Feliz 2017

Desejo a todos os botequeiros um Feliz Ano Novo, com muitas conquistas (títulos), muita saúde.

Fazia tempo que um ano não começava tão bom para nós, gremistas.

Levo fé que realmente tenha iniciado um novo ciclo de vitórias do Grêmio.

Bem, é isso, estou viajando para o oeste de SC, onde estarei cercado de gremistas.

Sintam-se abraçados.

 

 

Renato, Telê e Ênio: forjados na prática

Quem conhece o técnico Renato Portaluppi sabe que ele é uma extensão do Renato jogador. Irreverente, exagerado e atrevido.

No ambiente conservador do futebol – clube, imprensa e torcida – não é exatamente o comportamento que se espera de um profissional.

Alguém assim só sobrevive se for muito bom, bom o suficiente para dizer o que lhe dá na cabeça e colocar faixa no peito. Saiu um pouco da linha parece que o mundo desaba.

Renato sempre foi assim. Eu era setorista do Grêmio quando ele chegou ao Olímpico como grande reforço para o time de juniores.

Assisti a alguns jogos dele nas preliminars. Era fominha e valente. Não temia cara-feia. Os pontapés não o intimidavam, pelo contrário. Alguns companheiros reclamavam quando ele prendia demais a bola. E depois corriam para abraçá-lo quando ele driblava e cruzava para o gol.

Teve um momento em que implicavam com as meias arriadas. Enfim, tudo em Renato era motivo para polêmica.

O importante é que ele resolve dentro de campo, comentou certa vez um treinador. 

Então, Renato é assim e sempre será: irreverente, exagerado e atrevido.

Quando ele declara que não precisa estudar para vencer como técnico, Renato está apenas sendo ele mesmo.

Ele poderia ter ficado calado mas aí não seria Renato; assim como não seria Renato se não ousasse nos dois gols contra o Hamburgo, em 1983.

Assim como questiono a necessidade desse tipo de afirmação, que soa provocativa, não tenho nenhuma dúvida de que Renato pensa isso mesmo: ele já sabe futebol o suficiente e não será um um curso ou estágio no exterior que irá somar algo ao que ele já sabe.

Não tenho dúvida de que Renato estuda, mas ao seu jeito. Estuda observando os jogos, tirando uma lição aqui e outra ali.

A provocação é direcionada aos que chegam carregando livros debaixo dos braços e apresentando ‘diplomas’ de treinador.

Detesto a expressão ‘treinador estudioso”, pior que essa só a do ‘treinador trabalhador’.

Futebol se aprende no campo, na prática, na observação, na capacidade de cada um de assimilar e transmitir conceitos e ideias.

Nesse aspecto, poucos tiveram ‘mestres’ como Renato teve em sua trajetória vitoriosa como jogador de futebol.

Vou citar dois: Telê Santana e Ênio Andrade. Dois dos maiores treinadores que já tivemos.

Garanto que nenhum deles precisou de estágios ou se socorreu de livros. E ambos foram multicampeões.

Convivi bastante com ‘seu’ Ênio o suficiente para afirmar que ele concordaria com Renato.

Mas, discreto e humilde, ficaria de boca fechada.

Talvez seja o que falte a Renato: discrição e humildade.

Principalmente, falar menos para não provocar os ‘adversários’, que estão sempre de plantão para hiperdimensionar tudo o que ele disser, como fez o colunista Diogo Olivier em ZH.

Mas aí não seria o Renato…

Meu ano está ganho, mas quero mais

Não há um gremista sequer que eu encontre que não repita a seguinte frase, como se fosse um mantra:

“Meu 2017 já está ganho”.

Claro que a frase ainda está sob os efeitos do penta da Copa do Brasil e, principalmente (e bota principalmente nisso), a queda do ‘clube grande não cai’. Na verdade, o Inter não só caiu, como desmoronou perante a comunidade esportiva nacional a partir de declarações e iniciativas infelizes, para dizer o mínimo.

Logo virá a Libertadores e o sonho do tri, o que não é impossível com ‘São” Portaluppi no comando, assessorado pelo Valdir Espinosa, passará a ocupar corações e mentes tricolores.

O que está claro, hoje, para os gremistas de modo geral, é que o ano já está ganho. Imaginem, diz após dia acompanhando o martírio vermelho nos caminhos espinhentos e pedregosos da segundona, que boa parte da mídia tenta, inutilmente, glamourizar. 

Será um ano de muitas brincadeiras envolvendo o drama colorado. As redes sociais, que não existiam quando o Grêmio caiu, são hoje instrumentos de tortura contra quem está na ponta de baixo da gangorra.

Tudo que os colorados fizeram nas duas oportunidades é quase nada em termos de brincadeiras, que serão constantes, permanentes, e muitas delas marcadas pelo humor e a criatividade. É o lado legal do futebol.

De minha parte, eu que sobrevivi aos anos de chumbo – a década de 70 foi terrível, traumática até – e aos títulos internacionais obtidos pelo Inter recentemente, já duvidava que pudesse viver para assistir a via-crúcis vermelha.

Sim, estou de alma lavada e preparado para um novo ciclo de conquistas do nosso Grêmio.

Enfim, o ano está ganho, mas no futebol a gente nunca está plenamente satisfeito.

 

O fundo do poço pode ser mais embaixo

Quando a gente pensa que chegou ao fundo do poço eis que desce mais um pouco.

É assim que eu vejo o Inter hoje.

O dia começou com uma bomba: o jornalista Hiltor Mombach publica documentos que seriam prova de que a CBF errou ao acusar o Inter de falsificar documentos relativos ao caso Victor Ramos.

Poucas horas depois as redes sociais revelavam que não é bem assim, que o vazamento complicava ainda mais o Inter. Há uma diferença no texto de email apresentado pelo Inter em sua ação para fugir do rebaixamento e seu equivalente registrado no cartório pela CBF.

Temos de um lado um clube desesperado para continuar na série A, e agora para provar que não adulterou nada – conforme acusa a CBF -, e de outro uma entidade de pouca credibilidade, mas que até o momento está vencendo esse jogo de lances obscuros.

O fato é que o Inter terá de provar que os documentos juntados ao processo são verdadeiros – passando o rojão para a CBF – ou, em caso de ser provado que houve má fé colorada – o que é difícil de aceitar pela seriedade do jurídico colorado -, começar a lutar para não cair ainda mais, passando para a série C de uma maneira que seria muito mais vergonhosa do que a queda jogando futebol.

Há um duelo em andamento. Uma briga de bugio. Sobrou até para o PDF…

O Fortaleza, quinto colocado da série C, louco pra subir, está atento e já pediu informações à CBF.

O STJD está apurando o caso, assim como o Ministério Público do RJ.

Não duvido que o Inter acabe descobrindo que o fundo do poço é mais embaixo (não consigo resistir: mazembaço).

Eu, se fosse colorado, torceria para este 2016 terminar logo.

Confiram:

http://globoesporte.globo.com/rs/futebol/brasileirao-serie-a/noticia/2016/12/documento-reabre-disputa-entre-inter-e-cbf-no-caso-victor-ramos.html

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/12/mr-bean-surtou-de-novo.html

http://www.blogdodemian.com.br/2016/12/o-caso-dos-emails.html

 

Renato renova e começa a montagem do time

Confirmado Renato Portaluppi como treinador, vamos agora à montagem do time para enfrentar um ano de Libertadores. 

Vamos ver se Renato é bom também como técnico de um ano inteiro, começando a temporada e, portanto, em melhores condições de mostrar suas qualidades.

Há quem acredite que Renato é técnico de tiro curto. É que vamos ver. Como disse o empresário dele, em cinco jogos tudo pode mudar. Dependendo dos resultados, ninguém lembra que o treinador é o mesmo que acabou de vencer uma grande competição.

Em 2011, Renato também começou como treinador, mas sem o apoio pleno da diretoria como acontece agora. Perdeu o Gauchão, num jogo em que o Centroavante Pigmeu cobrou um pênalti acertando o pipoqueiro que passava fora da Arena. O mesmo que foi expulso na Libertadores com poucos minutos de jogo, deixando o time na mão e prejudicando o trabalho de Renato.

O que eu vejo é desta vez Renato terá todo o suporte necessário para acertar e se consagrar também como um técnico de tiro longo. Capacidade ele tem para isso. Resta saber se ele quer mesmo levar sua carreira a sério, com total dedicação – sim, com pausas para um banho refrescante no Leblon, que ninguém é de ferro.

Levo fé no Renato e no trabalho comandado pelo presidente Romildo.

O presidente e sua diretoria já acenam para reforços de qualidade, um atacante ‘fazedor de gols’, por exemplo.

Penso que as contratações devem ser cirúrgicas, nada de ficar amontando jogador mediano.

Penso que o time precisa de dois bons laterais para disputar posição e quem sabe assumir a titularidade.

Para manter o esquema atual, se faz necessária a contratação de um ‘outro Douglas’. Lincoln, que poderia ser esse jogador, ainda precisa evoluir muito.

Eu investiria em Éverton Ribeiro. 

Tentaria, também, o Marinho, do Vitória. Diego Tardelli é outro nome a ser pensado.

Enfim, com mais dois ou três nomes de peso o Grêmio encara bem a Libertadores. Isso se não negociar Luan e Wallace, por exemplo.

No mais, acredito na capacidade de Renato para indicar jogadores. 

Em 2013, ele indicou apenas um jogador: Rodolfo, zagueiro que deixou saudade até o surgimento de Geromel.

E se Renato não ficar?

ATENÇÃO: não perca seu tempo lendo o texto abaixo. Renato já renovou. Para alegria de muitos gremistas e frustração de uns poucos.

Assinado: gerência do Boteco

 

E se Renato não ficar?

Esta pergunta inquieta muita gente, inclusive eu. Mas outros dão de ombro, tipo ‘estou nem aí’. São os anti-renatistas, um pessoal que deu uma trégua em função do título da Copa do Brasil.

Renato, na verdade, até estimula essa rejeição velada nas vitórias e escancarada nas derrotas. Tem um jeito que foge do padrão dos bem comportados, dos politicamente correto. Mas esses vibram quando ele enfrenta os reds da imprensa.  

Mas antes de tudo pra mim estão os resultados. Até o Tite teve uma fase em que era insuportável com aquele papo de pastor ou escritor de livo de auto-ajuda.

Mas sempre coloquei em primeiro plano o trabalho desenvolvido e, em especial, os resultados.

Futebol é resultado. O resto é tese para animar programa de debate e discussões nas redes sociais.

Os resultados do Renato no Grêmio, de modo geral, foram muito bons, culminando com um título que ninguém mais acreditava possível. Ou não?

Então, eu defendo a renovação de contrato de Renato. Mas dentro dos limites orçamentários do clube.

Só entendo que a direção deve esticar o elástico o máximo possível, nem que seja extrapolando um pouco seu limite pré-estabelecido.

Porque caso contrário terá de ir ao mercado. E os nomes disponíveis não são melhores que Renato, a meu ver, claro, porque sou eu que estou teclando furiosamente aqui nesta manhã de domingo entre uma entrega e outra da PENTA, cerveja com Sabor de Novos Tempos.

Então, a direção deve fazer o máximo para renovar com Renato, que já conhece o grupo e tem boa relação com ele.

Mas se não for possível, paciência.

Vida que segue. Ninguém é maior que o Grêmio.

O problema é encontrar um bom substituto. Não é fácil, o Corinthians que o diga. Está aí em busca de um sucessor para Tite e só tem quebrado a cara.

Tentou Cristóvão, que alguns gremistas adoram e não me perguntem por que, e Osvaldo de Oliveira, que também fracassou. E que eu não gosto.

Então, o Grêmio segue negociando com Renato, e torço para que dê certo.

Segundo um colunista roxo de tão vermelho, é uma negociação ‘áspera’. É uma negociação difícil, mas nunca áspera, que remete para algo conflituoso.

Por fim, seja quem for que venha neste ano de Libertadores, não irá custar muito mais barato que Renato.

Como diria o saudoso Sérgio Jockymann, pensam nisso enquanto eu lhes digo até amanhã.

JUIZ DA COMARCA

D’Alessandro é um Messi para os colorados, principalmente para setores da imprensa. Esquecem de quantos jogos ele ficou fora. Por coincidência daqueles jogos em lugares distantes, com muitas horas de voo e de aeroporto. Não consigo imaginar o argentino jogando em Manaus contra um tal de Princesa.

Fora isso, todo mundo tergiversa quando se trata do salário do argentino. Mas o cornetadorw não deixa escapar nada. Confiram:

 

 http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/12/a-realidade-sobre-o-juiz-da-comarca.html

As manchetes esportivas e meu vazio existencial

Passado o estado de euforia, mas ainda com um sorriso de ponta a ponta ao estilo Sílvio Santos jogando aviõezinhos para as ‘coleguinhas de auditório’ – quem não viu isso não viveu -, eis que me dou conta de algo realmente preocupante.

Estou começando a sentir um vazio dentro de mim. Sabe aquele momento em que a gente se dá conta que ficou sem objetivo? A vida ficou meio sem graça. Nenhum desafio, nenhuma tristeza ou frustração recolhida, nada a ser conquistado ou recuperado.

Já percebi esse mesmo sintoma, em menor grau, no RW, no Demian, no Seu Algoz. 

Bem, cheguei à conclusão de que a conquista de um título brasileiro depois de 15 anos e quase ao mesmo tempo ver o Inter rebaixado – sem contar o bônus da imagem chamuscada em todo o país – está me transformando num zumbi. Não aqueles zumbis de filmes de terror, ou como esses do The walking dead, seriado de sucesso. Um pessoal que tem o mau hábito de dilacerar e comer pessoas.

Não, sou um zumbi paz e amor. Ao lado desse vazio, sinto que estou em estado de Nirvana, que significa tranquilidade, cessação do sofrimento, paz interior. 

Fazo sobre o vazio existencial para um colega gremista. Ele me consola: também sinto esse vazio, mas aí começo a pensar na Libertadores, no Mundial, eles na série C. E aí começo a ficar inchado de metas e propósitos na vida. Simples.

Decidi, então, combater esse estado de espírito, que eu sei que é passageiro. É como uma longa ressaca.

Então, volto a ler os sites, os jornais, os blogs e ouvir programas de rádio.

Descubro que Renato teria pedido 800 mil mensais pra renovar, que alguns craques terão de ser vendidos, que talvez Renato não fique, que o número de sócios do Inter cresceu apesar do fiasco deste ano; que hoje são 108 mil sócios (mas não informam quantos estão mesmo em dia), que o técnico Zago é um estudioso e vai aplicar táticas europeias; que o Beira-Rio terminou o ano com mais rentabilidade que a Arena.

Enfim, depois dessa enxurrada meu estado de nirvana foi abalado e meu vazio preenchido.

Trabalho e objetivos  é que não faltam.  

Como diz o filósofo RW, eles são previsíveis e, eu acrescento, insistentes.

Considerações sobre um domingo inesquecível

Nem no meu sonho mais delirante poderia imaginar que viveria no intervalo de quatro dias toda a felicidade que me foi sonegada no futebol nos últimos 15 anos.

Na quarta, a conquista da Copa do Brasil. No domingo, o Inter rebaixado pra segunda divisão, território onde habitam algumas preciosidades como Sampaio Correia, Tupi e Joinville. Ora, vejam só, o Payssandu, aquele do obscuro episódio de 2002, também está nesse grupo. Será que o destino está conspirando para um acerto de contas?

Bem, há dois fregueses de caderno do Inter na série B: Brasil de Pelotas e Juventude.

Fará bem ao Inter, seus dirigentes, seus torcedores e seus jornalistas que nem disfarçaram o desespero diante de queda iminente, um banho de humildade. 

Nós, gremistas, já percorremos esses caminhos ásperos e tortuosos, já estamos calejados.

Já estivemos no topo mais alto – aliás, 23 anos antes do rival – e depois caímos. Mas não existe nenhuma situação nebulosa envolvendo tentativa de escapar do rebaixamento através de práticas escusas.

Então, neste domingo inesquecível, quando ainda estamos sob os efeitos inebriantes do título de campeão da Copa do Brasil, saudamos e festejamos o rebaixamento. É muita alegria junta em tão pouco tempo. É concentração de felicidade.

Que os colorados sejam tolerantes e aceitem as brincadeiras, aliás bastante parecidas com as que nós gremistas fomos vitimados.

Enfim, pra não me alongar e poder curtir este momento lindo, uma boa SEGUNDA!

43 PONTOS

Em determinado momento, alguns setores identificados com o lado vermelho do Rio Grande do Sul, sentindo que a vaca se encaminhava para o brejo, trataram de injetar otimismo em seus pares.

Com suas calculadoras acionadas freneticamente chegaram à conclusão de que seria possível escapar do purgatório com 43 pontos.

Pois o Inter cravou o número mágico da salvação. O Inter atingiu a meta proposta por matemáticos amadores e profissionais.

Deu no que deu: ficou a dois pontos do primeiro a se salvar, o Vitória, com 45 pontos.

O Vitória do ‘macho’ Argel, conforme rótulo do cornetadorw, acabou decepcionando na última rodada: perdeu em casa para a baba do Palmeiras.

PENTA

Lancei a cerveja PENTA na quinta-feira, um dia depois da gloriosa noite na Arena.

É uma ceva artesanal, tipo pilsen, garrafa de 500ml. Preço: 15 reais. Caixa fechada com 12 sai 160 reais.

Produção limitada.

Quem tiver interesse pode reservar através do email:

ilgowink@gmail.com

SEGUNDINA

Desisti de fazer a Segundina, uma cerveja ‘envelhecida em Carvalho’.

O slogan: Segundina, a cerveja que CAI bem. 

Mas penso que o clima anda muito pesado para brincadeiras desse tipo.

Já me dou por satisfeito com a Mazembier e a Kidiaba, ainda hoje sucesso entre os gremistas.

 

 

Considerações sobre uma noite empolgante

Ainda sob efeitos da emoção de antes, durante e depois da grande ‘vitória’ por 1 a 1 imposta sobre o Atlético Mineiro, tenho a declarar:

  • Como é bom poder festejar um título em casa, estádio lotado e a Goethe transbordando de alegria e paixão.
  • Aos adoradores dos pontos corridos, tenho a dizer que nada supera um mata-mata na decisão de um título. O mundo sabe que o Grêmio é campeão da Copa do Brasil/2016, já o Brasileirão tem seu campeão definido faz tempo e nem todos se deram conta disso. Um sistema híbrido seria sensacional.
  • Grêmio confirmou que tem uma equipe superior a do Atlético. Foi melhor em todos os jogos. Neste, Marcelo Grohe nem precisou fazer defesa mais difícil, diferente de Victor que brilhou num lance com Éverton.
  • Que ninguém mais se atreva a afirmar que Renato Portaluppi ‘nem treinador é’. Renato desmistifica essa história de ‘estudiosos’ do futebol e também essa imagem que os treinadores gostam de passar de que eles são os entendidos e nós, os outros, nada sabemos. Essa postura irrita muita gente, em especial os ‘analistas’ da mídia e boa parte dos colegas de Renato.
  • Renato armou o time para não levar gol. O gol fantástico de Cazares no final não tira os méritos de Renato na formatação do time para garantir o título sem dor.
  • Por falar em Cazares, o outro gol do jogo, o gol da tranquilidade, do alívio, o gol que fez explodir a Arena, foi marcado por outro equatoriano, Bolanos, que recém havia entrado.
  • Éverton, autor da jogada do gol, cresceu demais no meu conceito. Estava junto à área do Atlético no segundo tempo. Éverton jogava a poucos metros de mim. Quase podia sentir seu coração gremista pulsar. Vi de perto um guri endiabrado, liso, rápido, e de um futuro de destaque no futebol europeu.
  • Kannemann: que zagueiraço. Ele me faz lembrar Oberdan, que como ele impunha respeito e autoridade, na bola ou na ‘chegada junto’. É um pittbull na área, formando uma dupla excepcional com Geromel. Um afina – na medida certa – e outro engrossa. Pra mim, a melhor contratação do clube neste ano.
  •  Outra dupla imbatível: Wallace e Maicon. Técnica, imposição física, firmeza e versatilidade. Ambos cresceram com Renato, assim como Ramiro, que saiu de campo tendo seu nome gritado por todos no estádio. O Pequeno Grande Volante virou peça fundamental no esquema, gostem ou não dele.
  • No gol de Bolanos – muitos jogadores mandariam aquela bola de rebote nas nuvens – destaque também para o passe preciso de Luan no início e para a presença de Wallace, que saiu lá de trás para disputar, na risca da pequena área, a bola cruzada por Éverton. 
  • Mais um aspecto fundamental para a vitória: o time não se envergonhou de dar chutão, aderindo à máxima “bola pro mato que o jogo é de campeonato”. Duvido que com Roger – de grande participação nesse título -o time jogaria assim. Saúdo, pois, a volta do bicão quando necessário. Tem a hora de jogar, e a hora de espantar. Roger precisa aprender isso pra vencer mata-mata.
  • Como ninguém fala, falo eu: parabéns ao astrólogo Bruno Vasconcelos, que há dez anos previu que a seca de títulos do Grêmio terminaria só em 2015/2016. Grande Bruno, um amigo que hoje faz seus mapas astrológicos em outro plano. Valeu, irmão.

Era isso que eu tinha para o momento. Agora, só quero curtir esse ‘momento lindo’, como diria Roberto Carlos, o cantor.

E esperar pelo domingo, que promete novas e fortes emoções. 

Os astros e os fatos me deixam confiante no título

 Quem passou por tantas frustrações nos últimos anos tem razão em estar com um ‘medinho’, um frio na barriga, em relação ao jogo desta quarta, na Arena.

Respeito e acho que é mesmo assim.

Agora, eu estou inteiramente confiante. 

Primeiro, porque o Grêmio provou dentro de campo, no jogo de ida, que vive melhor momento que o bom time do Atlético. É um time maduro, consciente, capaz de superar as adversidades que surgem ao longo de cada jogo, e não se deixa influenciar por clima de oba-oba nem pelos arautos do apocalipse.

Segundo, porque joga em sua casa, com apoio de uma torcida sedenta por grandes títulos. A vantagem obtida pelos 3 a 1 é poderosa, sólida. “Ah, mas se eles fazem um gol logo no início aí complica”, dizem os mais assustados e os colorados secadores ao microfone, nos jornais e nas redes sociais. Pois eu responde, se o Grêmio levar um gol logo de saída, tem futebol suficiente para fazer outro gol de volta. Ponto.

Terceiro, porque acredito na previsão do astrólogo Bruno Vasconcelos (até como contraponto a uns ‘videntes’ de ocasião), feita a mim há uns dez anos, e que lembrei num comentário feito aqui no Boteco do Ilgo em 2013, na qual Bruno (que hoje vive em outro plano), disse que a seca gremistas terminaria em 2015 ou 2016.

Confiram: 

 

 

SEGUE TEXTO PUBLICADO EM NOVEMBRO DE 2013, NA ÍNTEGRA, SEM ALTERAÇÃO (http://botecodoilgo.com.br/?p=3656)

O interminável inferno astral gremista 

Quem trabalha ou trabalhou em jornal diário sabe como é complicado fechar as edições de Natal e, principalmente, de Ano Novo. Além de ser uma edição que vale para dois dias festivos (os dias 25 e 31 são os únicos feriados nas redações de jornais), há uma preocupante falta de assunto.

Por isso, boa parte do jornal é feita com matérias ‘especiais’ preparadas com alguma antecedência.

Se o sujeito trabalha na editoria de esportes, então, o problema é ainda mais grave. Jogadores em férias, dirigentes mais preocupados com as festas da virada. Falta assunto. Aí, fica aquele monte de especulação, coisa chata, repetitiva, cansativa.

Então, em meados dos gloriosos anos 90 eu decidi imitar o que todas as outras editorias faziam, ou seja, ouvir pessoas que fazem previsões, como cartomantes, astrólogos, tarólogos, jogadores de búzios, etc.

Como eu sempre respeitei a astrologia, que não é exatamente igual a esses horóscopos diários, decidi procurar um estudioso. Encontrei o Bruno Vasconcelos. Nem me lembro como.

Expliquei o que eu pretendia: a partir das datas de nascimento de Grêmio e Inter, ele faria o mapa astral dos dois clubes. Faltou um dado importante: o horário de fundação. Pelo que pesquisei, os dois clubes foram fundados à noite, mas não há certeza nos horários. Mesmo assim, Bruno encarou.

No cálculo dele não foram considerados as datas de nascimento dos atletas, o que daria muito trabalho para o astrólogo, que não era remunerado.

No começo, os colegas brincavam comigo dizendo que eu é que era o astrólogo, que eu inventava as previsões.

Dizem que o Luís Fernando Veríssimo, em seu começo em jornal, escrevia horóscopos diários.

O fato é que o percentual de acertos do Bruno era muito alto. Há algumas previsões fantásticas, realmente surpreendentes. Há erros, também, claro.

Para calar os incréus, publiquei lá pelo terceiro ou quarto ano de previsões, uma foto do Bruno. Mesmo assim, tem gente que até hoje acredita que eu mesmo é quem fazia tudo.

Eu apenas transcrevia o que ele me passava, primeiro por telefone, depois, com o advento da internet, por e-mail. Alguns deles eu tenho guardados para provar que eu era apenas o mensageiro nesse processo.

Bem, no final de 2004 ou 2005 – se alguém procurar vai encontrar – Bruno Vasconcelos previu que o Inter estava na iminência de começar a viver um período de vitórias semelhante ao dos anos 70, em forte projeção no exterior, em função de determinado posicionamento dos astros, etc.

Desnecessário dizer que ele estava certo.

Mas havia outra previsão, uma previsão ainda mais arrojada. E, para os gremistas, assustadora. Confesso que não levei fé, não acreditei no Bruno, e temia ver o meu amigo – sim, acabamos nos tornando amigos – pagando mico, o que também me atingiria, pois eu assinava as matérias, aliás, de grande repercussão a cada virada de ano.

Mas o que Bruno previu, que eu, covardemente, omiti, ou amenizei, não lembro ao certo?

Acreditem ou não, Bruno previu que o Grêmio, também com base nos astros, continuaria por longo tempo sem conquistar títulos de maior projeção.

Quando li o email que ele mandou com as previsões levei um susto. O Bruno pirou, pensei. Não pode ser, de jeito nenhum. Telefonei pra ele – ah, o Bruno não acompanhava futebol, mas se dizia gremista – e o questionei. Ele repetiu que isso aquilo mesmo que ele enxergava no mapa astral do Grêmio.

– Esse período de vacas magras pode ir até 2015, 2016 -, garantiu ele.

Hoje, depois do que vi acontecer nos últimos anos, com o Grêmio beliscando títulos e perdendo no detalhe, reconheço que pode estar mesmo ocorrendo uma influência negativa de alguma determinada situação astral.

O fato é que, infelizmente, a previsão está se confirmando.

Observação: Bruno Vasconcelos faleceu faz alguns anos. Em respeito a ele, deixei de seguir com as previsões astrológicas de final de ano para a dupla Gre-Nal.

Com isso, ficou mais difícil fechar a edição de 31 de dezembro/01 de janeiro. Felizmente, já há quatro anos não preciso mais me preocupar com isso.

Encerro essas linhas com uma mensagem ao BV: eu não levei fé; tu estavas com a razão, parceiro