sociais, com gremistas preocupados em recuperar as incontáveis provocações e gozações dos jogadores colorados nos últimos, destacando D’Alessandro.

Quem lê a matéria não depara com nenhum fato ou declaração que sustente o título. O texto remete a um suposto encontro entre boleiros dos dois clubes, no qual os colorados teriam pedido moderação dos gremistas.

O jornalismo se aproxima de um show nessas horas. Se há falta de fatos, publique-se as versões, as interpretações, as suposições.

O que interessa agora é que essa reportagem meio que desviou o foco do que realmente interessa, o jogo em si.

O Gre-Nal ficou em segundo plano. As tradicionais especulações sobre quem joga e sobre esquemas táticos perderam um bom naco do espaço.

Esse tipo de matéria, mesmo sem maior embasamento, passa a impressão de que os jogadores colorados já aceitaram que irão perder e estão apelando para o bom coração dos colegas do tricolor.

E isso me preocupa. Espero que o time gremista entre em campo com a mesma gana, a mesma vontade, que imperou nos últimos jogos. Que não se deixe envolver por sentimentos de solidariedade ao rival em crise.

Não, porque se o contrário do que se espera acontecer, ou seja, uma vitória vermelha em plena Arena, o argentino que anda com o rabo entre as pernas vai soltar a franga.

Não há que se ter peninha em clássicos. Se tiver chance de golear, tem de aproveitar. Renato não pode pedir que o time diminua o ritmo. Não, é preciso jogar intensamente até o último minuto.

É importante frisar que o Grêmio é o favorito, sem dúvida. Mas em Gre-Nal tudo pode acontecer. São inúmeros os exemplos nesse sentido.

O Grêmio tem de respeitar muito o time colorado.

Respeito é o único sentimento que o Grêmio pode ter neste sábado em relação ao seu velho rival. E não há melhor forma de manifestar claramente esse respeito do que jogar desde o apito inicial buscando a vitória.

Já o fato de ocorrer zoação ou não, isso realmente é o de menos. O que importa são os três pontos.

Vale para quem luta pelo título e também para quem se esforça para afastar o fantasma da segundona.

ALISSON

Espero que Renato confirme Alisson no lugar de Ramiro. É a lógica. Mas desconfio que pode aparecer Jaílson por ali.

ZECA

É uma temeridade colocar esse ótimo lateral no meio de campo, ainda mais que ele está sem jogar há vários meses.

MULTICAMPEÃO

Estarei na sede do movimento a partir de 11h. Vamos fazer um churrasco. Fica bem em frente à Arena. Quem quiser aparecer será muito bem-vindo.

Koff: grandes títulos e um legado inestimável

A história do Grêmio foi construída por muita gente, a começar por aquela turma que em 1903 se uniu, em torno de uma bola (trazida pelo paulista Cândido Dias da Silva), para fundar uma agremiação destinada unicamente à prática do futebol, esporte que engatinhava no país.

Aqueles 32 jovens não tinham nem ideia de que estavam criando um clube que se tornaria o maior do Estado, um dos maiores do país, e que alcançaria reconhecimento mundial, seguido por milhões de aficionados em todo planeta.

O Grêmio só atingiu o atual patamar, que tanto orgulha seus torcedores, porque muita gente trabalhou e a ele se dedicou, alguns com mais competência e criatividade, mas todos com muita vontade e paixão.

Entre os que atingiram maior êxito nessa empreitada de tornar o clube cada vez mais forte, mais sólido e vitorioso estão dois nomes que a torcida mais festeja e, com total justiça, idolatra: Hélio Dourado e Fábio Koff.

Dourado nos deixou no ano passado, aos 87 anos, mesma idade que Fábio Koff completaria no domingo.

Dois dirigentes que contribuíram fortemente para a grandeza do Grêmio. Dourado completou o Olímpico, estádio erguido e inaugurado, em 1954, por outro nome imortal: Saturnino Vanzelotti. Em 1977, com o título do campeonato gaúcho, lavou a alma dos gremistas, e começou a abrir caminho para grandes títulos, como o Brasileiro de 1981.

No ano seguinte, já sob o comando de Fábio Koff, o Grêmio foi vice brasileiro. Em 1983, o título da Libertadores e o título Mundial. Era o Grêmio daqueles 32 rapazes e de tantos outros que vieram atingindo o ápice, o topo do mundo. Era o Grêmio tingindo o planeta de azul.

O grande comandante: Fábio Koff.

Em 1993, Koff voltou para pegar um clube em dificuldade, com as finanças abaladas, e levá-lo de novo a conquistas que tanto envaidecem a nação tricolor, como o bi da Libertadores, com o Mundial escapando no detalhe.

Depois de longo e exitoso trabalho à frente do Clube dos 13, o dirigente multicampeão aceitou outro desafio: assumir a presidência do Grêmio, gestão 2013/2014.

Seu maior título nesse curto período foi ajustar o polêmico contrato com a empresa construtora da Arena, tornando-o mais favorável aos interesses do clube. Sem isso, muito provavelmente o Grêmio não estaria hoje com as finanças sob controle, comemorando vitórias e orgulhando sua torcida em todos os cantos do mundo.

Por fim, um legado inestimável de Koff: a indicação de Romildo Bolzan Jr. como seu sucessor. Bolzan venceu a eleição em 2014 e assumiu o clube em 2015, iniciando uma gestão triunfante em todos os sentidos.

Foi outro acerto de Fábio Koff, que hoje, dia 10 de maio, nos deixa para ser eternizado na história.

DOIS MOMENTOS

As fotos ilustram dois momentos marcantes, ambos no programa Cadeira Cativa, em 2012.

Fábio Koff recebendo a cerveja 1983, homenagem ao titulo mundial, o primeiro de um clube gaúcho.

Fábio Koff e Romildo Bolzan no mesmo programa, com Reche e este que vos escreve (foto que eu já tinha até esquecido).

Jogo para garantir vaga e observar alternativas

Esse ataque escalado por Renato para o jogo contra o Goiás, 19h30, na Arena, no papel, ou na tela do monitor, é de qualidade. Alisson, Thony Anderson e Maicosuel seriam titulares em boa parte das equipes da série A do Brasileirão.

É claro que há um problema de entrosamento, falta a rotina de jogos, a sequência, e isso sempre pesa muito, mesmo contra adversários também descaracterizados.

O Goiás vai com um time misto, o Grêmio com um time reserva, e uma improvisação na zaga, que será formada por Bressan e Michel. E isso remete a necessidade urgente de contratar um zagueiro, ou começar a testar algum da base.

Ainda sobre o ataque, resta saber como a bola vai chegar no trio ofensivo. A dupla de meio campo, Jailson e Cícero, a meu ver, não tem lá grandes qualidades na armação, mas também não são quebradores de bola.

Os dois laterais, Marcelo Oliveira e Madson, estão alguns degraus abaixo dos titulares nas posições.

Então, prevejo um jogo com dificuldades. Não será essa barbada que muitos imaginam, alguns até com má intenção.

Agora, não tenho dúvida de que o Grêmio garante vaga à próxima fase da Copa do Brasil, e isso é o que importa.

GRENAL

O Gre-Nal é depois. Estão fazendo muita onda sobre a ausência do Ramiro. O Pequeno Grande Volante (PGV), apelido que eu lhe dei logo em seus primeiros passos no clube, é peça fundamental na engrenagem tricolor. Ele não tem substituto à altura.

Mas também não é tanto assim pra ler e ouvir tantas lamentações – de novo, algumas mal intencionadas. Ora, se o Grêmio não terá Ramiro, o Inter também sofrerá com desfalques importantes, em especial Pottker, um atacante de boa qualidade.

No caso do Grêmio, penso que Renato deveria começar com Alisson no lugar de Ramiro. Não vejo Cícero com mobilidade e garra para fazer algo parecido com o que Ramiro faz. Alisson me parece mais ambicioso, sempre entra com muita disposição tentando fazer a diferença. Merece começar.

Na expectativa agora para uma punição mais dura ao Kannemann. A alternativa é Bressan. Aí já começa a complicar. Mas a diferença hoje entre Grêmio e Inter é tamanha, que o time seguirá favorito mesmo sem o argentino.

Outra coisa, não espero goleada. Fico feliz com 1 a 0.