Tabela 5 na Arena e outro show de Maicon e seus companheiros

O Santos tem um time competitivo, em condições de brigar por vaga na Libertadores/2019. Pois o Grêmio não deu bola (literalmente) para o adversário, como tem ocorrido.

Não importa o time que está do lado oposto, o Grêmio do Professor Renato Portaluppi joga da mesma forma. Nem o local do jogo, tendo um gramado que não atrapalhe ou prejudique o espetáculo. Foi outra apresentação de gala.

O Grêmio não precisa mais do que um bom gramado para dar o seu show. Se for na Arena, então, tudo se encaminha para um show apoteótico.

Neste domingo aconteceu de novo. Depois do show contra o Cerro Portenho, adversário que alguns invejosos, recalcados e/ou neófitos em futebol tentaram diminuir, com goleada de 5 a 0, mais uma vez ‘os três tenores’ (Luan, Maicon e Arthur) e seus companheiros, aplicaram a tabela 5, batendo o forte do time Santos por 5 a 1, e até poderia ser mais.

A esperança gremista – e o temor colorado – agora é que a tabela 5 se repita no Gre-Nal, sábado próximo, na Arena, que hoje tem uma equipe à sua altura.

Quem olha esse placar coruscante (há horas que eu queria usar esse adjetivo tão empregado pelo coruscante colunista David Coimbra), imagina que o jogo foi moleza.

Sim, a partir do terceiro gol tudo ficou muito fácil. Mas foi um parto abrir o placar. O Santos, fechadinho como uma ostra – repetindo estratégia de seus antecessores – marcava bem, congestionava a região onde o Grêmio mais trabalha a bola, na intermediária oposta.

O gol sairia de qualquer forma, tamanha a superioridade tricolor, mas foi preciso o capitão e maestro do time, Maicon, fazer o primeiro gol, logo ele que raramente marca. Foi um golaço de fora da área. Foi um foguete com efeito ‘afastante’ do bom goleiro Vanderlei, até encontrar o ângulo superior esquerdo.

Na jogada seguinte, a torcida ainda comemorando, o Santos achou um gol, e por detalhe não foi para o intervalo com um empate. Mas aí apareceu Luan para lançar Léo Moura pela direita, cruzamento rasante nos pés de Éverton, que livrou-se da marcação e chutou cruzado: 2 a 1.

Éverton=Seleção

Aliás, a cada jogo, Éverton mais faz por merecer a seleção brasileira, tese que defendi aqui, isoladamente, há um mês – provocando risinhos – e que já faz alguns dias angariou adeptos, inclusive entre jornalistas do centro do país (aqui nem tanto).

No segundo tempo, Maicon, maior destaque em campo, cobrou falta sofrida por Éverton na risca da grande área. O volante/meia bateu sem chances para o goleiro e ampliou para 3 a 1.

O quarto gol começou com um cruzamento de Ramiro (levou um cartão amarelo bobo e está fora do clássico), que encontrou Luan no lado esquerdo. Ele desviou do goleiro e encontrou os pés de André, que havia desviado de cabeça o cruzamento de Ramiro enganando a defesa.

A partir daí me deu uma certa peninha do meu time fora no RS. Mas ao ver a cara fechada, e abatida, de Sasha voltei a querer mais.

O quinto gol foi marcado por outro expoente do time. Arthur recebeu de Éverton na entrada da área, ergueu a cabeça e chutou colocado no canto esquerdo: 5 a 1.

Seleção

Fosse um pouco mais jovem, Maicon poderia disputar um lugar na lista de Tite para disputar a Copa.

Na verdade prefiro que nenhum seja convocado, ou no máximo um ou dois.

Meu temor é que Tite convoque Geromel, Luan e Éverton para o Mundial.

Agora, na lista dos 30, tem lugar para Maicon, Arthur e Grohe.

Enfim, mais da metade do time titular.

Mais um indicativo de que temos aqui, bem pertinho, o melhor time do país, e maior favorito ao título do Brasileirão.

Flamengo

Assisti a quase todo o jogo entre Flamengo e Inter. O Flamengo é uma esculhambação tática. Tem algumas individualidades interessantes, e só por isso ganhou do esforçado Inter.

Flamengo vai lugar no máximo por vaga na Libertadores. O maior adversário do Grêmio é o Palmeiras, ao menos por enquanto.

Técnicos 

Fernando Diniz foi batido em casa pelo Palmeiras. Jair Ventura levou 5 do Grêmio.

Os dois são queridinhos de muita gente. Pra mim são apenas o que são: dois técnicos promissores, nada além disso.

Se eu tivesse que ficar com um deles, escolheria Fernando Diniz, pelo bom e diferenciado trabalho no Atlético PR.

O Santos do século 21 contra o Santos sem mística

Na sexta-feira telefonei para o jornal A Tribuna, de Santos. Objetivo era encontrar um contato do Mengálvio, , que formava dupla com Zito no histórico e insuperável time do Santos da década de 60.

Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Era o ataque daquele time fantástico que ‘vi’ jogar apenas por lances do Canal 100 ao som de Cadência do Samba, de Waldir Calmon. Quem não sabe do que estou falando, lamento informar, não viveu.

Antes de seguir na leitura, ou dela desistir, vá ao You Tube, ouça a música, e se você não sair cantarolando ou batucando na mesa, bem, é um caso perdido. Lamento.

Pois Mengálvio era um Maicon, um Sérgio Lopes, talvez um Gérson Canhotinha de Ouro, imagino, pelo que li a respeito desse time que povoa meu imaginário desde criança.

O meu amigo Ricardo Worthman, terror  da mídia vermelha, está promovendo esse almoço do dia 2 de junho reunindo remanescentes do Grêmio 12 em 13, dos anos 50 e, principalmente, anos 60, quando enfileirou sete títulos regionais, mais que o festejado, pelos colorados, Rolo Compressor, dos anos 40.

O RW quer trazer o Mengálvio, que jogou no Grêmio em 1968. Consegui alguns números de telefone, mas o contato ainda não foi mantido.

Enquanto não acertamos a vinda do Mengálvio, vou aproveitar para rever o Santos, meu time fora do Rio Grande do Sul.

Todos os que assistiam ao Canal 100 (tem no You Tube) acho que se tornaram santistas. Guardo na memória, com muito carinho, imagens do Santos goleando o Benfica num mundial ‘não-Fifa’. O Santos de uniforme todo branco, luminoso, e Pelé, com o número 10 nas costas, protagonizando lances que se eternizaram.

O Santos que enfrenta o Grêmio neste domingo, 19h, na Arena, é um genérico daquele Santos de tantas glórias que o Grêmio enfrentou pela antiga Copa do Brasil com muita bravura e até com superioridade, atuações que só não resultaram em título por causa de arbitragens cretinas.

Vejam só, talvez a atração maior desse Santos real, desnudo, sem mística, é um jogador que muita gente conhece como Cuzão, vejam só. Como será o encontro dele com Luan? Tanto faz.

Mas não é por esse motivo tão menor que irei à Arena. Vou porque em campo estará o Santos do século 21 (só falta a música do Canal 100 como pano de fundo e, claro, aquele Pelé que encantou o mundo):

Marcelo Grohe; Léo Moura, Geromel, Kannemann e Bruno Cortez; Maicon, Arthur, Ramiro, Luan e Everton; André.

Dá pra perder?

ATENÇÃO

No cornetadorw tem um canal 100 com Grêmio x Santos. Acesse e confira.

Difícil é achar Canal 100 com o Inter.

12/13

Se alguém souber o paradeiro de algum dos jogadores que defenderam o Grêmio nesse período, por favor, entre em contato.

Ah, todos convidados para o almoço, é só reservar lugar no Copacabana.

 

O melhor time que eu não vi jogar

Qual o melhor Grêmio da história? É o debate que preenche páginas de jornal, espaços em emissoras de rádio e TV, movimenta as redes sociais e se alastra por bares, praças e locais de trabalho.

Eu não poderia ficar fora disso, até porque esse é um assunto que de vez em quando vem à tona, especialmente quando ampliado para ‘qual o melhor time do futebol gaúcho em todos os tempos’.

Quando o Grêmio foi campeão do mundo em 1983, provoquei os colorados sempre tão orgulhosos do Inter da década de 70 e do Rolo Compressor, década de 40.

Defendi que o melhor é o que mais títulos conquista, ainda mais quando são títulos de relevância global. Nunca aquele imposto pela avassaladora supremacia colorada nas redações, que era tão poderosa que convencia até alguns gremistas mais sugestionáveis. Alguns ainda estão por aí.

Aos três títulos brasileiros do Inter de Falcão, Figueroa eu contrapunha – porque acreditava nisso e sigo acreditando, mas também para provocar a ira dos colegas vermelhos – o Brasileiro do Grêmio em 1981 (tenho o gol de Baltazar ‘tatuado’ em minha retina), e principalmente a  Libertadores e o Mundial de Clubes de 1983.

Nada pode ser maior que conquistar a América e depois o Planeta, façanhas que o glorioso e festejado Inter da década de 70 – sofrida para nós gremistas -, não alcançou.

Então, para mim, na década de 80, o melhor Grêmio e o melhor time gaúcho de todos os tempos era o time que tinha alguns  jogadores de muita qualidade: Renato, Mário Sérgio, Paulo César Caju, Osvaldo, De León e Paulo Roberto, além de outros de bom nível técnico e/ou muita bravura, muita aplicação tática e determinação.

Na década de 90, outro timaço do Grêmio. Foram anos inesquecíveis, marcantes. Não sei qual Grêmio foi melhor. São épocas diferentes. Difícil comparar.

Aplicando o mesmo critério, o Grêmio de 83, por ser campeão mundial, continuaria em primeiro lugar. O Grêmio de Fábio Koff e Felipão, por mais alegria que tenha me proporcionado, perde nesse quesito. Não venceu o Ajax na final – culpa de uma arbitragem ridícula que expulsou Rivarola a partir de lance repetido no telão -, e ficou devendo o bi mundial.

Hoje, eu daria empate técnico.

E aí me aparece assim, de repente, me pegando meio distraído, o Grêmio atual, com seu futebol sedutor, cativante, que a cada jogo conquista mais fãs, mais admiradores, gente de toda parte. Gente que elege o Grêmio o seu segundo clube, ou até vira-casaca.

Pois este Grêmio atual já é, entre os times que vi jogar e acompanhei de muito perto (dos anos 70 para cá), o de futebol mais vistoso, homogêneo e eficaz já praticado no Rio Grande do Sul.

DOZE EM TREZE

Agora, dos times que ‘não vi jogar’, o melhor é o que conquistou 12 títulos gaúchos em 13 disputados, algo inédito do mundo – e até fora dele.

O Grêmio dos anos 50 e, em especial dos anos 60, eu ‘vi jogar’ apenas pelo rádio e pelas páginas dos jornais da Capital, que eu lia na praça central de Lajeado graças à generosidade do dono da banca de revistas.

Eu era guri, pré-adolescente. Então, minha imaginação fluía, viajava por campos distantes e confrontos mágicos, conduzido pela voz vibrante do narrador.

Na minha memória restou sólida e eterna uma escalação, a escalação do melhor time que eu não vi jogar:

Alberto, Altemir, Airton, Áureo e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Marino, Joãozinho, Alcindo e Wolmir.

Esse time é que me fez gremista. Claro, há outros nomes, como Milton, Paulo Lumumba, Babá, Arlindo, entre tantos, mas o time que salta do meu coração é esse que escalei.

No dia 2 de junho, meio-dia, no restaurante Copacabana, o Grêmio glorioso de 1956 em diante e dos anos 60 será homenageado, numa iniciativa do cornetadorw. Estarei lá para ver de perto alguns dos remanescentes dessa história apaixonante.

Ainda há convites disponíveis. Único pré-requisito: ser gremista.

Como obter o convite: email para copacabana@restcopacabana.com.br.

Pedir reservas ’12 em 13′.

Quem souber o paradeiro de algum jogador desse período favor informar.

O cornetadorw informa que já são 11 ex-jogadores confirmados. Haverá também alguns jornalistas:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2018/05/ilgo-wink-e-lauro-quadros-no-almoco-12.html

 

Éverton aumenta a lista de selecionáveis do Grêmio

Teve gente que chegou à Arena perguntando pelo show.

‘O show do Alok é na esplanada, mais adiante’, ouviu como resposta.

“Não é o show do Alok que eu quero ver, é o show do Grêmio’.

Sim, o Grêmio titular não joga, dá show. É um espetáculo fantástico sem iluminação feérica, sistema especial de som e telões.

É um show que só precisa de uma bola e de quem a trate a bem. No caso, esse time armado pelo grande treinador Renato Portaluppi, que continua fazendo a história. Um time que a gente sabe como começou, mas que não se tem ideia aonde pode chegar.

De minha parte, estou só pela revanche com o Real Madrid no final do ano. Por isso, torço por Cristiano Ronaldo e cia. Só espero que o Grêmio possa estar, então, com seu time completo, como o desta noite na Arena, e, se não for pedir muito, uma arbitragem isenta, que marque os pênaltis que possam ocorrer na área dos espanhois.

Encerrando esse momento de ufanismo incontrolável, mas plenamente justificável depois dos 5 a 0 sobre o Cerro, consequência de uma atuação impecável que quase reduziu a pó o time paraguaio, vamos ao jogo.

Antes que os amigos colorados da mídia gaudéria se manifestem em toda sua dor e despeito, quero frisar que o Grêmio é que transformou um jogo que poderia ser complicado (Grohe salvou um gol a um minuto de partida) num espetáculo de técnica, aplicação tática e afinação de uma orquestra sinfônica.

TODOS os jogadores foram bem, inclusive os selecionáveis Grohe, Geromel, Arthur e Luan.

Mas os melhores do jogo, a meu ver (sim, sou eu que estou escrevendo, então é desnecessário dizer ‘a meu ver’, mas é só pra reforçar), são dois que pelo menos até esta noite não estavam na lista de Tite.

Estou falando de Éverton e Maicon. O volante não será chamado, imagino, principalmente porque não resiste os 90 minutos, mas é um jogador formidável. O cara que dá ritmo ao time. Maicon não é a maior individualidade do time, mas é o jogador mais importante no festejado, e invejado, esquema de Renato. E pensar que tem gente que ficou meses a fio criticando a direção por ter investido 8 milhões de reais nesse jogador.

Agora, vamos ao grande astro da noite. Tite veio para ver os quatro maiores destaques da equipe, acabou vendo (descobrindo, se ele não me lê, o que é certo), o Éverton.

O patinho feio virou cisne. Éverton é mais uma prova de que no futebol é preciso cuidar com as afirmações definitivas, porque a conta pode vir logo adiante, ainda mais nesses tempos de twitter, etc.

SELEÇÃO

Duas semanas atrás eu escrevi que Tite deveria convocar Éverton, porque se trata de um atacante raro no futebol mundial, onde faltam atacante agudos, rápidos, imprevisíveis, com vasto repertório de dribles e agora ainda por cima goleador.

Ouso afirmar que de todos os jogadores do Grêmio Éverton é o que mais acrescentaria à seleção atual, justamente porque seria um diferencial, um jogador a ser utilizado para surpreender o adversário.

Se Tite não for tão conservador quanto parece, ele convoca Éverton. Então, Éverton seria a ‘surpresa’, e Geromel a obrigação.

 

Libertadores: prioridade hoje e sempre

De minha parte essa história, ou esse mimimi, sobre poupar ou não poupar já deu o que tinha que dar. Mas não resisto e volto ao assunto. É óbvio que não tem como disputar três competições em paralelo boa parte do tempo jogando sempre com a tal ‘força máxima’.  É impossível.

O Grêmio repete a estratégia que o levou ao tri da América. E faz muito bem. Vou ser bem claro: prefiro perder todos os brasileirões em troca de algumas Libertadores e, de quebra, alguns títulos mundiais. É o que me basta.

A maioria dos gremistas pensa assim. Mas tem um minoria ruidosa que não aceita isso. É claro que eu gostaria de comemorar de novo um Campeonato Brasileiro, essa coisa cada vez mais chata. Mas se em troca der pra ganhar a Copa do Brasil e seus 50 e tantos milhões melhor ainda.

Aqueles que priorizam o Brasileiro à CB porque ‘faz tempo que a gente não comemora um título do Brasileiro’, serão os primeiros a berrar se o Grêmio for eliminado da CB ou da LA no meio do caminho.

Eu gostaria muito que o Grêmio (médicos, fisiologistas, comissão técnica e direção) não radicalizasse. Que colocasse, na medida do possível, uns quatro ou cinco titulares em todos os jogos do Brasileiro, quando não o time titular talvez com um ou dois desfalques.

Mas aceito a decisão a respeito de cada jogo porque sei que será tomada por pessoas competentes e sérias a partir de dados que nós, comuns mortais, não possuímos.

Dito isso, pra não me alongar, fixo meu foco no jogo desta noite na Arena, contra o Cerro. É importante a vitória para nosso objetivo maior em 2018 (e também nos próximos anos), que é vencer de novo a Libertadores e depois brigar por um título mundial com algum poderoso clube europeu.

TUITER DO @icoroman

Calendário de 2018 é o mais absurdo de todos os tempos.

Final LA: 28/11

Final BR: 09/12

Início Mundial: 12/12

Clube brasileiro ganhando a LA e na ponta do BR, irá para EAU e deixará time reserva dos reservas jogando.

Mais: terá 8 dias entre final da LA e embarque para os EAU.

VETERANO

Chamada de ‘capa’ de um site: “Com volta de um veterano, Renato tem time inteiro à disposição’. O tal veterano é o Léo Moura. Por que não colocar no título o nome dele, um jogador que apesar da idade dá de relho na grande maioria dos laterais em atividade no país. Ele o o Bruno Cortêz?

Sempre que podem eles tentam desmerecer algum atleta do Grêmio. conforme repete o cornetadorw, ‘eles são previsíveis’.

LUCCA

Nunca tinha visto isso: o cara mal entrou no jogo, estreando no Inter, e já encarou o juiz repetindo, olhos cuspindo fogo, ‘não me ameaça, não me ameaça’. Levou o amarelo e continuou desafiando o juiz, que certamente será advertido pela comissão de arbitragem.

As pessoas esquecem isso, mas é o tipo de situação que talvez explique por que esse jogador não deu certo em nenhum clube grande. Mas isso não importa para uma mídia que há dois anos tenta elevar a autoestima colorada. Para esse pessoal, Lucca já é uma estrela.

Time reserva sofre gol no ‘apagar das luzes’

O time B do Grêmio, no papel, é superior ao do Botafogo. Mesmo considerando a falta de entrosamento, que não pode ser tão grande porque eles, os reservas, jogam juntos nos treinos, é difícil entender  por que o time jogou tão mal no primeiro tempo, com alguns espasmos de qualidade.

No segundo tempo, o nível do jogo caiu, mas ainda assim o Grêmio teve chances de fazer o segundo gol. Havia a sensação de que a virada poderia ocorrer, era uma questão de detalhe, de acabamento da jogada. Mas quem acabou marcando, diante da ineficiência tricolor, foi o Botafogo, já no apagar das luzes como diziam os narradores do passado, logo após duas jogadas fortes do Grêmio.

Bem, não gosto de individualizar, mas uma coisa é certa: Marcelo Grohe não teria levado os dois gols que Paulo Vítor. A desculpa é falta de ritmo de jogo. Tudo bem, também é isso, mas há mais: Grohe é muito mais goleiro. O Grêmio não tem um reserva do tamanho do titular. Mas quais times contam com dois grandes goleiros? São raros.

Ainda no terreno da individualidade, Bressan demorou mas acabou dando uma entregada no final com aquela tentativa de afastar a bola com o peito, originando escanteio e fortalecendo a pressão final dos cariocas. E tem ainda o Marcelo Oliveira, de novo atabalhoado demais.

Luan foi jogado às feras. Sem Maicon e Arthur para dialogar, fica complicado pra ele. Mesmo assim, fez algumas boas jogadas e mais uma vez foi caçado no tornozelo.

Resumindo, o Grêmio perdeu um jogo em que poderia ter vencido, mas cujo resultado mais justo seria o empate.

O Grêmio patina no Brasileirão, mas ainda tem muita água pra rolar. É cedo para limpar o pó das cornetas.

 

O Grêmio e os pequenos torcedores do Flamengo

Num futuro mais ou menos distante, quando os árbitros serão robôs – para acabar com essa história de que o árbitro também é humano e com as ofensas às sagradas progenitoras -, haverá o empenho de historiadores e arqueólogos para descobrir como tudo começou, em que momento o Grêmio passou a ocupar a posição de clube de maior torcida no Brasil – inclusive com a fatia maior das cotas de TV da sucessora da Globo -, superando Flamengo e Corinthians, e deixando o seu antigo maior rival, o Inter, comendo a poeira do tempo.

Depois de anos de pesquisas, chegará o dia, então, que alguém encontrará o ‘elo perdido’, o instante exato em que o Grêmio começou a sua arrancada rumo ao topo, passando a ser conhecido como o Barcelona brasileiro, com torcedores em todos os cantos do planeta. Alguém encontrará algo tão estranho amanhã quanto a fita cassete hoje, o twitter. Num gigantesco acervo digital, o pesquisador irá deparar com um pequeno vídeo, datado de 27 de abril de 2018.

Nesse vídeo, um grupo de jovens jogadores da escolinha de futebol do Flamengo – clube até então com maior torcida no país -, encostados no alambrado do estádio da Gávea, gritando os nomes dos jogadores do Grêmio, citando um a um, com emoção e olhinhos brilhando de alegria diante de seus ídolos.

 

Aos poucos, em outros pontos do país, inclusive Argentina, Paraguai e Uruguai, ocorreriam episódios semelhantes. Crianças orientadas e influenciadas por seus pais para torcerem pelo clube local, passaram a pedir camisas do Grêmio. Jovens de todo o Brasil ostentavam com orgulho o manto tricolor, para desespero de seus pais.

No Rio Grande do Sul, a situação ganhou contornos dramáticos, com os filhos de colorados rebelando-se contra a pressão paterna e exigindo de presente uma camisa tricolor em troca da vermelha que lhes era imposta. Cenas dramáticas. Pais chorando diante dos filhos gremistas, que viam seus colegas de escola e amigos sempre sorrindo e festejando títulos, enquanto o Inter sofria nas profundezas, remoendo PDFs.

Exageros à parte, o Grêmio hoje repete o Grêmio da década de 90, quando os títulos, as consagradoras vitórias, os jogos com imensa exposição midiática, conquistaram jovens torcedores de outras equipes, em especial na faixa dos cinco aos dez anos. A história se repete, e hoje com mais amplitude diante da maior abrangência causada pelas redes sociais.

Os pequenos coloradinhos estão sofrendo. Muitos não vão resistir e irão trocar de time, ou, pelo menos, fazer como os guris flamenguistas, fascinados por esse Grêmio que vence e encanta a todos que gostam de bom futebol, independente de preferências clubísticas.

É o Grêmio conquistando o Brasil. Nunca imaginei que veria isso. Uma palavra resume o que nós gremistas estamos sentindo: ORGULHO!

BOTAFOGO

O Grêmio vai jogar com um misto quente. É o que eu imagino, apesar das notícias de que será um time reserva contra o Botafogo neste sábado.

Acho que não há necessidade de poupar todos os titulares. Mas se a decisão for essa, penso que não há o que reclamar.

O título da Libertadores está aí para referendar essa política.

Mas desconfio que Renato irá surpreender o Botafogo.

Há um lugar para Éverton na Seleção de Tite

O Tite é pago, e muito bem pago, para armar uma seleção capaz de ser campeã na Rússia e apagar a péssima imagem da Seleção Brasileira, outrora tão temida e respeitada, inclusive pelos árbitros, deixada na última Copa do Mundo com aqueles ecoantes 7 a 1.

Mesmo assim, como eu gosto dele como treinador, apesar de seu linguajar por vezes irritante com as palavras colocadas sempre com sonolenta precisão -, vou dar uma mãozinha pra ele, e sugerir três medidas.

A primeira, Geromel de titular na zaga. Com ele, os bebedores de chopp da seleção alemã não teriam passeado na área brasileira em 2014. Confesso que, na verdade, prefiro Geromel aqui no Grêmio, mas para ficar com as consciência tranquila como cidadão brasileiro passo esse conselho de amigo ao Tite. E alerto, sem Geromel as chances de título caem bastante. Depois não digam que não avisei.

A segunda, Alisson está entrando em parafuso. Levar cinco gols abala qualquer goleiro, ainda um tão jovem. Acho que Alisson pode ser mantido no grupo, mas não como titular. Se Tite quiser mesmo o título mundial terá de trocar de goleiro. Minha indicação é Cássio. Já faz muito tempo que eu o considero o melhor goleiro do país. Em segundo lugar, Marcelo Grohe. Agora, não quero Grohe na seleção, até porque seria para ser o terceiro na ótica de Tite, fã do Alisson. Então, caro Tite, o Alisson pode ser para ti o que foi Júlio César para Dunga. Pense nisso (pretensão minha, escrevo aqui achando que ele vai ler o que penso).

Por fim, a sugestão que pode fazer a diferença entre o título e a frustração. Tite, abra os olhos, solte a imaginação, não se deixe dominar pelo lado conservador que prevalece na maioria dos técnicos de futebol. Tite, convoque alguém que possa fazer a diferença, que possa surpreender.

Tite, convoque o Éverton. Ele pode ser seu grande trunfo, sua arma secreta, seu abridor de latas e de defesas fechadas, naqueles jogos encardidos. Éverton entra nos minutos finais, faz uma das tantas jogadas de seu repertório quase infinito, e decide o jogo. Eu acredito nisso.

Neste jogo contra o Goiás, vitória serena por 2 a 0, mais uma vez o time precisou do brilho individual, da criatividade, do lampejo de craque do ‘Cebolinha’, o patinho feio que virou cisne. Éverton abriu o placar depois de receber de Jael e, de chaleira, puxou a bola que escapulia, passou por dois e chutou de forma indefensável.

Mais um golaço do jovem atacante, o melhor em atividade no país.

Sei que a Seleção tem jogadores capazes de repetir esse tipo de lance, mas todos já são muito manjados.

Portanto, Éverton na Copa do Mundo.

Como diria o Jô Soares: “Bota ponta, Tite, bota o Éverton”.

O grande jogo nosso e o grande jogo dos europeus

E por falar em grande jogo, o que dizer de Liverpool e Roma? Esse sim um grande jogo, mais que isso, um jogo fenomenal. Festival de gols, de jogadas bonitas, de técnica apurada.

A Roma até que começou bem, mas acabou atropelada por Salah e Firmino. O egípcio detonou seu ex-clube, com dois gols e duas assistências.

O goleiro Alisson levou cinco gols de novo. Será que lembrou-se do Grêmio?

Mas aí seu time reagiu e conseguiu descontar para 5 a 2.

Enquanto isso, nós aqui enaltecemos Grêmio x Atlético Paranaense como um grande jogo, o melhor do Brasileirão até agora.

Concordo que foi um jogo fora da curva nesse campeonato de chutões, pancadas e de influências externas (a derrota do Palmeiras para o Corinthians passou por informações que vieram de fora do campo de jogo).

Agora, esse confronto na Arena de duas escolas semelhantes na proposta de tocar a bola para envolver o adversário teria sido realmente um jogaço de o Atlético ousasse mais. Ficou enchiqueirado no campo de defesa, muitas vezes com o time inteiro atrás da linha da bola em seu campo defensivo.

A verdade é que o técnico Fernando Diniz mostrou sabedoria ao armar uma retranca, repetindo o que fazem os adversários do Grêmio na Arena, para tentar ao menos o empate.

Diniz mostrou que, além de competente (mas ainda precisa mostrar mais ser tão festejado), tem sorte. Escapou de levar uns dois ou três gols no primeiro tempo, inclusive com um pênalti muito claro, daqueles que até o pipoqueiro fora do estádio vê.

A realidade do futebol brasileiro é essa. O torcedor precisa se conformar com o que a casa lhe oferece. O grande jogo nosso fica muito abaixo do grande jogo deles, os milionários europeus.

GANSO

A imprensa anuncia interesse do Grêmio por Ganso. A ‘informação’ rende debates, com críticas à direção por tentar um jogador que parece ter deixado seu futebol vistoso e inteligente num passado distante na Vila Belmiro.

Foram horas e horas de programas de rádio e centenas de notas nas redes sociais.

A direção, então, precisa desmentir aquilo que ela não disse.

E segue o baile. Até a próxima ‘informação’.

Agora, o que eu penso de Ganso? Aquele velho Ganso, o guri que disputava holofotes com Neymar, esse me serve.

MISTÃO

O Grêmio faz certo ao escalar um time misto, espero que seja quente. O exemplo do ano passado ainda está muito vivo. O Goiás é um time médio, dá pra vencer, mas é importante que sejam mantidos uns 5 titulares pelo menos.

Grêmio só empata diante de uma retranca com grife

O Grêmio enfrentou uma retranca daquelas, com tem acontecido desde que começou a empilhar títulos e belas atuações. A diferença é que foi uma retranca com grife, uma retranca glamourizada só porque sua defesa não dá chutão.

É um time que prefere correr o risco de ser desarmada a poucos metros da área, como aconteceu aos 5 minutos, quando a zaga entregou uma bola nos pés de Éverton, que enfiou de primeira para Luan dominar e acertar a trave.

Há quem elogie esse tipo de estratégia, de trocar passes e recuar para o goleiro, atraindo o time adversário para seu campo. Se ainda tivesse alguma jogada de escape para contra-ataques, mas nem isso…

Não sei se o Atlético PR joga sempre assim, o fato é que para mim não serve um treinador que vai me deixar com o coração na boca ao orientar seu time a trocar bola diante da área.

O Fernando Diniz realmente mostrou qualidades no seu trabalho, organizou um time médio e está conseguindo bons resultados, como este empate que caiu do céu para ele. Mas não gosto de radicalismo. Penso que tem horas que um chutão cai bem, o que remete ao velho jargão: bola pro mato que o jogo é de campeonato.

A favor do Fernando Diniz o fato de que o sistema dele, um genérico do sistema implantado pelo Renato, é que ele não conta com nenhum jogador no meio com as qualidades de Luan, Arthur e Maicon, os ‘três tenores’ gremistas.

Foram eles que encurralaram o Atlético, que se fechou como qualquer time do Celso Roth (que vem aí), com a diferença é que não apelou para chutões para afastar a bola. Então, uma retranca com grife.

Foi um belo jogo, que chegou a ter 80% de bola rolando. O Grêmio atacando, jogando todo no campo do adversário (só faltou o Grohe ali), e criando boas chances, desperdiçadas por excesso de preciosismo e chutes fracos ou desviados.

Luan, Éverton, Alisson e André tiveram chances de matar o jogo, ou ao menos fazer um golzinho que fosse.

O Atlético raramente chegou com perigo. Marcelo Grohe fez apenas uma defesa difícil. Contra adversários menos festejados que Atlético do Fernando Diniz, nós vimos o Grohe trabalhando bem, como na vitória sobre o Cruzeiro na primeira rodada.

A arbitragem também contribuiu para que o placar ficasse no 0 a 0. André sofreu um pênalti ao ser empurrado dentro da grande área, mas nem o juiz nem o bandeirinha sinalizaram a infração escandalosa.

Além do mais, o elegante time paranaense perdeu a compostura em várias jogadas ao entrar no tornozelo de alguns gremistas, em especial os mais visados de sempre, Arthur e Luan. Poderia ter havido jogador expulso bem antes se o juiz fosse menos tolerante.

De qualquer forma, foi um grande jogo: Renato x Diniz, seu discípulo. A impressão que eu tenho é que Fernando Diniz ainda está no estágio daquele Roger Machado que começou esse tipo de jogo no Grêmio.

Se ele corrigir esse aspecto de ‘proibir’ seus defensores de dar chutão, tem futuro, inclusive no Grêmio.

Por fim, o Grêmio jogou muito bem, enfrentou um adversário de indiscutível qualidade como equipe, mas não marcou.

Tem gente que não entende isso e fica nas redes sociais corneteando. Para esses, só tenho a dizer que 15 anos foi muito pouco mesmo.