O Grêmio atingiu o objetivo básico, que era vencer o Cruzeiro sem levar gol.
Se pudesse empilhar gols para encaminhar a classificação à final da Copa do Brasil, melhor. Mas não foi possível, e muito em função do adversário.
Mano Menezes, assim como outros treinadores, hoje conhece bem o Grêmio, e sabe que precisa encurtar o espaço no setor intermediário para não deixar fluir o toque de bola envolvente do tricolor.
Não é fácil, tanto que no primeiro tempo o Cruzeiro quase não conseguiu respirar tamanho o sufoco. No segundo, sim, o time mineiro conseguiu marcar melhor, teve por momentos o controle das ações, mas pouco produziu em termos de oportunidades de gol.
As melhores foram duas, um chute no canto direito que Grohe mandou para escanteio e, quase no final, uma escapada pela direita do Raniel, com Grohe saindo para abafar, evitando o empate.
Já o goleiro Fábio fez a grande defesa do jogo, um cabeceio de Lucas Barrios, que ele tirou de cima da risca. Ele ainda defenderia um belo chute de Pedro Rocha. E foi só também.
Aos 45 minutos, o gol gremista. E tudo começou com Marcelo Grohe, é verdade, acreditem. Ele rolou a bola para Michel, que avançou, cruzou a linha do meio de campo e meteu uma bola preciosa para Pedro Rocha, que tocou de primeira para Luan que entrava pelo meio. Luan, também de primeira, chutou. E aí Fábio espalmou pra dentro da área, onde estava Lucas Barrios. Gol!!!
Dias desses, Grohe soltou uma bola (defendida com muita dificuldade como foi o caso de Fábio), também para dentro da área. Aí, os ‘especialistas’ em goleiro (e eles são muitos), disseram que não se pode rebater a bola para dentro da área, e sim para os lados, para escanteio de preferência.
Nada mais óbvio. Só tem um detalhe: às vezes não dá. Mas e os caras que querem a caveira do Grohe levam isso em conta?
Mas voltando ao que interessa. O Grêmio venceu com muita dificuldade, não teve aquela supremacia técnica e tática de outras partidas. E isso prenuncia um segundo jogo muito difícil. Ou não, diriam os mais otimistas, aqueles que consideram o Mineirão um salão de baile desse novo e empolgante Grêmio treinado por Renato Portaluppi.
O certo é que tudo pode acontecer. Confio que o Grêmio faça ao menos um gol, o que já cria um problema ao Cruzeiro.
A lamentar a lesão de Geromel. Depender de Bressan, esforçado mas limitado, é torturante. Tem ainda o Lucas Barrios, que sentiu uma lesão.
A torcida para o segundo jogo contra o Cruzeiro começa agora: a torcida pela recuperação de dois dos mais importantes jogadores do time.
Por fim, um elogio ao juiz da partida, o Marcelo Aparecido. Ele marcou um pênalti sobre Luan, mas recuou atendendo aceno do bandeirinha. E fez o certo, porque a falta foi mesmo fora da área. No mais, foi correto na aplicação de cartões e nas marcações de falta, com um ou outro equívoco.
Um de seus méritos na carreira foi ter expulsado Marcelo Grohe por aquela babaquice de fazer cera excessivamente. De lá pra cá isso acabou. E tudo graças ao Aparecido.
Destaques: a dupla de área, a dupla de volantes, Ramiro e, principalmente, Luan, o craque do jogo.