Atitudes que contribuem para vitórias e grandes títulos

Existem algumas atitudes que a gente comemora quase como um título, e até mais que um título se for de uma competição menor, como o regional noveletiano.

Atitudes que marcam, que nos fazem vibrar, que nos deixam orgulhosos e que acabam se alojando num cantinho aconchegante da memória do torcedor gremista.

Um exemplo, e dos mais ecoantes, é o que aconteceu antes do Gre-Nal de domingo no BR. Não, não me refiro ao torcedor que chamou uma jovem repórter de ‘puta’ e depois a agrediu fisicamente; menos ainda à imagem patética de um torcedor colorado fazendo gestos obscenos para um grupo de meninas gremistas.

Fico imaginando como ele e as pessoas próximas se sentem vendo essa cena ridícula, grosseira e sem noção.

Intrigante é que os dois ‘torcedores’ ainda não foram localizados para responder por seus atos. A imprensa que foi ágil para localizar a guria gremistas, aquela do racismo, agora se move a passos de paquiderme, assim como a direção do clube.

Mas o caso que deixou minha alma lavada e enxaguada é o duelo Maicon x D’Alessandre. Muito orgulho do capitão tricolor (tem ainda uns que estão no mobral do futebol que ainda o questionam).

Maicon desestabilizou o inquieto argentino  com uma frase cortante e venenosa, depois de ser informado pelo Jean Pierre que haveria mais dois árbitros no jogo.

Bola picando para alguém sagaz e/ou bem instruído pelo Renato.

-Quer dizer então que hoje o D’Alessandro não vai apitar…

Foi mais ou menos isso. O galinho ficou enfezado, queria briga. Os baixinhos sempre querem briga com os mais altos, é impressionante.

Bem, D’Alessandro não apitou. Deu certo. E mais, fez um primeiro tempo horroroso, que contribuiu para a superioridade tranquila do Grêmio. Eu contei, foram uns oito passes errados, o que é muito para quem precisa articular, propor o jogo.

Engraçado, ninguém da mídia fala sobre essa atuação medíocre do D’Alessandro, que, diga-se, no segundo tempo até melhorou.

O ódio vermelho caiu apenas sobre um jogador, o Dudu. Ninguém questiona também por que deixaram o pobre guri sozinho. O que fez o técnico colorado para reforçar a marcação naquele lado, onde o Grêmio deitava e rolava? Nada. Foi um chocolate, ou um vareio como se diz lá em Lajeado, município da Grande Cruzeiro do Sul.

Então, boa parte da vitória e principalmente do primeiro tempo fantástico do Grêmio no BR lotado de colorados assustados eu atribuo ao Maicon, que também em campo foi superior, altivo, técnico e durão quando necessário.

O lance do Maicon com o argentino, na frente dos árbitros noveletianos, entra na minha galeria dos grandes momentos do futebol dentro e fora de campo, como o ‘Sascha Cuzão’, o sssshhhhhh-um minutos de silêncio, o Alan Ruiz contra o ‘idolo’ dos 400 jogos -número devidamente carimbado pelos 2 a 1 de domingo – e muitos outros que não lembro agora, mas que, com certeza, me fizeram muito feliz.

ROMILDO E O DOSSIÊ

Outro momento grandioso foi a iniciativa da direção do Grêmio em elaborar um dossiê sobre o primeiro jogo contra o Lanus, quando o time argentino foi beneficiado de forma absurda.

O presidente Romildo Bolzan e sua equipe juntaram imagens do jogo e o fato de ter um juiz argentino presidindo a arbitragem, contrariando o regulamento. O documento foi encaminhado à Conmebol e, importantíssimo, aos patrocinadores, os caras do dinheiro. Ideia Sensacional.

O Grêmio começou a vencer o Lanus com essa jogada de craque, que não aparece nas vinhetas, mas que merece ser elogiada e destacada.

Essa indignação – vista nos anos 90 na ‘guerra’ de Koff/Cacalo/Felipão contra a Parmalat – estava faltando. Pelo jeito, não falta mais.

Títulos também são conquistados assim, com ações inteligentes, fortes e destemidas.

 

Grêmio deixa de matar e sofre pra confirmar vitória

O Grêmio teve tudo para matar o jogo no primeiro tempo. Teve um domínio amplo, constrangedor para o adversário e sua torcida – não poupou vaias ao time na saída para o intervalo -, e deu a impressão até que poderia repetir aquele sonoro placar de 5 a 0. E talvez chegasse lá se Éverton, aos 47, não perdesse uma chance clara de gol, depois de passe estilo ‘toma e faz’ de Luan, o grande nome do clássico 413.

No futebol, a gente sabe, se tem chance de matar o jogo, mate, sem vacilar, sem dó nem piedade. Éverton é um atacante raro, precioso, mas peca demais nas conclusões.

Era o momento de liquidar o Inter dentro de sua casa, perante sua torcida e diante do pessoal do tal juizado do torcedor, que provavelmente não viu as agressões covardes e selvagens que a torcida gremista sofreu para ingressar no BR.

Superioridade técnica

O Grêmio começou o jogo impondo sua superioridade técnica, seu entrosamento, e o peso de três títulos, dois deles internacionais. O Inter foi submetido a um chocolate, conforme admitiu Rodrigo Dourado, após a partida, exagerando que o seu time devolveu o chocolate no segundo tempo.

O primeiro gol nasceu de um lançamento na medida de Jailson, sim, Jailson, para Bruno Cortez, que deu o tempo de bola necessário e cruzou com açúcar e com afeto para Luan, aos 23, concluir e fazer 1 a 0. Minutos depois, Luan aumentaria cobrando pênalti sofrido por Éverton, após passe de Maicon, o grande capitão.

No finalzinho do primeiro tempo, D’Alessandro, que completava seu jogo 400 – agora devidamente carimbado – expôs o desespero que se abatia sobre os colorados ao chutar Luan na linha do meio de campo, reconhecendo a maiúscula superioridade tricolor.

Aliás, o argentino fez um péssimo primeiro tempo, errando tudo, mas melhorou depois.

Gostei da frase do Edenilson, ao deixar o campo no intervalo: “A gente vê os vídeos e não consegue fazer o que precisa”.

Sonho e pesadelo

Bem, no segundo tempo, tudo mudou. O sonho gremista deu lugar a um pesadelo inimaginável diante do que havia acontecido no primeiro tempo.

O Grêmio recuou demais, o Inter foi voluntarioso, e não poderia ser diferente. Tinha de dar uma resposta ao seu torcedor.

Assim como o Grêmio explorou o lado direito da defesa colorada no primeiro tempo (Duda saiu, vítima disso), o Inter passou a jogar em cima do Madson, que até fez duas boas jogadas de ataque. Mas é frágil na marcação. O gol do Inter saiu por ali, após jogada que resultou em escanteio.

Renato até que demorou para sacar Madson e colocar Ramiro, reforçando o setor. Alisson entrou e pouco acrescentou. Mais adiante entraram Michel e Marcelo Oliveira, cuja presença não entendi. Michel entrou bem no jogo e por detalhe não saiu gol após uma investida sua ao ataque.

Curiosidade: os dois goleiros não fizeram nenhuma defesa difícil. Houve presença de área dos dois lados, mas poucas conclusões em direção à goleira.

Para os gremistas, ficou um sabor de quero mais; para os colorados, restou a esperança de que o verdadeiro Inter é o do segundo tempo, este sim capaz de fazer frente ao atual campeão da América.

Vamos agora para a etapa mata-mata. Quem vencer será campeão gaúcho.

Arbitragem

Jean Pierre fez uma arbitragem isenta, correta. Pena que se lesionou. Estava muito bem mesmo, isento como deve ser um árbitro de futebol. Pena que se lesionou. Seu substituto pegou uma batata quente, mas teve uma atuação correta.

Resta saber se nos jogos mata-mata haverá o mesmo nível de isenção, fato surpreendente em se tratando de noveletão.

 

Favoritismo, confiança e medo da arbitragem

Se a arbitragem não interferir – passar em branco como diziam os narradores de antigamente -, o Grêmio vence o Gre-Nal.

Os colorados vão dizer que é soberba gremista. Pode ser, mas é natural ficar assim quando se tem um time vencedor, entrosado e com alguns grandes jogadores.

O nome disso não é soberba: é confiança.

Nos anos 90, quando o Grêmio acumulou conquistas e vitórias inesquecíveis, um colega da redação, coloradaço, costumava dizer que nós, gremistas, éramos arrogantes.

Tempos depois, a arrogância e a soberba passaram para o lado vermelho, sentimentos que muitos colorados ainda nutrem apesar de uma queda ao abismo da segundona e uma série que outros vexames. Eu  diria que é gordura acumulada de tanta soberba.

Hoje, muitos colorados acreditam até em goleada no BR lotado, reflexo dessa soberba que neles ainda está instalada.

Bem, independente do que pensam estes ou  aqueles, eu acredito na vitória, não por soberba, mas por confiança na capacidade do time, comprovada com três grandes títulos em um ano e meio.

Do outro lado, um adversário que tenta se aprumar depois de dois anos terríveis.

Como se diz, o Gre-Nal muitas vezes serve pra arrumar a casa. Mas pode servir também para desarranjar de vez, e aí não deixo de lembrar daqueles gloriosos 5 a 0, resultado que só foi possível porque a arbitragem era de fora.

Não é caso do jogo deste domingo, que terá Jean ‘Damião’ Pierre no apito, e uma dupla de fora como arbitragem de vídeo.

Temo pelo que possa acontecer em termos de arbitragem.

 

Não ao VAR no clássico

Sei que vou contrariar a maioria, que estarei nadando contra a correnteza – embora nem saiba nadar. Mas quero dizer que sou contra o uso do árbitro de vídeo (VAR), pelo menos do jeito que está posto.

Sou ainda mais contrário ao VAR no Gre-Nal de domingo. Até o momento ao que parece não há decisão da FGF nesse sentido, mas li que os presidentes da dupla são favoráveis à essa inovação.

Até seria a favor se toda a arbitragem fosse de fora, fosse de outro Estado, outro país. O cornetadorw publicou com exclusividade um dado preocupante para os gremistas: desde 2012 o Grêmio não vence clássico pelo regional (com árbitro local).

Por outro lado, quase deita e rola no Brasileirão (com árbitro de fora) nesse mesmo período, inclusive aplicando goleadas, como aquele placar de 5 a 0, que lavou a alma tricolor.

Curiosidade: o técnico colorado nesse jogo era o atual treinador colorado. Não se lê nada a respeito disso na mídia.

Será em ‘respeito’ ao Odair?

Então, se sou contra árbitro local, por que seria a favor de VAR local?

Seria mais um a decidir sabendo que um erro grave a favor do Grêmio pode resultar numa conversinha reservada na sala do presidente da federação, como aconteceu com Diego Real, e pode ter ocorrido também com outros.

Independente disso, sou contra a arbitragem de vídeo enquanto a decisão de pedir a imagem depender dos próprios árbitros.

O Grêmio foi beneficiado, e com justiça, por duas decisões do VAR, ambas nos jogos contra o Independiente. Mas antes foi prejudicado contra o Lanus, na Arena, no lance de pênalti claro sobre Jael.

Sou a favor do VAR apenas se a solicitação puder partir do treinador, não do quadro de arbitragem, que já tem poder demais. Parece que no futebol americano é assim.

Que se coloque um número máximo de pedidos por jogo. Quem sabe dois ou três para cada equipe.

GRENAL

Com classificação garantida em oitavo lugar, o Grêmio deveria jogar com um time misto, cinco ou seis titulares.

Com isso, iria com força máxima (inclusive Luan) para os clássicos decisivos das quartas de final.

Defendo que Arthur esteja nesse time, até para recuperar suas melhores condições, pegar ritmo de jogo.

Ouso afirmar que mesmo com time misto o Grêmio tem condições de vencer o festejado (pela mídia) Inter de Odair em pleno Beira-Rio.

 

Geral punida por desafiar os intocáveis homens da Lei

O Ministério Público e o Juizado do Torcedor voltam a afrontar a torcida gremista, a maior e mais vibrante do Estado. A nova punição imposta à Torcida Geral do Grêmio – desprezando os mais elementares princípios jurídicos – demonstra desprezo pelo bom senso e, o mais grave, soa desafiadora, autoritária, como quem diz: “Aqui quem manda somos nós, não ousem nos desafiar”.

 

É o recado duro dos agentes públicos que deveriam acima de tudo zelar pela harmonia e paz nos estádios de futebol, ambiente dominado pela paixão, combustível para ações nem sempre as mais adequadas, mas que podem ser administradas se houver equilíbrio, diálogo e isenção, nunca provocação.

 

Para quem deveria lutar por menos violência no futebol e mais aceitação das diferenças, os representantes do MP e do Judiciário, ao punirem uma torcida por motivo tão ralo, tão insignificante e mesquinho num contexto de belicosidade latente e pulsante, agem de forma absolutamente provocativa. Uma reação quase infantil diante do que consideraram uma afronta o fato de torcedores terem utilizado materiais de identificação da Geral em Abu Dhabi e na Recopa, como se a punição de 60 dias de suspensão tivesse aplicabilidade no exterior.

 

Na ânsia de punir com rigor desmedido o ‘desafiador’, o ‘insubordinado’, aquele que ‘ousa nos afrontar’, os homens que deveriam educar e orientar passam a impressão de que levam o caso  para o lado pessoal, como uma rixa colegial depois da aula.

 

É um comportamento muito diferente quando os incidentes e os conflitos são relacionados ao  Internacional. Nas redes sociais há inúmeros episódios graves de tumulto envolvendo a torcida colorada, com danos materiais e agressões ( inclusive o emblemático caso do cone arremessado por um torcedor sobre um policial a cavalo), sem providências punitivas dos mesmos agentes, sempre tão zelosos quando se trata penalizar gremistas.

 

Diante disso, por entender que os dois agentes envolvidos no tragicômico ‘caso do bumbo’ se mostram muito mais decididos a entrar em confronto com a tradicional Torcida Geral do Grêmio do que a buscar o sempre recomendado diálogo aliado ao bom senso, venho sugerir que sejam nomeados novos agentes para conduzir esse trabalho junto às torcidas de futebol.

Sei, sei, sugestão devidamente arquivada.

CORNETADORW

Assustadores os dados abaixo. O Grêmio não vence Gre-Nal do Gauchão desde 2012. Já no Brasileirão aplicou até goleadas.

E aí, coincidência?

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2018/03/os-humanos-gauchos-e-os-humanos.html

 

Renato testa esquema com quatro volantes para o Gre-Nal

O Grêmio nem precisou jogar bem pra vencer o Juventude por 2 a 0, no Alfredo Jaconi. O campo prejudicou o time de maior qualidade. Tanto que seguidamente havia ligação direta defesa/ataque. Já o Juventude parecia assustado, sem alternativa de contra-ataque. Marcelo Grohe fez uma defesa ao longo do jogo. Mais nada.

Mesmo com superioridade absoluta durante os 90 minutos, o Grêmio precisou de uma falha do goleiro Matheus logo no início do segundo tempo para abrir o caminho da vitória.

Matheus errou. Ele foi muito auto-suficiente no lance ao receber uma bola recuada em más condições. Subestimou a velocidade de Jael, quis dominar a bola em vez de dar um chutão, talvez para mostrar que sabe jogar com os pés. O fato é que ele vacilou e Jael fez 1 a 0.

O gol tornou tudo ainda mais fácil para o Grêmio, que aí sim criou algumas situações claras para ampliar, mas chegou apenas aos 2 a 0, um golaço de Madson. Jogada começou com uma enfiada de Maicon, que Ramiro cruzou na medida para o lateral concluir com categoria e precisão.

Madson

Sobre Madson: aqueles que detonaram o guri a partir de uma amostragem pequena, estão com a barba de molho. Madson jogou muita bola. Aliás, eu antecipei aqui que ele poderia melhorar quando tivesse Ramiro ao seu lado. Curiosamente, Ramiro além de ajudar na marcação pelo lado direito ainda deu o passe milimétrico para Madson, que só tende a crescer agora com moral mais elevado. Madson, o melhor do jogo.

Cícero

Não gostei. Tem sido um jogador sem sangue, sem sal. Faz um feijão com arroz razoável, raramente aparece em alguma jogada de ataque, e no combate ao adversário é quase imperceptível. Penso que o lugar dele é no banco de reservas, até que incorpore o espírito tricolor e se comprometa mais.

Posso estar sendo injusto, mas é o que ele me passa.

Classificação

O Grêmio afastou o fantasma do rebaixamento. Luta agora para confirmar sua classificação. Se pegar o oitavo lugar, e o Inter garantir o primeiro, teremos Gre-Nal na próxima fase. É o que espero. Vencer o clássico e depois ‘passear’ no Gauchão.

Mas desconfio que o Inter vai fugir desse confronto agora. Caxias e Brasil de Pelotas começaram a fuga nesta rodada. Ambos perderam.

Imaginem só: os três líderes tentando fugir do Grêmio. Vai ser hilário.

Gre-Nal

Refletindo sobre Cícero e o esquema de 4 volantes que Renato aplicou neste domingo na Serra, estou chegando à conclusão de que o técnico escalou esse time já projetando o clássico do dia 11, marcado para as 11h (será que esse horário será mantido?).

Penso que Renato pode começar o jogo com esse quadrado, saindo Cícero e entrando Arthur. Está mais do que na hora de ele jogar.

Na frente, Luan e Éverton. Se Luan não puder jogar, é possível que Renato repita Jael de titular.

Duvido que Renato mexa na dupla Jaílson/Maicon. Renato vai apostar num meio-campo forte, consistente e criativo (com Arthur dialogando com Maicon e Luan).

O jogo no Jaconi já foi um teste para o Gre-Nal, é o que me parece.

MP

É incrível como o MP é rigoroso com a Geral do Grêmio. A torcida colorada fez de tudo no ano passado, até cone jogou sobre brigadianos. Quebraram posto de gasolina e loja de conveniência, e ficou por isso mesmo.

Aí a torcida gremista leva um bumbo para um jogo no exterior e corre risco de nova punição. É o fim da picada, revoltante.

Ainda bem que o Grêmio está reagindo e não vai deixar assim.

Agora, a gente olha para a FGF, o MP e o Judiciário e tem a impressão que os colorados estão no controle de tudo. Mas é só impressão, porque são todos homens honrados, que dignificam suas instituições. E se erram mais para um lado é porque são humanos e se trata de mera coincidência.

Foco no Gauchão e na defesa da Geral

Com a pausa na Libertadores, o Grêmio pode agora focar apenas no Gauchão. Objetivo imediato é afastar o risco de rebaixamento à série B regional e confirmar sua classificação. Depois, a luta pelo título.

Sei que muita gente irá comemorar se o clube ficar no limbo, nem rebaixado, nem classificado. A ideia é com isso atingir Novelletto Primeiro e Único.

Ora, ele está largando a federação, e nada melhor que mais um título do clube do qual é conselheiro. O dinheiro da TV já está garantido, até onde eu sei. Se vai cair a sintonia sem o Grêmio será problema da emissora detentora dos direitos. Então, seria uma vingancinha muito boba.

A melhor vingança é classificar-se, atropelar os adversários conhecidos (os times) e os que vivem na penumbra, nas trevas, só esperando para prejudicar o Grêmio, e, finalmente, sair campeão no ano do centenário da FGF.

É o que eu quero. Respeito, e até entendo, quem pense diferente.

Assim, minha preocupação agora é com o jogo contra o Juventude, domingo, às 17 horas, no Jaconi.

Pelo noticiário, Luan deve ficar fora, juntando-se a Arthur. Madson é outro que sente lesão, e dificilmente irá jogar.

Tudo indica que Renato vai começar com o lateral Felipe, mas se ele estiver iluminado pelo brilho do bom senso começa com Ramiro deslocado.

No meio, Jaílson e Maicon. Não descarto a presença de Michel ao lado de Maicon, com Jaílson na função original de Ramiro pelo lado direito.

Na frente, Alisson pela direita, Thonny Anderson centralizado e Éverton na esquerda. Tudo muito simples.

Se Renato quiser simplificar ainda mais, pode começar com Jael ou Brocador. Opções ele tem.

 

Só espero que ele não insista com Cícero numa função mais ofensiva. Sua escalação contra o Juventude só se justifica na função de Ramiro. Fora isso, banco de reservas.

O importante é vencer o Juventude, e o que tiver no caminho, se é que me entendem.

GERAL

Há de chegar o dia em que o MP irá questionar/contestar algum título obtido pelo Grêmio. Ou porque a Geral foi ruidosa demais no apoio ao time em algum jogo; ou porque a charanga tocou desafinado; ou porque dispararam sinalizadores na Arena, uma reincidência inaceitável; ou porque o time jogou bem e bonito demais, causando inveja aos vermelhos da aldeia; ou porque o time agora se acostumou a papar todos os grandes títulos, deixando humilhados os rivais mais próximos.

Motivos é que não faltam. Se o MP foi capaz de denunciar um bumbo da Geral em jogo no exterior e considerar isso uma afronta à recente decisão judicial, então realmente não tenho por que duvidar em que algum dia esse pessoal que garimpa miudezas na internet para punir ‘os de azul’ vai tentar impugnar vitória ou título do TRICAMPEÃO DA AMÉRICA.

Aliás, faço questão de escrever TRICAMPEÃO DA AMÉRICA, assim como quem grita, porque sei que isso está doendo em muita gente.

Para completar, parabéns à direção do Grêmio, que emitiu nota sobre esse episódio tragicômico, garantindo que irá defender a torcida em todas as instâncias.

Libertadores: Grêmio empata em jogo típico de Gauchão

Típico jogo de Gauchão esse do Grêmio contra o Defensor, que, aliás, fez jus ao nome, porque só tratou de se defender.

O Defensor parecia um time do interior, preocupado apenas em não levar gol e especular algum lance de contra-ataque. O estádio parecia com a maioria dos estádios do futebol gaúcho, parado no tempo.

Até o público era de Gauchão. Meia dúzia de gato pingado.

E o que dizer da arbitragem? Parecia um trio noveletiano. O juiz deixou o time uruguaio bater e demorou a dar cartão amarelo. Até pênalti foi sonegado, como costuma acontecer por aqui. Foi no lance do gol de Maicon. Jael foi deslocado na cara do juiz. Felizmente, Éverton apareceu para concluir e Maicon surgiu de trás para fazer 1 a 0.

Quer dizer, um jogo muito parecido com os que o Grêmio enfrenta no regional: retranca armada e muita pancada para intimidar, sempre com a conivência dos árbitros de modo geral.

O resultado de 1 a 1 foi decepcionante, porque era jogo para vencer. Renato demorou a colocar Alisson, que deu nova cara ao time na frente.

O primeiro tempo foi mais arrastado, com o Grêmio tentando furar a muralha uruguaia. Ao mesmo tempo, tendo de cuidar para não levar uma bola às costas. Em Libertadores não tem moleza, vacilou está levando gol.

E foi o que aconteceu quase no final, quatro minutos depois do gol de Maicon. O zagueiro uruguaio, posicionado além da segunda trave, cabeceou livre, sem pular, para empatar a partida. Ali deveria estar o lateral-direito, mas Madson havia saído. Quem deveria estar ali seria o Ramiro ou o Alisson.

O fato é que os uruguaios, muito esforçados, aproveitaram o cochilo para fazer o gol.

O empate não chega a ser um mau resultado, mas diante das circunstâncias restou a frustração de deixar escapar a vitória praticamente consolidada.

Sobre os jogadores: faltou uma jogada mais qualificada pela direita. Madson ainda não se adaptou, nem sei se irá se adaptar.

Sobre Renato, Alisson está pedindo passagem para começar uma partida. Ele é um bom parceiro para Luan.

Efeito Diego Real e as arbitragens do Gauchão

Concluída mais uma rodada do ‘emocionante’ do campeonato gaúcho, restou-me uma imensa curiosidade.

Teria sido, o árbitro Érico Almeida, convocado à sala do sr Novelletto para prestar esclarecimentos sobre sua ‘ousadia’ de não marcar um pênalti claro para o clube do presidente da federação, domingo, contra o São Luiz de Ijuí?

Sim, a curiosidade se justifica. No ano passado, o então promissor Diego Real cometeu o grave crime de errar contra o Inter ao assinalar um pênalti a favor do Juventude, infração que realmente não existiu. O jogo terminou 1 a 0 para os caxienses.

No dia seguinte, um fato inusitado. Diego foi chamado pelo presidente da FGF, que fez questão de deixar vazar o encontro para a imprensa, o que, decididamente, é algo muito raro e absolutamente inaceitável para alguém que ocupa cargo tão importante.

Foi, no popular, uma mijada pública.

Meses depois, Diego Real se desligou da federação, abandonou a arbitragem. Sua forma de responder à humilhação.

Não consta que algum juiz nesses anos todos do sr Novelletto na FGF algum juiz tenha sido jogado às feras por ter prejudicado o Grêmio. Talvez porque realmente sejam muitos os erros cometidos contra o tricolor…

Desde então, pergunto eu, em que condições emocionais apitam os árbitros comandados pelo sr Novelletto, em especial os mais jovens?

Será que não se deixam influenciar por esse tipo de acontecimento?

O fato, a realidade, é que também no atual gauchão o Grêmio foi muito mais prejudicado que o Inter. Na série de jogos com seu time C, o Grêmio deixou de somar pontos em função de erros de arbitragem.

Já o Inter só teve um erro capital contra si quando já está com sua classificação garantida.

E aí eu tenho que ler e ouvir gente dita especializada e isenta que as arbitragens no regional erram para os dois lados, citando como exemplo esse fato isolado.

Não, nos últimos anos o que se vê é um número muito superior de erros contra o Grêmio na comparação com o rival.

Por isso, não canso de repetir, na dúvida contra o Grêmio e a favor do Inter.

É como eu vejo a arbitragem gaudéria, mas sempre frisando que não é uma questão de desonestidade, mas apenas efeito psicológico do poder absoluto de Novelletto Primeiro e Único.

A redenção de Jael e o ‘Rivaldo’ que veio de Minas

Thonny Anderson ‘chegou chegando’. Escancarou a porta, entrou sem pedir licença. Chegou como acessório na transferência do Edílson (criticada por alguns, não por mim, que não gosto de manter jogador contrariado). A direção gremista soube transformar limão em limonada.

E que limonada! Alisson está dando boa resposta e Thonny mostra um atrevimento raro hoje em dia, nesse futebol burocratizado, de toque pro lado, pra trás, e de escassa ousadia, qualidade que vejo também em Éverton.

A gente sabe que essa qualidade de abridor de lata, ou seja, do que cara que vai pra cima do marcador e abre retranca a drible, pode gerar um grande peladeiro.  Valdívia por enquanto é um exemplo disso.

Não é o caso do paulista Thonny, que revelou neste sábado qualidades de um jogador diferenciado. Além do drible, da técnica apurada, o ‘Rivaldo’ do Cruzeiro mostrou que tem visão de jogo, inteligência.

No primeiro gol, ao receber uma enfiada de Jael (sim, do Jael), travou a bola, livrou-se da marcação, limpou a jogada e concluiu com a frieza de atacantes experientes. Foi o gol mais rápido desse campeonato de cartas marcadas. Desde a saída de bola até o gol foram 25 segundos.

Esse gol relâmpago desarticulou o adversário. O time reserva do Grêmio, reforçado de Ramiro e Éverton, meio que se acomodou, e o jogo ficou morno.

Já no segundo gol, Thonny, que estava tri a fim de jogar, mostrou por que foi apelidado de Rivaldo na base do Cruzeiro. Ele recebeu pela direita, percebeu Jael entrando às costas da zaga e lançou como se fosse com a mão. Jael tocou de cabeça e Michel marcou.

Então, quando a gente vê um jovem recém chegado e em pouco tempo já mostrar um futebol de alto nível, fica pensando quanto tempo se perde com falsas promessas (ah, fulano precisa de tempo, de sequência de jogos, etc). São muitos casos assim.

Nem vou citar exemplos, porque todos sabem de alguém assim.

O cara quando é bom mesmo faz como o Thonny, que ‘chegou chegando’ e acabou inscrito na Libertadores. Mais uma decisão muito acertado do melhor treinador do Brasil (te cuida, Tite!).

JAEL

Torço pelo Jael, assim como torço por todos os jogadores do Grêmio. Torço, por exemplo, pelo Marcelo Oliveira. Reconheço suas limitações, mas quem pensa que futebol se faz só com talento, decididamente não sabe nada. Nem perco meu tempo com gente assim.

Marcelo Oliveira é uma liderança positiva num ambiente em que a vaidade prevalece, e precisa ser administrada em função dos objetivos de todos, do grupo. Não das individualidades.

No caso de jael, vejo um jogador desabrochando. Ele teve participações importantes no título da Libertadores, mas tem suas limitações. Não é, contudo, um zero à esquerda. Sábado, deu duas assistências, e acabou marcando seu primeiro gol, de pênalti, aliás muito bem batido.

Então, no momento em que Brocador está chegando, Jael desponta. São dois centroavantes.

De minha parte, continuo preferindo um ataque móvel, sem o tal camisa 9, o aipim. Acho que Alisson será o titular num esquema que terá Maicon e Arthur no meio, e quatro meias/atacantes na frente: Ramiro pela direita, Éverton pela esquerda, e pelo meio Luan e Alisson.

ATAQUE MÓVEL

Sexta-feira, lendo o noticiário, soube que o técnico Fábio Carille iria de ataque móvel contra o ‘poderoso´ Palmeiras. Pensei: vai ganhar. Não deu outra, o ataque móvel, com bons jogadores, é o melhor sistema. Fez 2 a 0 no festejado Palmeiras.

Um dos gols do meia Rodriguinho. Esse meia saiu do Grêmio tido como jogador mediano. Ninguém acreditava nele, nem eu.

No futebol, o melhor é não ser definitivo nas avaliações.

Por exemplo, vejam o caso do Marcelo Grohe. Tem gente que o queria longe, muito longe, do Grêmio. Vejam só.

GAUCHÃO

O Grêmio, com os 3 a 0 sobre o NH, afastou o fantasma do rebaixamento.

Por mim, pode ficar de fora da próxima fase, para decepção e irritação da turma dos amigos de Novelletto.

Mas se for para classificar, a briga pelo título deve ser prioridade.

Em especial, a vitória sobre o Inter.

ROMILDO

Repercute negativamente, muito negativamente, a recepção do presidente Romildo ao Pedro Ernesto em seu gabinete, após a vitória sobre o Independiente.

Poucos cronistas esportivas atacaram tanto a gestão atual quanto Pedro Ernesto. Acho até que ninguém o superou.

O presidente é uma pessoa educada, cordial, mas ele precisa começar a cultivar outra qualidade: a capacidade de captar o sentimento do gremista.

Não conheço um gremista sequer que tenha aprovado essa iniciativa do presidente do melhor time da América Latina.