Nada pode ofuscar a vitória gigante sobre o Atlético Paranaense, que até este domingo só havia sofrido quatro derrotas em sua grama sintética, uma delas para o próprio Grêmio. Muito menos a vacilada de Marcelo Grohe.
Grohe exagerou na ‘cera’, e o juiz foi rigoroso, porque já vi cera muito pior (por exemplo, o goleiro Aranha no tristemente famoso jogo do racismo), e nada aconteceu. Grohe confiou que nada aconteceria, e se deu mal.
Por sorte, o time armado com sabedoria pelo técnico Renato Portaluppi ganhou maturidade e tem qualidade suficiente para resistir 15 minutos e garantir a vitória por 2 a 0, mantendo 100% de aproveitamento (o que não faz uma folga no momento certo…) no Brasileirão.
Se outros candidatos ao título da série A vacilarem como Grohe, o Grêmio vai, como diria um velho amigo dos tempos de redações da Caldas Júnior, ‘abiscoitar’ o tri do Brasileirão. O Grêmio, realmente, está ‘supimpa’.
Voltando ao jogo de Curitiba (cidade que me faz lembrar aqueles dolorosos 4 a 0), espero que os gremistas aliviem as críticas ao grande goleiro gremista, que pensem em suas grandes defesas e esqueçam eventuais falhas ou deslizes.
Deixem isso para os colorados. Acompanhem: eles usarão seus espaços para atacar Grohe, que tem seus defeitos, como todos os goleiros, mas que deve ser defendido pelos gremistas, que precisam colocar a paixão pelo time acima de teses e/ou preferências pessoais.
Não vi até hoje nenhum torcedor dar volta olímpica com troféu na mão por ter confirmada uma tese qualquer.
Grohe deve ser preservado, até porque não tem substituto à altura, embora Léo tenha entrado bem. Mas isso não impede que Renato tenha uma conversinha ao pé do ouvido com seu goleiro.
Dito isso, só elogios ao Grêmio, que lidera o Brasileiro com 6 pontos e já começa a ser olhado de forma diferente pelos palmeirenses, corinthianos, flamenguistas, atleticanos, sempre apontados como favoritos ao título.
Mais uma vez a defesa foi uma muralha. A dupla de área foi impecável. Os laterais foram eficientes, com destaque para Cortez, que começa a levar jeito de titular.
No meio de campo, Ramiro foi de novo espetacular. Enchem a bola do Rodrigo Dourado, um volante muito bom, mas esquecem que Ramiro é superior, é ele quem dá equilíbrio ao time, e ainda ajuda a fazer gols, quando ele mesmo não os faz. O PGV, apelido que lhe dei há dois anos, está demais.
O novato Arthur mais uma vez encheu os olhos. Só é preciso cuidado com elogios de fonte suspeita, com terceiras e quartas intenções. Pés no chão.
Michel não chegou a brilhar, mas foi correto e importante na marcação, no combate incessante.
Na frente, Pedro Rocha foi taticamente importante, mas precisa jogar mais se quiser continuar na titularidade.
Por fim, o fazedor de gols. Lucas Barrios voltou a marcar e já alcança uma marca invejável.
Confesso que não esperava tanto dele. É, pra mim, uma grata surpresa.
PENALTI
Diferente dos tais observadores de arbitragem, não vi pênalti de Kannemann. A bola bateu em seu corpo e ricochetou no braço esquerdo.
Acertou o juiz.
Só falta dizerem que Grêmio ganhou com erro de arbitragem.