Grêmio pode prejudicar Inter sem intenção

A torcida gremista está agitada. Quase tão agitada quanto a do rival, que se mobiliza de tudo que é jeito pra tentar fugir do rebaixamento.

É inegável que o sonho de todo gremista é ver o seu maior rival mergulhado na segundona.

Conheço muitos que trocariam qualquer título neste ano pela queda colorada.

Boa parte dos gremistas querem que o time dê um empurrãozinho para o Inter cair no abismo.

Simplesmente, que entregue jogos contra clubes que também esperneiam para continuar na série A. 

Eu não chegaria a tanto, embora a ideia seja por demais atraente.

Ocorre que o Grêmio, apesar desse início triunfal e alentador de Renato ‘São’ Portaluppi, não tem um time assim tão forte.

Não podemos esquecer que o Grêmio levou 4 a 0 do Coritiba, um dos candidatos ao rebaixamento. Quer dizer, sem querer, o Grêmio prejudicou o Inter ao ser batido.

Por isso, mesmo que não queira, o Grêmio vai prejudicar seu rival.

Por exemplo, neste sábado, dificilmente irá vencer o Cruzeiro. Até porque o jogo é fora e a gente sabe que longe da Arena o Grêmio tem sido presa fácil. Os adversários fazem a festa.

Então, se o Grêmio seguir nessa tendência de ajudar os fracos e desvalidos, é provável que o time volte a perder.

Se bem que tem o fator Renato, que já deu provas de ser quase milagueiro.

Outra coisa, o time ainda tem objetivo no Brasileirão, a vaga para a Libertadores.

Enquanto houver chance é preciso lutar, independente de ajudar ou não o Inter, que, a meu ver, vai cair ao natural.

Agora, se lá pelo final a vaga se tornar quase impossível, é melhor pensar em 2017 e começar a escalar uma gurizada talentosa que ainda não foi devidamente testada.

Ah, sou contra a ideia de escalar o Ramiro de zagueiro, como andei lendo nas redes sociais. 

FIGUEIRA

É comovente a mobilização dos colorados para o jogo desta noite no Beira-Rio.

O pessoal da imprensa, então, vestiu a camisa, alguns com indisfarçável prazer.

Beira-Rio lotado. Acho que isso ainda não aconteceu, mas vamos ver.

É jogo de alto risco. Se o time não der boa resposta logo de cara, a torcida pode se virar contra ele.

Vitória com o coração na ponta da chuteira

O Grêmio chegou a empolgar como nos melhores momentos sob comando de Roger Machado.

O estilo mudou. O Grêmio trocou o toque de bola intelectualizado e pela objetividade e o pragmatismo, optando pelas jogadas verticalizadas em vez do jogo lateralizado.

Está aí o mérito do não-treinador Renato Portaluppi – esta é uma provocação a determinados analistas da mídia e parte da torcida tricolor que não suportam Renato -, que, ao contrário de seu antecessor, constatou que falta qualidade para querer imitar o Barcelona.

Se for para imitar, que seja o Atlético de Madrid, do técnico Diego Simeone. Foi o caminho escolhido, sabiamente, por Renato.

Ao ser apresentado em seu retorno ao Grêmio, Renato afirmou que o seu esquema de jogo depende dos jogadores disponíveis.

Renato percebeu, por exemplo, que há carência técnica no setor ofensivo. 

Contra o Palmeiras, escalou Ramiro no lugar de um atacante. Houve uma reação violenta nas redes sociais. Três volantes, onde já se viu? Ramiro de novo?

Como se o atacante fosse um jogador definidor, um goleador. Não, era o esforçado Henrique Almeida. Quais seriam as opções a H. Almeida?

Então, agiu muito certo o Renato ao optar por Ramiro, mesmo sabendo que a qualquer erro de Ramiro no jogo haveria murmúrios e talvez vaias.

Então, quero confessar que me emocionei com o gol de Ramiro. Tenho simpatia pelos ‘desgraçados’, pelos ‘perdedores’, que conseguem dar a volta por cima com muito esforço e coragem.

O tão criticado – muitas vezes merecidamente -Ramiro marcou um golaço. Um gol que devolveu a alegria e a esperança ao torcedor gremista. Além do mais, teve uma atuação vibrante, de muita entrega e combatividade, como foi a de todo o time.

Está aí outro mérito de Renato. Remobilizou o time em poucos dias. Ganhou a confiança dos jogadores, que jogaram a 110%.

Assim, ficou muito difícil para o Palmeiras. O time paulista nem conseguiu aproveitar seu ponto forte: a bola aérea.

Renato resolveu o problema que determinou inúmeros pontos perdidos ao Grêmio. Para isso, foi fundamental o empenho do argentino Kannemann, um carrapato em cima dos zagueiros. De quebra, depois de dois meses, o Grêmio voltou a marcar um gol pelo alto, no cabeceio de Geromel, bola na trave e conclusão do abnegado Pedro Rocha.

A lamentar, o gol do Palmeiras, que não merecia esse presente. A lamentar, ainda, a arbitragem muito favorável ao time paulista, sempre tendendo ao Palmeiras.

Por fim, mais uma vez o ataque não soube aproveitar boas jogadas. Luan precisa treinar mais finalizações. Está devendo.

Se Renato conseguir melhorar também isso talvez os neófitos parem de dizer que ele não é treinador. 

Até esses, porém, precisam admitir que Renato está dando uma nova cara ao time.

Uma cara de Grêmio, que, para quem não sabe, é a cara de um time que não se entrega, que joga com o coração na ponta da chuteira.

CORNETA

Aos que me criticaram por aí pelo meu otimismo manifestado no último comentário, no qual disse que acreditava numa vitória sobre o líder do Brasileirão, quero declarar que nada tenho a declarar.

O placar fala por mim.

Palmeiras é favorito, mas só até a bola rolar

O Palmeiras é favorito na disputa com o Grêmio. Vale o mesmo para Atlético Mineiro, Santos e Corinthians em seus confrontos.

O futebol, no entanto, é uma ‘caixinha de surpresas’, como dizia o ‘filósofo’ Dino Sani.

Assim como a lógica aponta para a classificação desses quatro, a lei das probabilidades indica que é muito difícil não ocorrer ao menos um resultado ‘inesperado’, que contrarie a tendência do momento.

Outra tendência do momento: o Inter bater o Figueirense em seu estádio, jogo que desperta suspeição aqui e no centro do país em função da escalação de um árbitro que nunca apitou série A e que tem um histórico de desempenho, digamos, insuficiente. Ninguém esqueceu o que houve com o Santos em situação semelhante algumas rodadas atrás.

Independente de qualquer coisa, no futebol tudo pode acontecer.

Então, gremistas, juventudistas, colorados e cruzeirenses vão para esses jogos confiantes de que a lógica pode ser rompida. Não fosse assim, não seriam torcedores.

A essência do torcedor é acreditar sempre, mesmo que seja um acreditar escondido lá no fundinho do peito. 

Em relação ao Grêmio, quero enfatizar que acredito na vítória e na classificação à próxima fase da Copa do Brasil. Confesso que é mais desejo mesmo, mas é também consequência do que penso sobre as duas equipes.

O Palmeiras, tudo bem, pode ser campeão brasileiro, mas não vejo no time de Cuca tanta qualidade assim. Podem me chamar de preconceituoso, mas como aceitar que um time que tem o pequeno Dudu como destaque e capitão seja assim tão superior?

A maior vantagem do Palmeiras é o grupo grande, com alternativas interessantes para o treinador. Além disso, é um time com jogadores de bom nível, nenhum craque, mas sem jogadores que comprometam. 

Além do mais, vejamos o caso do Grêmio, que até determinado momento disputava o título com o Palmeiras de igual para igual.

Como se previa, o tempo foi esfarelando o time, com Roger tendo que apelar para reservas ainda por afirmar-se ou realmente insuficientes.

Nos últimos jogos, então, ficou evidente a falta que faz Giuliano e até o jovem Éverton, que vinha subindo de rendimento.

Bem, apesar de tudo acredito o Grêmio tem todas as condições de vencer o Palmeiras e alcançar a vaga.

Acredito no potencial de Pedro Rocha e também levo fé em Guilherme. Os dois ainda têm a instabilidade dos jovens que buscam espaço e afirmação.

Se Renato conseguir passar confiança a esses dois guris não tenho dúvida de que o ataque voltará a funcionar.

No mais, resta a mística do Renato, a tradição gremista na CB e a força da torcida.

Mas uma torcida que ajude o time, ficando em silêncio se for o caso, mas nunca com murmúrios e vaias com a bola rolando.

Nesse caso, é melhor ficar em casa. Quem não ajuda, que ao menos não atrapalhe.  

O que importa no final das contas são os 3 pontos

O Grêmio entrou naquela fase em que vitória por 1 a 0 é goleada. O Inter está nessa também. O que importa são os três pontos. Para o Grêmio, cada ‘goleada’ é um degrau a mais para quem agora disputa apenas vaga na Libertadores/2017. O título, sonho acalentado diante do futebol vistoso e eficiente que o time apresentou durante parte do Brasileirão do ano passado e em alguns jogos isolados nesta temporada, ficou inatingível.

Para o Inter, três pontos em um jogo seria uma benção divina, mas penso que pecados acumulados impedem que essa graça seja alcançada. Assim, a cada rodada o Inter mais firma os pés no terreno pantanoso que conduz ao rebaixamento.

Neste domingo, até fez um segundo tempo bom. Mas acabou perdendo da mesma forma: 3 a 1 diante do Atlético, em MG. O resultado em si é até normal, mas para quem precisa de ar pra respirar foi mais um desastre. Pelo que ouvi do guru Fernando Carvalho, Roth segue no comando do time. Se ele cair, pode sair todo mundo do futebol, inclusive FC. Boatos são conta de que Lisca está contratado.

O fato é que Jesus está chamando, e o presidente Piffero, do alto de sua soberba, continua se fazendo de salame (seja lá o que isso significa).

Já o Grêmio ao que tudo indica está deixando para trás o jogo de toque-toque para algo mais realista em função da qualidade de seus jogadores. Pragmático, Renato viu aquilo que Roger teimava em não perceber: com esse time não dá pra querer imitar o Barcelona.

Deu certo por um tempo, e foi bom – sinto saudade dos dois ou três meses dourados da temporada passada -, mas acabou. 

Se até o casamento da Angelina Jolie e Brad Pitt terminou, por que o esquema implantado por Roger não chegaria ao fim?

Então, consciente de sua nova realidade, o Grêmio busca um novo caminho. O momento é de transição na forma de jogar, mas já está claro que o Grêmio de Renato não dará show, e talvez não empolgue como o que Roger exibiu logo que assumiu o time, mas sem dúvida será um Grêmio que se propõe a jogar um futebol mais vertical, incansável na busca pelo gol e ainda mais incansável para garantir a vantagem eventual.

Foi mais ou menos o que aconteceu na Arena na vitória de 1 a 0 sobre a Chapecoense. O Grêmio venceu, mas não seria injustiça se o jogo terminasse empatado. No final, Renato mostrou a que veio: sacou um atacante e colocou o zagueiro Thieri.

Na entrevista pós-jogo, admitiu que era para garantir os três pontos. Fez muito bem o Renato. Se o ataque titular já é ineficiente, o que esperar dos reservas? Não muito mais, certo?

Então, entra um zagueiro para os pontos preciosos, pontos que se tornaram escassos nos últimos jogos e que, por isso mesmo, merecem ser festejados como um goleada.

Afinal, é somando pontos que se conquista um título ou se escapa do rebaixamento.

ELEIÇÃO

Minha chapa, a 4, de Situação venceu. E teria vencido com folga maior se o time estivesse bem no Brasileirão, disputando título. Aí talvez eu entrasse no CD tricolor, um sonho que transfiro para a próxima encarnação. Como minha posição na lista de 150 nomes era ali na zona do rebaixamento, fiquei de fora.

Mas estou contente porque 14 companheiros do meu grupo, o Multicampeão, passam a integrar o Conselho.

O corpo de conselheiros do Grêmio, sem dúvida, fica mais qualificado com esses parceiros.

E quem mais ganha com isso é o clube.

 

 

A estrela de Renato e a redenção de Grohe

O Grêmio está classificado e segue na corrida pelo título da Copa do Brasil.

Em síntese, é o que importa.

Mas as coisas no futebol não são tão simples. Há sempre as intercorrências.

O Grêmio precisava de um empate, coisa simples. Havia vencido o Atlético PR em Curitiba por 1 a 0.

Havia a vantagem do empate. Em outros tempos eu ficaria tranquilo. Mas para esse time atual do Grêmio, instável e quase ridículo ofensivamente, até mesmo jogar pelo empate diante de sua torcida é um desafio.

Refleti sobre isso durante a tarde e em conversas com amigos. Temia por um desastre. 

Desprezei um fator relevante: a estrela coruscante de Renato Portaluppi, o estreante.

Uma estrela que pareceu apagar-se quando Marcelo Grohe, um goleiro de seleção, soltou a bola fácil como garotas de programa nos pés de André Lima, que até se mostrou constrangido ao empurrá-la para a rede.

Depois, dois ou três gols perdidos reforçaram a impressão de que a estrela de Renato já não brilhava no firmamento.

Veio o grande teste: a decisão nos pênaltis. De um lado, um time que nada tinha a perder, praticamente. De outro, um grupo de jogadores intimidados, tensos.

Nos pênaltis, os goleiros se sobressaíram. Pelo Grêmio, referências técnicas como os medalhistas olímpicos e o mestre Douglas erraram.

A estrela de Renato surgiu resplandecente quando a soberba incorporou no goleiro Weverton.

Ele fez questão de pegar a bola e bater o pênalti, que, se convertido, eliminaria o Grêmio. As glórias ficariam com ele.

Mas havia um Marcelo Grohe, humilde e determinado, no meio do caminho.

Weverton bateu firme no canto esquerdo, rasteiro. Grohe saltou, esticou o braço e afastou a bola quase milagrosamente.

Depois, o guri Guilherme mostrou para Luan e Douglas como se faz. Em seguida, Paulo André acertou a trave.

Grohe, com suas três defesas, garantiu a classificação, passando de vilão a herói. Saiu de campo chorando.

Estamos diante de um grande goleiro, de um grande gremista. Merece respeito e consideração.

No mais, ficou a certeza de que Renato vai precisar muito mais do que estrela para levar esse time ao título.

Mas quem duvida depois do que aconteceu na Arena nesta noite de 21 de setembro?

O ABRAÇO

O abraço de todos os jogadores em Grohe após os pênaltis é o tipo de coisa capaz de deixar o grupo mais unido para os desafios que o time terá pela frente.

 

 

Inter e os efeitos da volantolatria

Quando liguei a TV pra dar uma espiada no jogo do Inter eram 44 minutos do segundo tempo. Não gosto de ver jogos do Inter porque sou pé-frio.

Arrisquei: afinal, o que pode acontecer faltando um minuto para o apito final?

Nem cheguei a sentar. Vi a bola sendo cruzada, um ‘americano’ cabeceando sozinho (lembrei-me na hora da defesa gremista), a bola subindo alto o suficiente para fugir do alcance do goleiro, e depois cair mansa no único lugar que poderia cair sem que o goleiro colorado salvasse.

Mas isso é gol de quem está destinado ao rebaixamento! – exclamei, feliz.

Decididamente, o Inter é o único clube que tem me proporcionado grandes alegrias, com exceção do Grêmio em algumas raras situações, os 5 a 0 no Gre-Nal, por exemplo.

Escutei, depois, Fernando Carvalho e Celso Roth. O chororô vermelho numa hora dessa pode ser um bálsamo para quem vem acumulando frustrações recentes, como a de domingo na Arena.

Os dois defenderam o sistema de três volantes, que estava garantindo o empate diante do lanterna do campeonato, e que o América só ameaçou e acabou fazendo seu gol quando Roth tentou deixar o time mais ofensivo, arriscando a vitória.

Em síntese, é o que disseram os dois. Eles jogam por música.

É a volantolatria.

Essa dupla, que estava junta em 2010 contra o Mazembe, despreza um detalhe: os volantes colorados são jogadores de segunda divisão. Fossem volantes de qualidade o esquema talvez até desse certo.

Não entendo como duas pessoas que conhecem futebol não levem isso em conta.

É mais ou menos como escalar um time com três zagueiros, sendo que todos são inconfiáveis.

Então, começar um esquema a partir de volantes de qualidade tão insuficiente é injustificável. Difícil de entender.

O fato é que o Inter perdeu com ‘gol espírita’, coisa de quem está com a alma encomendada.

RENATO

Fui à Arena na apresentação de Renato Portaluppi. Rápidas impress~es:

Renato me pareceu mais centrado, humilde e compenetrado. É a impressão que tive durante a entrevista coletiva.

Ele adiantou que Douglas será titular. Elogiou o meia.

Eu, que defendi a não renovação de Douglas no começo do ano, tenho de admitir que pelo grupo atual não tem mesmo como abrir mão de Douglas.

Minha esperança para a posição era Lincoln. Era. 

Agora, arrisco um palpite: Renato vai aproveitar Lincoln jogando pelos lados, marcando e chegando na frente.

Sei de muita gente que não gosta de Renato. 

Mas, queiram ou não, ele é o treinador que mais teve sucesso em Brasileirão no Grêmio nos últimos 15 anos.

Levou o time duas vezes a ficar no G-4.

Ah, times que ele herdou. Quer dizer, algum mérito Renato tem. 

Além do mais, ele está contratado. Gremista que é gremista agora torce, não esperneia, e muito menos seca.

Então, o momento é de torcer para que a dupla Renato/Espinosa dê muito certo. 

E deixar de lado ao menos por enquanto teses e preconceitos.

O desafio de Renato e Espinosa

Um time que vem de sete jogos sem vitória, duas goleadas diante de adversários medianos e que faz hoje uma campanha de quem se esforça para ser rebaixado.

É o que Renato Portaluppi vai encontrar em seu retorno ao Grêmio. Desta vez, com o sempre campeão do mundo, Valdir Espinosa, ao seu lado.

O desafio da dupla não é pouca coisa. Mas também não é pior do que as duas situações anteriores encontradas por Renato, em 2010 e 2013.

Neste domingo, os dois puderam conferir pela TV o que vão encontrar a partir desta segunda-feira, quando começam a trabalhar na Arena.

O Grêmio conseguiu ser batido pelo Fluminense, que vinha de derrota em casa para a Chapecoense.

É preciso ressaltar que não faltou empenho aos jogadores, pelo menos a meu ver. O Grêmio jogou todo o primeiro tempo no campo do adversário, que resistiu a uma pressão infernal. 

Mas aí aconteceu um contra-ataque, a partir de um erro de Ramiro. Em três passes a bola foi parar nos pés de Gustavo Scarpa – uma das revelações do campeonato. Habilidoso, Scarpa não teve dificuldade para fazer 1 a 0, o gol da vitória.

O gol teve impacto forte no time tricolor. Murmúrios vindos da arquibancada contribuíram para perturbar ainda mais o time.

No segundo tempo, o técnico interino James Freitas se manteve fiel à herança deixada por Roger Machado. Manteve o trio de volantes, inclusive com Ramiro, que disputa com Marcelo Oliveira a posição de mais odiado pela torcida.

Bem, o time ainda seguiu tendo mais posse de bola, mas já sem a pressão inicial. E sem nenhuma objetividade e efetividade ofensiva. Muito toque de bola, chutes de longe e pouca infiltração.

É visível a queda de rendimento de alguns jogadores. Edilson, por exemplo, que acumula quase uma dezena de cartões amarelos.

Kanemann é outro que gosta de bater. Wallace é melhor que ele.

Enfim, Renato e Espinosa terão muito trabalho pela frente. 

E a resposta precisa ser rápida, começando por garantir vaga na próxima fase da Copa do Brasil na quarta-feira diante do Atlético Paranaense.

Basta um empate. Mas para garantir a vaga o Grêmio terá de jogar bem mais do que apresentou neste domingo diante de seus torcedores assustados, revoltados e preocupados.

Conhecendo Renato, o Grêmio será sem dúvida mais vibrante e objetivo.

Renato, Espinosa e Cia.

Nesses 15 anos de seca, o Grêmio teve treinador de tudo que é tipo. Profissionais de vários perfis, talvez de todos os perfis possíveis.

Teve o melhor de todos, Tite, nesse período, mas por intrigas e má avaliação o mandou em frente. E Tite foi, deixando suas ‘ovelhinhas’. Acumulou títulose hoje treina a seleção brasileira. 

Agora, o Grêmio segue sua sina de cada temporada: a busca de um treinador.

O nome da vez é Renato Portaluppi. O nome gera aplausos entusiasmados e ranger de dentes. Ninguém consegue ficar indiferente.

Para atenuar o efeito negativo e poupar os dentes dos mais resistentes ao retorno do velho ídolo dos gramados e hoje visitante ocasional de casamatas, a direção do Grêmio, sabiamente, estaria trazendo Valdir Espinosa no pacote, que teria como comandante o experiente e disciplinador Adalberto Preis.

Aplaudo a iniciativa. Falam também em Tcheco para diretor de futebol. Outra boa ideia. Ao menos, é do ramo.

Futebol é dinâmico. Há quem pense que o Grêmio deveria projetar 2017. Esquecem que há uma eleição pela frente.

Tudo o que não quero é que se repita a permanência de um técnico de ano para outro sem harmonia total com a direção que assume.

Então, Renato é para uma emergência. Se tiver sucesso, ou seja, conquistar a Copa do Brasil, deve permanecer. Desde que a atual diretoria se reeleja.

A outra vez em que Renato ficou depois de uma campanha EXITOSA foi mantido pela diretoria seguinte, de oposição, pela força das circunstâncias, não por convicção e convergência de pensamento. Aconteceu o mesmo na relação Koff/Luxemburgo.

Em 2010, Renato, com seu time jogando um futebol ofensivo, tirou o Grêmio da zona de rebaixamento e o levou ao quarto lugar, conquistando vaga à Libertadores.

Era um Grêmio de futebol ofensivo, veloz, objetivo. Na época, seus mais duros questionadores, ficaram aliviados e comemoraram.

Renato foi indicado como candidato ao prèmio de melhor técnico do Brasileirão. Hoje, os amargos críticos de Renato desprezam esse dado, valorizando chorumelas. 

Em seu retorno, mais uma vez Renato herdou um time que não foi por ele montado – outro dado que seus críticos ‘esquecem’. Havia, de novo, o risco de rebaixamento.

Sua única indicação: o zagueiro Rodolfo. Foi um tempo em que o Grêmio dificilmente levava gol de cabeça.

Pois Renato levou o time ao vice brasileiro, mas aí jogando um futebol realmente irritante. Muuuuito diferente daquele de 2010.

Um futebol de marcação, com três ‘volantes corredores’ como diz meu amigo Ricardo Wortmann (um dos que quer ver Renato longe da casamata tricolor).

Esse time acabou eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético Paranaense.

Coisas do destino: o Atlético pode ser o adversário de estreia de Renato, e de novo pela CB.

Minha esperança que esteja voltando o Renato de 2010. Se for assim, nada mais será impossível.

REBAIXAMENTO

Essa vem do cornetadorw:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/09/imaginem-se-os-humanos-nao-tivessem.html

 

 

 

Roger Machado sinaliza fim de um ciclo

O técnico Roger Machado teria colocado o cargo à disposição depois dos 4 a 0 em Curitiba.

Eu mesmo sugeri, aqui neste espaço, que ele, como bom gremista, fizesse isso para o bem do clube. Roger fez a sua parte. Mostrou que é um bom gremista. O pedido não foi aceito.

Nesta noite, em Campinas, outra atuação deprimente. Levou 3 a 0. Nos últimos cinco jogos, três derrotas fora de casa, sendo que duas por goleada diante de equipes medianas, e dois empates em casa. 

Não há nada no horizonte que sinalize para uma melhoria. Nada. Pelo contrário, a maionese desandou. Não tem mais salvação.

E escrevo isso com amargura, porque Roger foi uma luz no cenário de penumbra que vivia o Grêmio na no período Felipão.

Foi com Roger que o Grêmio chegou a empolgar não apenas a torcida gremista, mas todas as torcidas pelo beleza e eficiência de seu futebol.

Provocou muita inveja, muito rancor dos adversários, mas houve também reconhecimento. Não durou muito tudo isso.

Mas durou o suficiente para o Grêmio, com Roger Machado no comando, proporcionar uma das maiores alegrias deste século ao torcedor gremista: os 5 a 0 sobre o Inter.

Então, é com tristeza que vejo o ciclo de Roger terminar. 

Não há muito a escrever sobre a derrota diante da Ponte Preta. 

Apenas registrar que falta qualidade, mas a qualidade que hoje existe no clube não é inferior a da Ponte Preta, nem a do Coritiba.

Roger Machado, ao que parece, embaralhou suas convicções, não encontrou outros caminhos para superar adversidades e acabou se perdendo nos labirintos que o futebol cedo ou tarde reserva a todos.

Então, no momento em que escrevo, minutos após outra humilhação, Roger deve estar pedindo as contas, agora de maneira mais enfática.

Dificilmente a direção recusará esse pedido.

Uma pena. Mas a fila anda. E no futebol não anda, atropela.

Vaga no G-4 e eleição no Grêmio

Quer irritar um gremista, além do que ele já está? Diga que o time ainda briga por vaga no grupo da Libertadores/2017.

O gremista, pelo menos a maioria maciça (entre os quais eu me incluo) cansou de vaga. Gremista quer título.

Havia uma perspectiva boa no atual Brasileirão. Mas o time tropeçou diante de clubes inferiores e viu o título se distanciando rodada após rodada.

Depois de algumas exibições alentadoras, aumentou a expectativa de enfim festejar um título de expressão depois de 15 anos.

Atuações obscenas e resultados pornográficos resultaram numa enorme frustração.

Por isso, essa cantilena de vaga na Libertadores é irritante.

Ao menos no momento. Se ela vier mais adiante, é claro que muitos irão festejar, discretamente, mas muito mais por uma questão de rivalidade.

O Inter anda lambendo o piso da tabela de classificação e até corre o risco de se acomodar no grupo do rebaixamento.

Não tenho dúvida de que o gremista comemoraria com mais entusiasmo um eventual rebaixamento colorado – o que não acontecerá como todos nós sabemos pelas razões que estão muito claras – do que o ‘título’ de terminar no G-4.

Mas voltemos à realidade atual.

O Grêmio enfrenta a Ponte Preta. É lá em Campinas, onde normalmente todos os times enfrentam dificuldades. O Grêmio entre eles.

Mas o Grêmio tem um reforço importante, e isso faz com que eu acredite numa vitória. 

O Grêmio precisa jogar pelos três pontos, indo pra cima, marcando a saída de bola. Empate e derrota é quase a mesma coisa.

O que interessa são os três pontos. Para isso, o time conta com um reforço realmente alentador:

a ausência de Douglas.

Como todos sabem, Douglas fora de casa é quase ridículo. Na Arena, sim, ele tem feito boas partidas, algumas até excelentes.

Sem Douglas, as chances de vencer a Ponte aumentam.

E aumentam ainda mais se Roger abrir mão dos três volantes.

Lincoln deveria começar no lugar do ‘maestro’. Mas desconfio que Roger vai de Negueba.

Se Lincoln não começar, ou sequer entrar no decorrer do jogo, vou dar razão ao meu amigo RW, titular do cornetadorw, que no começo da temporada, antevendo que Lincoln não teria chance, sugeriu o empréstimo do guri ao Santos.

Lá a gurizada tem vez.

ELEIÇÃO PARA O CONSELHO

Como todos sabem ou desconfiam, sou candidato ao Conselho Deliberativo do Grêmio.

Estou na chapa 4. Situação. Acredito demais no trabalho de Romildo Bolzan e seus companheiros.

Até porque as alternativas não são, ao menos pra mim, animadoras.

Bem, se um dia eu tiver poder de decisão no futebol: vou acabar com a cultura do ‘pontinho fora’ em jogos do Brasileirão.

Vou detonar com a cultura do conformismo: ah, ao menos podemos lutar por vaga na Libertadores.

Vou acabar com essa história de o ‘grupo’ (de jogadores) interferir de alguma forma na gestão do futebol. 

Mas isso se um dia eu tiver poder…