Mais um Brasileirão de pontos corridos chegando ao fim. Aliás, com um final delineado já nas primeiras rodas, quando o campeão Corinthians começou a disparar com uma série impressionante de vitórias sucessivas.
Acumulou tanta gordura, que mesmo desabando no returno, conseguiu manter-se no topo. O único clube que realmente chegou a ameaçar esse título dos paulistas foi o Grêmio, mas este estava dedicado à Copa do Brasil e à Libertadores.
Sou contra os pontos corridos. Desde o início fui contra, e continuo contra.
O maior argumento dos defensores dessa fórmula imitada dos europeus é que o título premia a regularidade. Tudo bem, mas favorece aquele que só tem uma competição a disputar, o Brasileirão, em detrimento de outro que tem uma Libertadores. Então, ao segundo fica mais complicado manter a regularidade durante uns oito meses.
Então, o que se vê é um Corinthians comemorando o título numa situação morna e sem sal, sem pimenta, antes mesmo de o campeonato terminar.
Restaram as migalhas, disputa por vaga aqui ou ali. A grande atração nesta reta final é luta dos miseráveis para fugir do rebaixamento à Segundona, que voltará a ser chamada assim no ano que vem aqui abaixo do Mampituba porque o glorioso Inter subiu. Até há pouco era série B, e até Brasileiro. Nunca segundona.
Este é o Brasileirão que favorece, na verdade, as duas equipes mais ricas, aquelas que recebem o maior volume de verbas da televisão: Corinthians e Flamengo.
Há de chegar o dia em que o clube carioca vai se ajeitar, assim como o Corinthians, e aí teremos os dois se revezando no pódio. Eu, se fosse dirigente do Flamengo, contrataria o Tite, após o Mundial, para colocar ordem na casa, assim como ele fez no Corinthians, deixando um time pronto para seu auxiliar.
A minha fórmula, e a de muita gente que privilegia uma competição com uma avalanche de emoção na briga pelo título, é zerar tudo do primeiro para o segundo turno. O campeão do primeiro turno enfrentando o campeão do returno. Até nem pesquisei para ver quem seria o rival do Corinthians nesta hipótese. Se um clube conquistasse os dois turnos, bem, aí seria consagrado campeão.
Caso contrário, haveria uma disputa entre os dois primeiros colocados em dois jogos. O time com maior pontuação somando os turnos levaria uma vantagem, que pode ser a finalíssima em sua casa.
Simples. A fórmula valoriza a regularidade e mais ainda a emoção.
Grêmio
Com um time reserva mesclado com jogadores do terceiro escalão, o Grêmio ficou no 1 a 1 com o lanterna Atlético Goianiense. Foi a despedida da Arena nesta temporada em jogos oficiais.
Não há muito o que dizer sobre o jogo, morno e sem graça como a festa do Corinthians pelo título.
Sobre os jogadores: Thyere foi o melhor da defesa, inclusive participando do gol de empate, marcado por Poletto, um jovem promissor.
A lamentar a falha de Paulo Vitor no gol adversário. Saltou atrasado. Mas tem crédito, um crédito que alguns gremistas não dariam ao Grohe até pouco tempo atrás.
Gostei e não gostei do Kaio. Por vezes penso que ele é bom, tem futuro. Outras vezes me decepciono.
Na frente, o melhor foi Dionathã, mas também nada de especial. Foi o melhor. Gostei também do Jean Pyerre, que substituiu Patrick. Este voltou a jogar um futebol menor para o seu potencial.
Beto da Silva, que voltou de novo, até consegue alguma jogadinha, mas sem maiores consequências, sem falar que ele parece ter sobre sua cabeça uma nuvenzinha escura. Nada certo com ele.
Inter
Soube que encomendaram até caixa de som para festejar um possível título da série B. Seria o título que abonaria a frase ‘campeão de tudo’. Com o segundo lugar, até isso o Inter perdeu.
Assim como perdeu muita coisa nesses dois últimos anos, aquelas provocações comuns de mesa de bar e de rede social. Por exemplo, as caixas de som para anunciar o RG no Olímpico. Gerou muita brincadeira. Agora até isso acabou.