Libertadores mais difícil

Ontem à noite, enquanto estraçalhava um assado de tira num pequeno restaurante uruguaio, em Rio Branco, froneira de Jaguarão, onde vim comprar uns vinhos, vi o Cerro Porteno bater o Colo colo. Os uruguaios torciam pelo Cerro. Cheguei a ficar em dúvida se o Cerro era mesmo paraguaio.

Foi uma grande vitória dos paraguaios, num jogo em que o pau comeu solto.

Mas o mais impressionante, e preocupante, é que o Santos e o Fluminense que pareciam zumbis na Libertadores, garantiram classificação.

Quer dizer, se a Libertadores já estava difícil, ficou ainda mais complicada. Santos e Fluminense, crescendo, são candidatos ao título.

Se o sr Paulo Odone não se mexer e trazer um centroavante imediatamente vejo um futuro sombrio para o Grêmio.

Dificuldades enormes já agora contra o Universidad.

O Inter pega o Peñarol. Não sei qual dos dois times é mais difícil.

Sei apenas que tanto Grêmio como Inter não estão jogando um futebol que justifique manter esperança de título.

Cai o nível de tolerância dos torcedores

Este é um momento raro. Gremistas e colorados estão desconfiados e insatisfeitos com suas equipes. O nível de tolerância baixou muito desde o começo do ano.

Os resultados e as atuações de Grêmio e Inter são preocupantes. Na vitória por 2 a 0 contra o Emelec, parte da torcida vaiou o time em algumas jogadas erradas. Poupou o técnico Falcão.

O presidente Luigi criticou esse comportamento. O vice de futebol elogiou a torcida. Vá entender.

Eu não vi o primeiro tempo do jogo no Beira-Rio. Soube que foi terrível. A torcida, com razão, demonstrou sua irritação. Afinal, a direção colorada vendeu a esperança de que com Falcão tudo seria diferente.

O time continua jogando o mesmo futebol de antes, apesar de alguns comentaristas, na ânsia de elogiar Falcão, vejam algo de novo, de inovador, etc.

Os que hoje elogiam mudanças táticas, posicionamentos diferentes, são os mesmos que vão dizer, em caso de derrota para o Juventude, por exemplo, que o técnico Falcão não tem culpa porque recém assumiu. “O time ainda não assimilou o estilo do Falcão”, vão repetir quase que em coro. O fato é que qualquer análise séria neste momento é prematura.

Falcão praticamente não tem responsabilidade sobre o futebol que o Inter jogou no final de semana e nesta terça-feira.

O fato é que o Inter, assim como o Grêmio, está decepcionando neste começo de temporada.

A diferença é que o Inter ganhou um goleador, Leandro Damião, enquanto o Grêmio perdeu o seu, Jonas.

Por isso é que a campanha colorada na Libertadores nesta fase foi superior. Simples. O Inter tem um goleador. No mais, os dois times se merecem e se não jogarem mais, vão cair muito antes da fase final.

SAIDEIRA

O primeiro gol colorado foi em impedimento. As pessoas falam pouco sobre isso. Houve um registro rápido na hora. Sobis estava impedido quando fez 1 a 0. O Ernani Campello, da Guaíba, constatou isso meio que constrangido.  Não ouvi os outros comentaristas. O gol deu tranquilidade ao time e acalmou a torcida.

Grêmio, Cruzeiro e a grama sintética

Leandro era o atacante mais eficiente do Grêmio quando foi substituído. Sob o olhar conivente da arbitragem, apanhou muito. Leandro Vuaden gosta de ver o pau comer, principalmente contra os mais talentosos como Leandro, D’Alessandro, Oscar, Douglas e outros.

Aos 5 minutos do segundo tempo, leandro invadiu a área pela esquerda a drible. foi derrubado pelo zagueiro que já estava batido no lance. Leandro caiu. Ele não se atirou. foi falta, pênalti.

O comentarista da RBS TV viu o lance repetido pelo monitor e continuou dizendo que não foi falta. Outros comentaristas, os de rádio, viram o pênalti.

O pipoqueiro de fora do estádio viu que foi pênalti.

Depois desse lance de talento, de brilho individual, Leandro se apagou no jogo. Aos 20 mais ou menos foi substituído. Renato foi chamado de burro por parte da torcida. Eu mesmo estranhei.

Um comentarista de rádio chegou a dizer que tirar Douglas e Leandro era um erro enorme e que mesmo se o Grêmio vencesse ele continuaria a dizer que Renato havia errado. Um absurdo. Pura vontade de bater em Renato. 

Renato é debochado, irônico, fala demais. Há quem coloque isso acima de suas qualidades como treinador.

Os dois que entraram foram muito bem. Gostei do Carlos alberto. ele é brigão, mas tem capacidade de indignação, e isso me agrada. Apanha e encara os zagueiros. Por pouco não fez um gol, o zagueiro tirou de cabeça de cima da risca. Esse é o C. Alberto que eu conheço e que será útil mna Libertadores. gostei também da forma como ele vibrou quando marcou o gol de pênalti. 

Gostei do Lins. Ele vai pra cima do adversário, não se intimida. E tem qualidades. tem potencial. Fez mais em 20 minutos que o Borges nos tres ultimos jogos. Lins é um segundo atacante, mas acho que já merece ser testado no lugar de Borges. Pior não vai ser.

Pela primeira vez o volante Fernando me agradou. Jogou muito. Distribuiu o jogo com bons passes e lançamentos. e foi bem na marcação.

O Ipiranga tem um time forte, inclusive fisicamente. E tem bons jogadores.

No final do jogo, Antônio vicente Martins abafou a fofoca e a intriga ao declarar que ele e Renato trabalham em harmonia atualmente, e, ao contrário do que esperavam alguns, elogiou as substituições do técnico.

SAIDEIRA

Renato não vive sem uma confusão. Não tinha nada que afirmar que não joga no Passo d’Areia. ele poderia opinar, mas não ser tão enfático. Pronto, já veio o presidente da FGF rebater. Idem o do Cruzeiro.

O jogo contra o Cruzeiro deve ser mesmo na grama sintética, uma praga que a Fifa aprovou. Os fabricantes adoraram essa decisão dos velhinhos suíços.

O Cruzeiro tem direito de querer jogar ali. Mas poderia jogar em Canoas. seria bom para os dois times, especialmente para o grêmio que está envolvido  com a Libertadores e precisa cuidar para não ter mais lesionados.

O jogo na grama sintética é ruim para os dois. Mas quem mais perde é o Grêmio, que já está também na final do Gauchão.

Duvido que por trás disso exista uma conspiração contra o Grêmio. Duvido, mas não duvido muito.

A estreia de Falcão e o declínio do Grêmio

O agora técnico Falcão vai ter muito trabalho para fazer o time colorado jogar como ele quer, e como a torcida quer: com velocidade, objetividade, eficiência ofensiva e segurança atrás.

Esse time do Santa Cruz que perdeu por 1 a 0 no Beira-Rio é muito fraco. E jogando com um atleta a menos, então, é presa fácil.

Eu vi apenas o primeiro tempo. Estava ocupado fazendo cerveja para atender pedidos que chegam a mais de 1.500 unidades.

Vi o Inter mais compactado atrás, mas ainda assim com pontos vulneráveis. Vi o Inter esperando o Santa Cruz perto da linha do meio campo, em vez de dar um abafa na saída de bola. Vi o Inter sair de trás com muita lentidão – tem muitos condutores de bola.

É claro que ainda não é o Inter de Falcão. O Inter de Falcão vai jogar com mais alegria ainda, é o que diz o técnico. Ontem, ele já jogou com alegria. Falcão por enquanto imita o discurso do RG, que costuma dizer que gosta de jogar com alegria. Ele entraria como uma luva nesse projeto do Falcão.

Ainda dos discursos pós-jogo, percebi que havia satisfação porque o Inter criou inúmeras situações de gol, uma oito. Realmente isso deve ser destacado. Cabe ao treinador criar condições para que seu time chega à área adversária. Técnico não faz gol.

Isso vale para Santa Cruz x Grêmio, nos Plátanos.

O que o pessoal colorado coloca para debaixo do tapete é que essas chances de gol ocorreram quando o Santa Cruz estava com dez em campo.

É preciso registrar, também, que o Santa Cruz teve um pênalti a seu favor sonegado pela arbitragem. Foi do Bolívar. Os comentaristas de arbitragens da Guaíba e da Gaúcha confirmaram a penalidade.

Se a fala do vestiário foi para efeito externo – afinal era a estreia do técnico-ídolo -, tudo bem. Mas se é isso mesmo que o pessoal do futebol colorado está pensando e acreditando, então o jogo contra o Emelec começa a ficar perigoso. Só não passa a ser de alto risco porque o Emelec é fraco.

SAIDEIRA

Ouvi de um repórter, ontem, que o Grêmio está interessado no Eduardo, atacante do São Caetano que citei aqui dia desses, repicando indicação do Cacalo, que, como eu, gosta de centroavante com tamanho de centroavante.

FECHANDO A CONTA

Li uma análise bem estruturada sobre o por que da queda do Grêmio. Foi num blog indicado pelo botequeiro Francisco no post anterior. É um artigo com quadros, indicativos, etc.

Dados quantitativos, relevando o aspecto qualitativo dos jogadores que sairam e foram contratados.

Tudo perfeito. A conclusão, porém, é equivocada. Parece o Grêmio hoje: faz tudo certinho, chega na cara do goleiro, e bota pra fora. Erro na conclusão da jogada.

O articulista, como Borges ultimamente, chuta para fora ao desprezar o mais importante de tudo o quanto escreveu: o Grêmio perdeu APENAS seu goleador. SÓ ISSO. Para o articulista, isso é um detalhe.

O gol é um detalhe, já disse alguém. O gol é tudo, digo eu. Sem gol, apenas se perde e se empata.

Sem Jonas, além de perder seu goleador, o Grêmio perdeu o cara que fazia o time jogar na frente e colocar companheiros cara a cara com o goleiro.

Querer analisar a situação do Grêmio diminuindo a importância de Jonas – ou de alguém semelhante no ataque – é…

Bem, deixa pra lá.

O Idolômetro e a desconstrução de Renato

Há processo de desconstrução de Renato Portaluppi em andamento. Começa pela própria direção, que não deu um time à altura da importância da Libertadores ao seu treinador.

Em tem seguimento na mídia. Quem acompanha programas de rádio, textos de jornal e de internet, já percebeu que algumas pessoas não perdem uma chance para atingir o treinador do Grêmio.

A idolatria de Renato incomoda muita gente. Incomoda tanto que rapidamente houve uma mobilização para colocar um ídolo também no Beira-Rio.

Algo assim: se eles têm um ídolo, e deu certo, nós também temos um ídolo.

Aí, veio Falcão.

Em seguida, criou-se uma disputa, talvez até por falta de assunto. Quem foi mais ídolo? Quem foi melhor? Quem foi mais importante?

Um monte de baboseira que não leva a lugar algum.

Todos sabem que o que importa no futebol é o presente, o agora. O título conquistado semana passada é comemorado e depois arquivado.

Não há idolatria que mantenha alguém no posto de treinador se os resultados não forem os melhores.

Mas aqui, onde a rivalidade é exacerbada, existe até disputa de ídolo.

Houvesse um idolômetro, Renato hoje estaria em queda. Falcão, mais idolatrado por veteranos da mídia e antigos torcedores – os jovens vêem nele muito mais um famoso comentarista de TV, sempre engravatado – está em alta, mesmo sem ter comandado o time em algum jogo.

O Idolômetro marca a queda de Renato também entre torcedores. Adianto que Renato não é meu ídolo, porque não tenho ídolo. Não sou de idolatrar alguém. O mais próximo que cheguei disso foi com Leonel de Moura Brizola.

É muita responsabilidade ser ídolo. É muita temeridade idolatrar alguém. Somos todos humanos, e um dia iremos decepcionar alguém; e um dia irenos nos decepcionar com alguém. É inevitável.

O Traíra era ídolo. Até que um dia mostrou sua verdadeira face.

Dunga era ídolo no Inter, até que um dia – depois de impedir o rebaixamento colorado com um gol quase sobrenatural – processou o clube para ser pago.

O futebol é assim, a vida é assim.

Mas escrevo sobre esse processo de desconstrução em função de um email que recebi de um torcedor que participa do blogremio, em que ele coloca um post publicado por um conceituado jornalista. No post, há uma entrevista do Renato, garotão, no Flamengo, à jornalista Gloria Maria, também guriazinha.

Ali, Renato se declara torcedor do Flamengo. Quer dizer, coisa que um torcedor resgatou do fundo do baú.

Até aí, tudo bem. O problema é um jornalista de respeito e sério dar vazão a esse tipo de coisa.

Seria o mesmo que um jornalista, usando espaço dos mais lidos, repicar os absurdos que se tem dito contra Falcão. 

Renato e Falcão são ídolos, mas nenhum deles resiste aos resultados negativos que um dia, mais cedo ou mais tarde, irão ocorrer.

Até lá, essas tentativas de desconstruir Renato cheiram mal. Como dizia o Lupicínio, ‘Eu não sei se o que trago no peito. É ciúme, despeito, amizade ou horror”.

SAIDEIRA

Por favor, como é que alguém pode minimizar a responsabilidade da direção que entrou numa Libertadores com apenas três atacantes de qualidade, sendo que um deles – o melhor, Jonas – saiu antes?

E nada foi feito para consertar isso.

Renato saúda Falcão. Mas ao seu jeito

Borges abusou da arte de perder gol lá na minha terra. Um deles me lembrou o Jonas em seu pior momento. Jonas evoluiu, Borges será sempre apenas Borges, um atacante bom, eficiente, mas insuficiente para quem elegeu como prioridade o título da Libertadores. O pior é que também não levo muita fé no André Lima.

O empate por 1 a 1, conseguido no finalzinho com um pênalti sobre Borges, um pênalti daqueles desnecessários, coisa de zagueiro assustado, evitou o Gre-Nal já na próxima fase, em meio a jogos da Libertadores para os dois times. Seria ruim. O Grêmio agora terá de ir a Erechim.

Já o Inter levou um susto. Se este não fosse um boneco família eu diria que levou um cagaço. Tomar dois gols de cara dentro de casa do pequeno Canoas, convenhamos…

Mas aí o time reagiu e mostrou o que deve fazer um time grande, milionário, contra um time formado às pressas e com prazo de validade curto, como é o Canoas e a maioria dos times do Gauchão.

O Inter goleou. Foi sua maior goleada no campeonato. Por coincidência, para quem acredita em coincidência, Roth (toc-toc-toc) não estava no banco. Com ele será que o time se soltaria tanto? Claro que não.

Preocupante, para os colorados, é a frase do Siegmann: Roth tem as portas abertas no Beira-Rio. E ele volta, é claro que um dia ele volta. Assim como voltará ao Grêmio, onde deixou viúvas.

Por falar em frases, Renato não podia perder a oportunidade de provocar seu novo rival, o Falcão. Desnecessário e inoportuno.

Renato tem razão ao reforçar que Falcão não treina há tempo, que uma coisa é dar palpite, ou opinião, como queiram, como comentarista, outra coisa é comandar um vestiário e ir para a beira do campo ‘fazer acontecer’, conforme frisou o técnico gremista.

O problema é que Falcão é um sujeito inteligente e vai comandar um time de qualidade. O mais sensato seria Renato esperar mais um pouco antes de fazer suas provocações, em tom de brincadeira, a gente sabe, mas que sempre geram uma situação que não precisa ser criada agora.

Não faltará gente na mídia para aproveitar e detonar o Renato, principalmente se mais adiante ele perder o duelo para Falcão. Mas Renato é o tipo do cara que gosta de provocações, de pagar para ver.

Como jogador, entrava em campo no estádio lotado, decisão de campeonato, e jogava como se estivesse numa pelada em Ipanema. E sempre falando o que lhe desse na telha.

Não mudou nada. Pra imprensa, um prato cheio. Suas declarações vão render alguns programas de rádio e de TV.

Eu prefiro um técnico assim, brincalhão e irreverente ao microfone, a um cheio de pose, de frases politicamente corretas, estudadas, mas absolutamente chatas e redundantes.

É claro, desde que continue ganhando.

Inter também quer um ídolo no banco

Quando eu digo que o Inter vive imitando o Grêmio sempre aparece um colorado indignado.

Mas o que está fazendo o Inter agora depois de demitir Celso Roth -herança que o Fernando Carvalho deixou para seus sucessores, porque a demissão teria de ter ocorrido assim que terminou o histórico e inesquecível jogo contra o Mazembe?

Retira do fundo do baú o comentarista esportivo Falcão, que seria um ídolo colorado à altura de Renato Portaluppi. É isso: o Inter quer também um ídolo no banco de reservas, comandando o time.

O problema é que Falcão é um ex-treinador, função que exerceu sem brilho há mais de uma década.

Falcão preferiu as cabines refrigeradas dos estádios às agruras da beira do campo, onde os jogos nem sempre são nos grandes estádios.

Há algum tempo Falcão vem se insinuando para retomar a antiga atividade. É um bem-sucedido comentarista, mas a remuneração dos técnicos de futebol hoje é de virar a cabeça de qualquer um. Mesmo de um sujeito equilibrado e inteligente como Falcão.

No momento em que escrevo, Falcão ainda não foi confirmado. Mas o será em seguida.

Independente disso, a saída de Roth do Inter foi a melhor decisão para o clube. Escrevi dias atrás que o Inter tem potencial para brigar pelo título, mas com Roth não iria a lugar algum. Ficaria no meio do caminho.

Portanto, a substituição vem a tempo. Até demorou muito. 

Se a queda de Roth é lamentada pela torcida do Grêmio e festejada pela do Inter -a mesma que meses atrás gritou a todo pulmão no Beira-Rio ‘fica Roth’-, percebo gremistas sorridentes com a notícia de que o substituto é Falcão.

É aquele sorriso maroto, que não mostra os dentes, mas com um significado muito claro:

– Eles vão se quebrar. 

SAIDEIRA

Ouvi há pouco o Ibsen Pinheiro, fã de carteirinha do Roth, criticando Falcão, que para ele não tem trajetória de treinador para ser analisada. O Pedro Ernesto tratou de exaltar o trabalho Falcão na seleção brasileira. Aliás, o que tem de gente em determinado setor da mídia enaltecendo o Falcão. Ah, e o Ibsen negou Roth. Daqui a algum tempo vai pedir a volta de Roth de novo. É fixação. Tem gente no Olímpico e no Beira-Rio que tem obsessão por Roth.

O Inter erra de novo. Errou ao manter Roth e agora erra na substituição.

Mas se a ideia é imitar o Grêmio, está bem. Correto, embora Falcão não represente tanto para os colorados quanto Renato significa para o Grêmio.